Lembranças Perdidas romance Capítulo 37

Thalia franziu a testa e fitou o homem sentado ao lado dela. "O que aconteceu com você?"

O braço direito dele estava em uma tipoia e as mangas da blusa estavam manchadas de sangue. Ele parecia ferido.

"Já que você quer realmente saber, direi a verdade." Jacob se ajustou em uma posição mais confortável. Então se virou, se inclinou e sussurrou no ouvido dela: "Alguém está tentando me matar".

A voz dele era rouca e magnética, e o hálito quente soprou no pescoço de Thalia.

Ela franziu a testa e se afastou dele, em dúvida. "Tentaram matar você?"

"Sim, alguém quer me matar." Jacob riu de si mesmo. "Como te disse, não sei se tenho futuro, se há amanhãs ou acidentes à minha espera. Por isso fiz um testamento tão jovem."

Thalia olhou para o sorriso despreocupado do homem, sem saber se ele estava falando a verdade.

Era a vez dela de fazer o exame de sangue, então ela se levantou e arregaçou as mangas.

Jacob a seguiu e seus olhos pousaram na etiqueta do tubo de coleta. Ele franziu a testa e murmurou, "Thalia? Seu nome é Thalia Cloude? Me parece um pouco familiar..."

Ela respondeu, "É um nome comum, por isso soa familar".

Após coletar o sangue, ela pressionou o algodão para estancar o sangramento e saiu da sala de exames.

"Ei, Thalia, por que está aqui?" A voz de Jacob soou atrás dela. "Você está usando uma camisola de hospital. Vai ficar aqui? Está doente?"

Thalia diminuiu a velocidade, mas não olhou para trás.

Ela não queria dizer nada a um estranho nem queria que ele tivesse pena dela.

"Ei, por que está me ignorando?"

Jacob caminhou na direção dela.

"Deve ser destino termos nos encontrado três vezes no mesmo dia. Deve ser destino. Podemos pelo menos ser amigos?"

Thalia andava devagar, encarando o caminho à frente. Não queria falar com ele.

"Thalia, estamos no mesmo hospital, devíamos fazer companhia um ao outro. Por que está me ignorando?"

Não importava o quanto ele tentasse chamar a atenção dela, ela continuava a ignorá-lo. Jacob revirou os olhos, agarrou o braço direito quebrado e, de repente, choramingou, "Ah, meu braço direito dói muito. Deve estar sangrando. Thalia, me ajude, estou perdendo o equilíbrio..."

Thalia se virou e olhou para ele, serena. "Seu braço que está ferido, não suas pernas. Por que não consegue ficar de pé?"

Jacob parecia ainda estar com dor. "Dizem que tudo no corpo está interligado aos nervos. Não estou mentindo, realmente não consigo mais andar. Oh, vou cair..."

Thalia o observou enquanto caía. Mesmo sabendo que ele estava fingindo, foi compassiva e deu um passo à frente para segurar o braço dele.

"Sabia que você não me ignoraria." Jacob disse, apoiando-se nela. "Thalia, estou curioso, você trata todo mundo com frieza e indiferença?"

Ela respondeu com frieza, "E se eu tratar?"

"Não é bom ser assim." Jacob balançou a cabeça. "Mulheres devem ser delicadas. Seja gentil e doce. Só assim será adorada por um homem..."

Os dedos de Thalia ficaram rígidos.

Gentil e doce tinham sido as palavras usadas para descrever Agnes.

Ela pensou: 'Então é por isso que Adam mima Agnes?'

"O que você tem? Parece que não está com atenção nem quando estou falando com você."

Jacob acenou com a mão na frente dela.

Voltando a si, Thalia respondeu, calma, "Vou levar você ao pronto-socorro. O médico cuidará do seu ferimento".

"Por que eu deveria ir para o pronto-socorro? Me leve para o seu quarto."

"Não vá, se não quiser ir."

Thalia o soltou e caminhou em direção à outra extremidade do corredor.

Ela não era uma pessoa fria. Gostava de fazer amigos, mas agora tinha apenas alguns meses de vida. Fazer amigos consumiria muito do seu tempo e energia.

Não havia necessidade de perder tempo cultivando amizades.

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