Continuação...
Felipe
— Essa é sua irmã? — Indaguei ainda incrédulo com tanta coincidência.
— Sim... agora eu quero ver você continuar falando que ela é feia! — Afirmou e mal sabe que ela é a mulher de quem eu estava falando.
— Cadê? Quero ver também! — Caio pronunciou e ao ver as fotos me olhou pasmo.
Quando percebi que ele ia mencionar alguma coisa, dei sinal para que ficasse quieto e rapidamente ele tirou onda com a minha cara.
— É Fe… também quero ver você falar agora! — Para mim ficou nítido que ele estava me zoando.
Filho de uma püta!
— Ainda bem que ela não tem nada a ver com você, né! — Tentei disfarçar e foi a vez de Gustavo rir.
— Coitado... Ela é a minha cara! Pode confessar. — Pior que eu nem tenho como discordar porque de fato os dois se parecem muito, então acabei admitindo.
— Realmente ela é muito gata mesmo, cunhado! — Eu não podia perder a oportunidade e ele ficou muito putø, já o Caio, não conteve a risada.
— Vai se føder cara! Que pørra de cunhado o quê. — Agora quem gargalhou fui eu.
— Cuidado hein, Fe… ele é ciumento… — Caio zombou e Gustavo continuou com cara de poucos amigos.
— Percebi…
— Vão se føder os dois! — Falou bravo e rimos novamente.
— Mas me fala, Gustavo… qual é o nome dela? — Perguntei e ele nem se preocupou em esconder sua irritação.
— Para que você quer saber? — Interrogou todo esquentadinho e eu tive que me segurar para não transparecer o quanto estava engraçado perturbá-lo.
— Calma cara... guarda as facas!
— Eu te falei para ter cuidado! — Meu amigo alertou novamente e voltamos a rir.
Passamos um dia gostoso no clube comendo, bebendo e irritando o meu futuro cunhado, mas o melhor de tudo foi saber que a gata dos meus sonhos é nada mais, nada menos que a irmã do meu sócio, portanto não será impossível encontrá-la.
Já era noite quando nos despedimos e voltamos para o hotel.
— Cara, já imaginou quando o Gustavo souber que a gata que você tanto falou é a irmã dele? — Essa pergunta me causou até arrepios, mas tentei demonstrar que estava tudo bem.
— Não dá nada! — Continuei tranquilamente prestando atenção no trânsito.
— Tem certeza? Acho que já deu para perceber que ele é super protetor, né?! — Como o Caio é estraga prazeres.
— Deixa de ser chato, mano! O importante é que agora sei que terei a chance de conhecê-la.
— Duvido que ele vai permitir esse encontro.
— Cala a boca, vai… — Ele já estava esgotando a minha paciência. — O que você não sabe é que em uma conversa que tivemos, ele me disse duas coisas que me dão mais chances.
— E quais foram essas coisas?
— Para eu ficar longe dela, o que significa que ela é solteira e que mora sozinha no Rio, então ele nem saberá se rolar algo entre nós. — Expliquei e mesmo dirigindo, percebi sua expressão duvidosa.
— Já disse para não ir com tanta sede ao pote! Lembre-se do motivo que deixou o Gustavo tão preocupado... Tem alguém na sua frente.
— Isso vai ser somente até eu voltar e nos conhecermos!
— Se você tá dizendo... mas não quero nem ver o choro depois! — Essa cara de cínico que ele faz, me mata de ódio.
— Pessimista! — Proferi ao encará-lo e voltei a olhar para frente.
— Realista! Essa é a palavra correta. — Agora fui eu quem revirou os olhos.
Chegamos no hotel e cada um seguiu para seu quarto. Eu estava tão entusiasmado que nem quis saber de jantar. Peguei uma cerveja no frigobar, pois foi só isso que bebemos à tarde toda e sentei na sacada lembrando de como meu dia foi bom.
O que eu mais desejava era terminar logo com tudo que viemos fazer e retornar o mais rápido possível para poder encontrá-la e embora o ciumento do Gustavo tenha ficado todo nervosinho com a minha "brincadeira", não tenho dúvidas que conhece o meu caráter e apesar do julgamento errado que faz sobre mim, mais cedo ou mais tarde vai acabar entendendo que eu gosto de sua irmã e meu único propósito é fazê-la feliz.
MESES DEPOIS...
Trabalhei muito para tentar voltar para casa antes, mas foi impossível. Mesmo Gustavo, Caio e eu trabalhando nisso ao mesmo tempo, ainda assim, gerenciar finanças de três empresas ao mesmo tempo dá trabalho e nós também precisamos ter vida social.
Apesar de termos saído para vários lugares com lindas mulheres, nenhuma me chamou a atenção. Não estou querendo me fazer de certinho, eu simplesmente não tenho interesse em ficar com mais ninguém, nem mesmo com Camila que vive se insinuando. Eu estou a fim de Allana de verdade!
Gustavo acabou deixando escapar o nome dela antes mesmo da página revelar e desde então, acompanho seu Instagram e até agora não vi nenhuma postagem com envolvimento sentimental. Mais um ponto a meu favor.
O Caio continua saindo com a Pâmela e pelo jeito a coisa entre eles é séria... Quero só ver se vai durar quando retornarmos...
Hoje fazem exatamente cinco meses e dois dias que estamos aqui e neste momento estou arrumando as malas para ir para casa.
Durante esse tempo, nos comunicamos com os nossos amigos pelo grupo do WhatsApp e eles estão organizando uma social para hoje à noite na casa de uma das meninas para nos receber, assim o Igor já aproveita para apresentar a tal "aluna gata" que acabou virando sua namorada e que ele tanto fala. Pelo visto estamos todos apaixonados... Não vejo a hora de chegar!
Terminei de fechar o zíper da última mala e desci para pagar a conta e esperar o Caio. Assim que terminei de acertar ele chegou e sua expressão não era das melhores.
— O que foi irmão, que cara é essa? — interroguei já imaginando do que se tratava e eu não estava errado.
— A Pâmela mano! Terminou comigo e disse que é porque não confia em mim para continuarmos nos vendo apenas nos finais de semana.
— É føda cara, mas não fica assim não porque se não há confiança, o melhor é cada um seguir a sua mesmo. — Realcei dando dois toques em seu ombro e ele expôs sua indignação.
— Mano, o que me deixou mais bolado foi que eu só me relacionei com ela desde que chegamos aqui, para agora ela virar para mim e terminar alegando que não tem confiança. Viveu cinco meses de princesa e no final foi isso que eu ganhei.
Eu até poderia falar que avisei, mas o cara já está no fundo do poço e não sou eu quem vou acabar de afundar.
— Quem perdeu foi ela brother... Você recebeu foi um livramento! Vai por mim mano, logo você supera.— tentei levantar o seu astral e ele assentiu.
— Valeu amigo!
Deixamos a recepção e Gustavo já estava na porta do hotel nos esperando para irmos até o aeroporto da empresa, já que nossos carros estão no Rio desde ontem.
— Enfim vou voltar, hein!— meu sócio pronunciou ao nos ver descendo as escadas.
— Não vejo a hora! — Não hesitei em demonstrar minha satisfação com isso e Caio, mesmo desconsolado não perdeu a piada.
— Eu que o diga! — Os dois riram e eu não sei porque, mas senti que esse ênfase tem algo a ver comigo.
— Bom... Vamos porque o avião precisa retornar para viagem de meu pai.
— Não precisa falar duas vezes, cunhado! o sogrão não pode esperar.
— Vai se føder, Felipe!
— Já te falei para ter cuidado Fe, ou você nem sai daqui hoje! — Caio gargalhou.
— Eu não sei porque ele faz tanta graça pois sabe perfeitamente que eu seria o melhor namorado para a irmã dele! — A risada de Gustavo ecoou dentro do carro.
— Logo você? O mais sem vergonha que eu conheço? — Riu novamente. — Seu ego anda muito elevado meu querido, dá uma controlada.
Seguimos o caminho inteiro com as alfinetadas e logo chegamos no aeroporto.
— Gente, brincadeiras à parte... quero agradecer por vocês terem se empenhado tanto para que pudéssemos abrir essa nova filial. Extrapolamos a data prevista, mas graças a Deus conseguimos e, Felipe... fique longe da minha irmã!
— Ah cara, estava indo tão bem com o discurso... pra que estragar desse jeito?
— Vamos logo Felipe, você não estava com pressa? — Caio mencionou e todos rimos.
— Logo vou fazer uma visita para vocês!
— Quando quiser... Será bem recebido! — Afirmei a Gustavo e então nos despedimos e seguimos para o avião.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Loucos Por Ela