Allana
Ao sentir o toque de Felipe enlaçando minha cintura fiquei tão anestesiada que nem consegui pensar. Por um momento achei que meu coração fosse pular para fora do peito e quando meus olhos desviaram para seus lábios, ele finalmente me soltou e nesse momento surgiu um misto de insatisfação e alívio.
Sim, é uma loucura e não sei explicar o porquê disso, mas por mais que minhas pernas estivessem trêmulas e que não seria correta a atitude que talvez viesse a seguir, quando senti suas mãos afastando-se de minha pele fiquei decepcionada! Peguei o copo de sua mão e fui servir-lhe outra bebida.
Aproveitei para tomar outra dose enquanto servia o copo dele, pois isso me ajudará a relaxar um pouco, afinal, a tensão desse dia aumentou, mas agora por motivos diferentes… Agora tenho certeza de que realmente ele mexe comigo.
— Aqui está! — Pronunciei voltando para a varanda, entreguei-lhe novamente a bebida e me sentei.
— Obrigado! Mas você não disse que ia me acompanhar? Não estou vendo seu copo! — Nós rimos.
— O álcool não caiu bem no meu estômago hoje, então preferi parar.
— Claro, você não comeu quase nada no almoço!
— Estava sem fome! — Expliquei e ele permaneceu calado por alguns segundos e então me olhou fixamente.
— Eu tive uma ideia! Me diz o que quer comer que eu vou preparar para você! — Foi minha vez de encará-lo perplexa.
— Você sabe cozinhar? — Ele assentiu. — Essa eu quero ver!
— Então vamos, escolha um prato e só me faça companhia! — Sua convicção não me surpreendeu e despertou minha curiosidade.
— Hum… está bem! Vamos ver se é um bom cozinheiro… eu quero strogonoff de carne! — Ele sorriu outra vez.
— Certo… me espere na cozinha, vou lavar as mãos!
Entramos, eu fui para o local indicado e após higienizar as mãos no banheiro, ele juntou-se a mim.
— Além da carne, o que mais você precisa? — Perguntei, mostrando-lhe o primeiro ingrediente.
— Por enquanto nada! Vou cortar corretamente primeiro.
— Está bem! Então vou me sentar e quando precisar de algo, é só dizer. — Um sorriso lindo formou-se em seus lábios e ele assentiu, então me sentei na banqueta alta à beira do balcão e fiquei apenas observando.
Ele lavou a carne, colocou em cima da tábua e começou a cortá-la em tirinhas. Após terminar, lavou de novo para tirar o sangue.
Levantei e sem que ele precisasse pedir, peguei os temperos básicos e coloquei sobre o balcão. Voltei a me sentar e como a minha cozinha é de modelo ilha, ficamos um de frente para o outro e não pude deixar de me atentar à maneira como ele manuseia a faca com agilidade… realmente leva jeito!
Ele colocou azeite em uma panela, deixou esquentar e adicionou a carne para cozinhar. Assim que o líquido secou completamente, foi a vez de fritar e em seguida temperou com sal e acrescentou a cebola e o alho para refogar junto.
O cheiro estava muito bom e ficou ainda melhor quando ele adicionou duas colheres de uísque para flambar. Quando as chamas se apagaram, acrescentou caldo de carne e o molho de tomate que havia batido no liquidificador juntamente com uma xícara de água e colocou também o ketchup, a mostarda e o champignon, tampou a panela e deixou cozinhando, enquanto refogava o arroz na panela elétrica.
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