Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 20

P.O.V DANTE:

Ela me intrigava, me intrigava muito. Era diferente de todas as mulheres com quem já tive envolvido, era doce, humilde e muito inocente. A combinação perfeita para dar confusão. Depois que Vanessa me traiu, eu não conseguia me apaixonar por ninguém, sentia interesse em outras mulheres porem nada que me levasse ao ponto de fazer tais coisas, era uma forma de conseguir a mulher que eu queria sem muito esforço. Às vezes, quando via sua expressão de insatisfação, eu não me sentia bem fazendo aquilo com ela, mas quando eu estava dentro dela, parecia que o mundo ao meu redor sumia e houvesse apenas eu e mulher cujo meu corpo clamava. A única coisa boa que herdei de meu pai foi o dinheiro, com ele eu poderia ter qualquer coisa que quisesse, até mesmo a Alice.

Vou para o banheiro e ligo o chuveiro na água mais fria, era sempre bom para acalmar meus ânimos.

Depois de alguns minutos, saio e entro em meu closet, as roupas eram sempre da mesma cor, dificilmente eu comprava ternos brancos ou de outras cores. Minha mãe dizia que eu era simples demais, isso julgando meus 120 pares de sapatos.

Me vesti, e encarei meu reflexo no espelho, eu nunca sabia como me enxergar, como me descrever. Ao mesmo que eu tinha beleza, dinheiro, fama e poder, parecia que eu não tinha nada.

Terminei de me arrumar e finalmente desci para o estacionamento de meu apartamento, escolhi o carro mais confortável e menos chamativo, fui buscar Alice. Olhar para o lugar onde ela morava me causava medo por ela, eu temia que algo acontecesse com a mesma. Quase sempre eu recebia olhares estranhos, mas dessa vez algo estranho aconteceu, quando estacionei em frente à casa dela tinha um homem estranho conversando com ela. Ele era alto e usava um casaco esportivo de uma marca famosa. Observei a conversa com atenção, ela parecia amedrontada, quando saí do carro os dois olharam para mim.

— Está tudo bem? — Pergunto fechando a porta com força. Apoio minhas mãos no carro enquanto o homem solta um sorriso cínico e tenta vir na minha direção.

— Tá, tá tudo bem! — Alice intervém se posicionando na frente dele. — O Sean já estava indo embora.

Ele empurra a Alice olhando para mim, eu respiro fundo para não o atacar.

— Então, você é o dono da parada... — ele se aproxima cada vez mais. — Ainda não tinha visto a tua cara.

Olhei para a cintura dele, ele estava armado, eu devia ter muito cuidado pois a Alice poderia se machucar.

Eu me aproximo dele mas tento não parecer um oponente, eu já sabia como me virar com esses traficantes de beira de esquina.

— Ele é bom mesmo hein. Cheio da grana.

— Então é isso que você quer?

Ele solta um "humpt".

— Agora você vai assumir a bronca? ─ ele olha para Alice que estava com a cabeça encolhida nos ombros ─ ela deu sorte, menina.

A todo momento eu me perguntava o que ele estava fazendo ali, Alice não parecia o tipo de pessoa que se metia com essas coisas.

— De quanto você precisa para deixar ela em paz?

Ele parece calcular em sua cabeça. Eu respiro fundo já sem paciência.

— Ele ainda me deve uns dez mil, mas eu acho que agora vou precisar de bem mais, por conta dos juros.

Alice olha para mim assustada.

Enquanto ele conversava comigo, alguns dos amigos dele se aproximavam de nós, as expressões dele não pareciam boas.

— Eu dou o que precisar, mas não quero você encima dela. — Observo os amigos dele atrás de mim — muito menos seus amigos.

Ele estende a mão para mim e eu aperto.

─ Você não sabe com quem está se metendo. ─ murmurou ele.

─ Eu digo o mesmo a você, meu caro. ─ respondo.

Logo após ele sorrir e vai embora. Alice vem ao meu encontro e puxa para dentro do carro. Eu entro e dou partida, durante alguma parte do percurso nós ficamos calados, ela parecia ainda recuperar o folego.

— O que aquele cara estava fazendo lá? — Quebrou o silêncio.

— Não deveria ter feito aquilo... Ele nunca vai parar de te cobrar.

Ela estava visivelmente abalada, mas não olha para mim.

— Você está metida com essas pessoas, Alice? Não sabe que é perigo, merda!

Alice permanece calada.

— Você poderia ter morrido! Por acaso tem mais algum segredo que eu deveria saber? — Pergunto irritado com o fato dela nem olhar para mim. — Você usa alguma coisa?!

— A dívida é do meu pai, Dante! — Ela esbraveja. — Da merda do meu pai que fugiu.

Nós ficamos calados, parei o carro no sinal vermelho. Ela vira o rosto para o outro lado e leva a palma mão até a boca.

— Eu posso ter me vendido para você, mas nunca iria me meter com aquelas pessoas! Acha que eu sou o quê?

— Me desculpe — seguro seu queixo, mas ela desvia o olhar. — Eu não deveria ter presumido nada. Vou resolver esse problema.

— Você não entende mesmo ─ ela solta um sorriso nasal ─, ele não vai parar de cobrar.

— Você não me conhece, não sabe das coisas que eu sou capaz e da influência que tenho. — Dou partida no carro. — Eles nunca mais vão perturbar você.

Seguro sua mão trêmula e dou um beijo.

Quando chegamos na casa do Amon, entro com meu em sua garagem. Saímos do carro, mas antes de tocar a campainha puxo Alice, seguro seu rosto forçando ela a me olhar. Os olhos dela estavam vermelhos, assim que eu a abraço ela parecia que iria desmoronar.

─ Não precisar mais ficar acanhada, estou aqui para você.

Ela sai dos meus braços, nós direcionamos a porta da frente, toco a campainha e a esposa do Amon, abre a porta para nós, ela sorrir para mim e Alice.

— Dante, quanto tempo! — Ela me abraça. — Quem é a sua companheira?

— Alice. — A mesma sorri e é surpreendida pelo abraço de Olivia.

— Seja bem-vinda, minha linda. Vamos entrem.

Nós entramos e nos sentamos no sofá juntamente ao Amon. Olivia serve uma taça para mim e para a Alice.

— Vinho? — Amon oferece.

— Eu não bebo, mas obrigada de qualquer forma. — Alice diz.

— Então vou pegar um suco para você.

— É muita gentileza sua. — Alice estende sua taça.

Olivia coloca suco na taça da Alice e se senta.

— Como vocês se conheceram? — Pergunta Olivia.

— Na empresa.

— Como todas. — Ouço uma voz familiar vindo da cozinha.

— Ai meu deus — Olivia leva a mão até as têmporas —, eu pensei que ele tivesse indo para a casa de mamãe. — Olivia resmunga e sai da sala.

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