Acordei encima da cama, os fleches de luz da janela fizeram meus olhos arderem. Olhei ao redor e era o quarto do apartamento, nem parecia que a minha realidade era um colchão mofado. Olho para o lado, lá estava ele, dormindo feito um anjo, nem pareci ser uma pessoa tão indiferente. Como ele conseguia parecer tão formoso apenas dormindo? Passo a ponta dos meus dedos em seus cabelos desgrenhados, penso em como a Alice de meses atrás ficaria feliz com essa cena, o homem dos sonhos de qualquer mulher estava bem ali, deitado completamente nu ao seu lado. Observo seus cílios escuros e volumosos, ele já estava despertando.
— Bom dia. — ele diz com a voz rouca.
— Bom dia, senhor Dante Angnel.
Ele solta um sorriso nasal.
— Gente rica rir atoa, não é? Como consegue estar de bom humor tão cedo? — Levanto da cama procurando pelas minhas roupas.
— Você é muito pessimista.
Visto uma camisa qualquer dele, sento na borda da cama.
— Eu sou realista.
Ele me puxa para seu colo. Por longos minutos nos ficarmos apenas nos encarando, os olhos verdes estavam vidrados nos meus, ele parecia pensativo, a mesma expressão de preocupação da noite anterior surge novamente.
— Se mude para cá, ainda não estou habituado com a ideia de você e Anne sozinhas naquela casa com aqueles homens.
Pressiono meu indicador em frente aos lábios dele.
— Tem certas decisões que devem ser tomadas com um pouco mais de cautela. Vir para cá não vai fazer o fato de eles me perseguirem mudar.
— Você é tão teimosa! — Ele para por alguns instantes e me encara. — Eu já sei como tirar essa sua teimosia.
Dante começa a me fazer cócegas, eu não aguento e caio na gargalhada. Os dedos dele deslizam pela minha cintura enquanto eu me contorço em seus braços.
— Por favor, pare... — imploro em seus braços.
Der repente ele para, seus olhos percorrem os meus, agora estavam com um brilho diferente. Meu sorriso se desfaz com o dele, eu me senti estranha com seus olhos quase devorando minha alma, por alguns instantes ele voltou a ser o Dante que eu conheci porem isso logo se desfez quando ele me soltou e saiu da cama procurando um roupão. Nós tomamos banhos juntos, mas cada um em seu chuveiro, de costas um para outro. Parecia que a brincadeira de mais cedo havia estragado tudo entre nós. Eu ousei olhar por alguns instantes mas vi apenas a água escorrendo pela sua costa e a nádega exposta com as mãos estavam apoiadas na parede, enquanto ele parecia pensar.
Desliguei o chuveiro e saí do banheiro, limpei o espelho embaçado e balancei a cabeça me apoiando na pia, nós éramos dois estranhos mesmo. Vou para o quarto e me arrumo, agora eu andava com roupas bonitas, o que o dinheiro não podia comprar? Coloquei minhas roupas sociais e arrumei os cabelos em um coque alto. Quando saí do quarto, ele já estava arrumado me esperando na sala.
— Finalmente — disse. — Vamos.
Nós fomos para a empresa em completo silêncio. Ele dirigia como se a noite anterior não tivesse acontecido e eu optei por fazer o mesmo.
Chegamos na empresa e todos cochichavam, eu caminhei ao lado dele como se tivesse o pedigree suficiente.
— Todos estão olhando para nós. — Digo entrando no elevador seguindo ele.
— Que olhem, eu não me importo.
Ele sorri e passa uma de suas mãos por seus cabelos negros perfeitos. Lembrei que meses atrás que estava no meu lugar essa Vanessa, as coisas mudaram tão rápido.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)
Muito linda a história, valeu a pena!...
Amei, amei, amei! História objetiva, linda, detalhes que prendem! Parabéns a autora!...
Amei o livro! História que vale a pena ler até o final...
A hitótia é linda, vale a pena ler, é melhor ainda q ñ é longa....