Me Casei com O Marido em Coma romance Capítulo 72

A voz de Lincoln ecoou pelo quarto, que cheirava a óleos essenciais, e ambos puderam ouvi-la em alto e bom som.

Quitéria pareceu recuperar as forças no mesmo instante. Ela olhou para o marido, que ainda estava deitado na cama, e seus olhos ficaram marejados de lágrimas na mesma hora.

"Você acordou!"

Dava para ouvir a mágoa na voz rouca da garota. Se ela não tivesse se segurado, teria começado a chorar.

Yuri ficou sem reação. Parecia que a voz de Lincoln o havia paralisado. Ele estava ajoelhado no chão e era incapaz de se mexer. Depois de um bom tempo, gritou, incrédulo: “Lincoln!”

Quitéria não sabia se tinha usado as últimas forças que lhe restavam para se afastar um pouco mais de Yuri.

O homem na cama levantou calmamente a coberta. Diante dos olhares chocados de ambos, ele saiu de lá e foi até a mesa, onde pegou uma faca de frutas.

"Você quer fazer de mim um corno, então? Como será que posso te agradecer por isso?"

Lincoln não estava gritando, mas era como se fosse possível ouvir sua voz de qualquer lugar do quarto. A palavra “agradecer” deixou Yuri com tanto medo que ele caiu de bunda no chão.

Ele observou o homem alto e com atitude de imperador se aproximar devagar dele.

Lincoln estava usando pijamas simples. Por fazer tanto tempo que estava em coma, seu rosto estava pálido, e seu corpo, magro. No entanto, só de vê-lo se aproximando, Yuri ficou todo arrepiado.

O olhar do homem bastava para fazê-lo tremer de medo.

“Lincoln, não é bem assim. Acredite, eu não… Eu não ia fazer nada com ela. Foi... essa mulher que me seduziu! Ela queria se aproveitar que você estava em coma para conseguir as propriedades da família Huo. Sim, a culpa é dela! Ela... se casou com você, mas sei que você não gosta desse tipo de mulher. Essa é a segunda filha da família Su, que faliu, então é óbvio que ela só quer usar nossa família para recuperar tudo que perdeu."

Yuri nunca havia pensado tão rápido na vida. Neste momento, era como se ele tivesse se tornado outra pessoa. O homem tentou colocar toda a culpa em Quitéria.

A garota, por sua vez, ficou furiosa. Ela não esperava que ele fosse tão ridículo. Após ser pego, ele estava tentando incriminá-la.

Isso a deixou bastante irritada. Mesmo que quebrasse os braços e as pernas dele, depois o deixasse sangrando no chão, quase morto, não seria o suficiente para descontar o ódio que estava sentindo.

“Yuri, como você é sem-vergonha!”

Embora Quitéria estivesse sem forças, ainda estava lúcida. Ouvir palavras tão vergonhosas apenas a lembrou de como havia gente ruim no mundo.

Lincoln deu um sorriso gélido. Seus olhos negros e profundos eram frios, como se fossem poços de tinta escura. Tudo nas feições dele indicava perigo.

Ele apontou a faca de frutas na direção de Yuri e começou a andar. Tum, tum, tum, faziam os passos dele.

Não era um barulho alto, mas cada passo fazia Yuri estremecer. Ele estava completamente pálido.

“Lincoln, espera... Irmão, nós somos uma família. Vamos conversar sobre isso. Juro que não fiz nada, é tudo culpa dessa mulher. Ela te usou porque só te via como um homem em coma."

Quitéria apertou os olhos ao ouvir as bobagens que ele estava dizendo. Embora estivesse brava, sabia que Lincoln não acreditaria em nada.

Como esperava, o marido parou na frente da cama, encarando Yuri de cima. Sua expressão demonstrava indiferença, e o sorriso no rosto dele era maligno e perigoso.

Yuri quase caiu de novo enquanto se levantava. Assim que ia abrir a porta, deu um sorrisinho sem-vergonha e disse: “Como você não me deixou sair pela porta, vou por outro lugar”.

De qualquer forma, não era como se ele tivesse entrado por lá.

Ao ver Yuri ir correndo à varanda, Quitéria quis chorar de ódio. No momento em que ia brigar com Lincoln, viu um objeto prateado voar pelo quarto. A lâmina cortou o ar, e ambos ouviram o grito do homem.

Tchac! A faca foi cravada na coxa de Yuri, que perdeu o equilíbrio e caiu da varanda.

Após ver essa cena, Quitéria franziu a testa e perguntou: "A queda não vai matar ele?"

Lincoln ajudou-a a se levantar e a subir na cama e afirmou com indifereça: “Ele só caiu do segundo andar”.

Era uma pena. Isso significava que ele não iria morrer!

Quitéria suspirou, sem saber como se sentir. A única coisa que ela sabia era que guardaria rancor por muito tempo. O Lincoln na frente dela não era aquele que ela conhecia. A aura dele era congelante e perigosa, a ponto de ela não conseguir evitar desviar o olhar. Esse era o mesmo Lincoln gentil e descontraído de antes? Ou ele sempre foi assim?

Eles ouviram passos confusos do lado de fora do quarto. Parecia que havia gente se aproximando, e eles estavam prestes a abrir a porta.

Antes que Quitéria pudesse reagir, Lincoln a puxou para seus braços. Os dois rolaram na cama e ficaram enrolados pela coberta. O homem arrancou o vestido dela e jogou-o no chão. Em seguida, ficou por cima dela e a pressionou para baixo.

Então, sem a menor hesitação, abaixou a cabeça e beijou Quitéria. Nesse instante, a porta se abriu!