Luíza
Sinto um ventinho frio que chega a arrepiar a pele, abro os olhos devagar percebendo que dormimos demais, pois o sol quase já se pôs e o clima esfriou um pouco, olho pra Lucca que ainda dorme tranquilo e começo a passar a mão no seu rosto, contornando seu maxilar perfeito, sua barba por fazer, por fim descendo para o seu peitoral vendo seu corpo reagir ao meu toque. Deixo alguns beijinhos no local e sussurro:
—Acorda dorminhoco, já está quase escurecendo — ele não abre os olhos, mas resmunga.
—Está tão bom aqui nesse sofá, com você deitada em mim — sorrio, porque realmente está ótimo.
—Eu sei que está, mas vamos levantar e nos arrumar que temos um passeio para ir — falo e ele abre os olhos.
—Então vamos Ragazza! — Ele se levanta rapidamente do sofá me levando junto com ele e solto um gritinho.
Lucca me carrega no colo me segurando pelas coxas, eu entrelaço minhas pernas ao seu redor, rodeio seu pescoço com meus braços em quanto ele larga beijos pelo meu rosto, pescoço e vai indo em direção a escada, chegando no quarto ele me põe no chão.
—Adorei a carona! — Falo rindo.
—Quando quiser Baby! — Ele fala me abraçando e beijando meus cabelos.
—Vem, vamos tomar um banho rápido e nos arrumar. Estou animada para vermos filme e comer! — Lucca ri balançando a cabeça, mas me segue para o banheiro.
Tomamos um banho rápido, comigo esquivando a cada segundo das mãos bobas do meu querido namorado.
Como o tempo deu uma leve esfriada vou aproveitar para usar um blusão de tricô cor nude que eu trouxe, com uma calça jeans lavagem clara, cinto, uma bolsa e um salto confortável — a verdade é que já tem algumas coisas minhas aqui na cobertura e no meu AP tem uma cueca ou camisa dele perdidas — quando estou pronta, faço uma maquiagem super básica só para dar aquele ar de saúde as bochechas, máscara de cílios para realçar meus olhos e por fim prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto. Me olho no espelho aprovando o look, quando levanto o olhar percebo Lucca sentado no sofá do closet me observando, eu estava tão concentrada me arrumando que nem percebi que ele me observava.
—Está a muito tempo aí me assistindo? — Pergunto meio tímida, mordendo o lábio.
—Gosto de observar, você sabe disso, mas observar você é muito mais instigante... A propósito, gostei da roupa e amo quando prende o cabelo deixando seu pescoço assim, a mostra — ele fala ficando de pé me fazendo analisar sua roupa. Lucca é muito estiloso, se veste muito bem, não tem como negar. Ele vestiu uma calça jeans preta, camisa branca, uma jaqueta lavagem clara e para arrematar ele pôs um tênis branco. Está um gato! — Não me olha desse jeito Ragazza, que eu esqueço o cinema e te fodo aqui mesmo nesse closet! — Ele fala sussurrando com a voz rouca no meu ouvido, Santo Cristo!
—Hm, eer.... Vamos então, não é? — Falo me afastando dele em quanto ele ri do meu estado lamentável de hipnose.
Nós rapidamente chegamos na garagem onde ele como sempre, abre a porta do carro para que eu entre e entra logo em seguida.
—Então, sabe o que vamos assistir?
—Não sei.... Estava pensando em algo de ação, não sei se tem algum filme de super-herói passando — falo lembrando que não olhei direito os filmes em cartaz — espera que eu vou olhar pelo celular.
Pego o aparelho abrindo na página do cinema do shopping que vamos, vejo que está passando a live action de Rei Leão, qual a chance de eu resistir a isso? Eu não sou a fã número um da Disney, nem nada, estou mais para fã da Marvel, porém O Rei Leão é um clássico.
—Está passando o filme do Rei Leão, pode ser ele? — Pergunto fazendo uma cara fofa.
—Você disse agora pouco que queria filme de ação e do nada escolhe um filme da Disney? — Ele pergunta franzindo as sobrancelhas.
—É porque esse não é o desenho, é filme mesmo. Quero ver se é legal — falo fazendo bico.
—Você não vai desistir, não é? — ele fala tirando um pouco a atenção do trânsito pra me olhar negando com a cabeça — Tudo bem, vamos ver O Rei Leão e como você diz:"Que Deus me ajude!" — Ele repete o que eu tenho mania de falar me fazendo gargalhar com o drama.
—Vai ser legal, Loirinho! — Digo fazendo carinho em sua nuca e ele assente.
O resto do percurso até o shopping é feito até que bem rápido, entramos indo direto para o cinema, o filme começa daqui a uns dez minutos o que dá a chance de comprarmos besteiras pra comer em quanto assistimos. Compramos uma pipoca grande que dá tranquilamente para nós dois, refrigerantes e claro, chocolates. Nem espero entrarmos para abrir a primeira embalagem de KitKat.
—Sério isso Luíza? Espera entrarmos pelo menos!
—Estou com muita vontade de comer esse chocolate amor, não aguentei!
—Você está diferente... — ele para de andar me observando — acho que estou pegando pesado com você, está gastando tanta energia que está comendo dobrado!
—Não acho que pegue pesado comigo, só estou tendo um apetite maior, não vejo nada de anormal nisso — na verdade eu estou estranhando um pouco, porque apesar de amar comer eu nunca fui gulosa como estou ultimamente, mas não preciso dizer isso certo?
—Hm, se você diz... — entramos na sala de cinema, nos acomodamos e ficamos ali esperando o filme começar.
Como hoje é sábado a sala está bastante cheia assim como o shopping em si, as pessoas comem e conversam na espera para que comece. Mais um tempinho depois, o telão ascende pegando a atenção de todos. Começo a comer com Lucca prestando atenção até nos trailers — não me julguem, eu sou dessas.
O filme é lindo, assim como o desenho e me fez chorar igual uma idiota, até o Lucca se emocionou mesmo fingindo que nada aconteceu.
—Pobrezinho do Simba, nunca vou aceitar a morte do pai dele — falo ainda tocada pelo filme.
—Realmente é emocionante, mas já passou amor. Vamos lanchar? — Ele fala agarrando minha mão me fazendo sorrir igual o coringa — Só foi falar em comida que você esqueceu todo drama do filme — fala rindo e eu dou uma tapinha nele e ele me olha com aquele olhar predador.
—Desculpa? — Falo meiga.
—Quando eu pegar você e arrastar para qualquer lugar que seja, não diga que não avisei! — Realmente... Ele já me "ameaçou" muitas vezes quando bato nele, geralmente estamos em locais públicos, então ele releva. Sei que dá próxima ele vai fazer exatamente o que disse, meu Jesus!
—Está bem, vou me comportar — falo já me sentando na mesa — eu quero um duplo cheddar, batatinha grande e um milk-shake de chocolate com adicionais.
—Juro que ainda não sei para onde está indo essa comida toda! — Ele fala levantando para fazer nosso pedido na máquina.
Não demora para nosso lanche chegar e eu atacá-lo igual a uma desesperada.
—Você não atrapalhou nada meu amor, ele que é um bastardo do caralho. Não se preocupe tudo bem? Ele não vai ter a cara de pau de vir atrás de você e meus seguranças estavam longe o observando, provavelmente vamos saber pelo menos algumas informações atuais sobre ele, assim você fica mais tranquila.
—Tudo bem, mas não faz nenhuma besteira Lucca, deixa esse desgraçado para lá. Ele já me fez mal, você ouviu o que ele disse e deve ter percebido que ele não percebe o quanto é tóxico para dizer o mínimo.
Nos sentamos novamente voltando a comer, mas agora infelizmente o clima não estava mais leve como antes. Eu só queria ter uma noite tranquila com o cara que está me fazendo feliz em anos e aí encontro esse traste, que me deixou por muito tempo achando que eu tinha algum problema comigo, que me fez crer ainda mais que homem nenhum valia a pena, que me fez desacreditar de mim.
Terminamos de comer e seguimos para o carro de mãos dadas, porém cada um em seu próprio mundo, com seus próprios pensamentos. Sei que Lucca não gostou nada do que ouviu, mas não acredito que Jhon vá tanta me achar ou algo assim, hoje foi um acaso, um péssimo acaso, não quero que ele bote coisas na cabeça.
O caminho até a cobertura é feito no mesmo silêncio, só que mais confortável do que estava no shopping. Quando chegamos, vamos os dois, direto para o quarto dele. Já entro tirando minha sandália, roupas, tudo — me acostumei a dormir assim e a culpa é todinha do Loiro que me olha com os olhos azuis brilhando desejo nesse momento.
—Você está bem? — Ele pergunta tirando a calça e a boxer. Suspiro olhando o monumento que chamam de homem.
—Só estou mentalmente cansada.... Ver aquele cara me trouxe lembranças inclusive hoje eu vejo coisas que não via quando estava com ele — falo lembrando de como meu relacionamento com ele era tóxico e eu não percebia. Agora com o Lucca é tudo tão diferente.
—Você quer me contar? Se quiser, sabe que estou aqui com você, não é? — Ele diz se aproximado de mim agarrando meu rabo de cavalo, o desmanchando fazendo meus cabelos caírem feito cascata. Ele me olha bem nos olhos alisando minhas bochechas, não há nada sexual apesar se estarmos pelados. Só carinho e cuidado.
—É que hoje eu vejo claro como água, o quanto o que tivemos era tóxico — falo suspirando e ele me puxa para sentar em seu colo na beira da cama — Quando namorava com ele, eu vivia para fazer o que ele queria, o que ele gostava, até o que eu vestia tinha dedo dele. A única coisa que ele ainda esperou por mim de fato, foi para tirar minha virgindade, porque pelo menos abusar de mim ele não abusou, afinal eu dei consentimento, mesmo me sentindo pressionada.
—Até nisso ele interferiu Luíza, se você pensar bem vai ver que talvez só tenha se entregado a ele porque ele vinha insistindo — Lucca fala alisando minhas costas me fazendo pensar nisso.
—Ele realmente me comandava em tudo, não é? — Pergunto caindo no real de que ele me manipulou até para transar comigo — Ainda bem que você apareceu, você me fez votar a vida aos poucos Loirinho! — Falo me emocionando um pouco, afinal ele que me tirou aquele bloqueio todo, o medo de tentar. Olho fundo nos seus olhos sabendo que o que eu vou dizer pode mudar tudo, mas eu preciso falar — Eu te amo Lucca! — Ele fica estático olhando para mim e eu já começo a me recriminar por ter dito isso.
—Repete Luíza, repete por favor! — O olho com a testa meio franzida.
—Eu te amo Lucca Bianchi!
—Caralho Baby, como é bom ouvir isso de você. Puta que pariu, eu também te amo Luíza! — Ele fala arrastando uma mão para minha nuca, a outra se destina a apertar minha cintura e toma minha boca num beijo diferente de todos que já demos até hoje. É um beijo tranquilo, cheio de amor, nossas línguas dançam numa valsa lenta saboreando cada canto da boca um do outro, eu passo as unhas devagar em sua nuca e suspiramos juntos, parando o beijo aos poucos com selinhos molhados — Vamos dormir meu amor, vem.
Nos deitamos na cama um de frente para o outro numa bolha só nossa, num momento inteiramente nosso. Lucca me puxa pela cintura me fazendo entrelaçar minhas pernas nas dele, sinto seu membro grudado em mim, porém não existe a necessidade louca de um sexo alucinante. Nós não dizemos nada. Ele beija minhas bochechas, meu nariz, meus olhos, cada lugar do meu rosto em quanto desce uma de suas mãos para minha perna a erguendo um pouco. Sinto que ele está muito pronto e já sei no que isso vai dar, mas está tudo tão.... Diferente.
Lucca me olha tão profundamente que parece enxergar minha alma, ele me provoca algumas vezes entre minhas dobras que já se encontram inundadas e olhando no fundo dos meus olhos ele vai se movendo lentamente, nos fazendo soltar suspiros longos. Ele parece não ter pressa e eu também não estou com pressa alguma. Prendo minha perna esquerda a sua cintura dando mais acesso a ele que investe fundo dentro de mim, porém numa lentidão torturante e gostosa. Nós nos beijamos a todo o momento, nossas mãos passeiam pelo corpo um do outro com necessidade de sentir cada pedaço de pele existente. Eu ondulo meu corpo lentamente de encontro as investidas que agora estão mais firmes e até mais rápidas, não existem gemidos escandalosos, t***s, mordidas, puxões, nada, só nossos corpos numa fricção sensual, meu corpo espremido ao tórax dele, nossas bocas se procurando a todo instante como uma necessidade absoluta de todo contato possível e nesse ritmo, nós nos libertamos juntos gemendo baixinho na boca um do outro como se fosse um segredo.
Meu ventre queima, minhas paredes internas se contraem com força e sinto minha pele arrepiar por inteiro. Ele não está tão diferente de mim, olhos fechados, cabelo bagunçado, boca entreaberta e cenho um pouco franzido, é uma cena digna de um quadro — suspiro pesado tentando buscar o ar para os meus pulmões.
Lucca me abraça com possessividade, com devoção e... Amor! Ele se afasta para olhar para mim e não precisa dizer nada porque eu sinto exatamente a mesma coisa que ele. Nós acabamos de fazer puro e simples amor, gostoso e lento. Dou mais um beijo nele enfiando meu rosto na curva do seu pescoço logo depois, sentindo seu cheiro amadeirado maravilhoso misturado ao nosso cheiro natural. Ele não sai de onde está, é uma coisa que já é uma marca nossa e eu gosto de sentir ele me preenchendo. Ele alisa meus cabelos, sinto sua outra mão alisar a perna que permanece ao seu redor e aos poucos vai saindo da posição que estava lentamente, deixando a sensação de vazio tomar conta de mim. Lucca tira minha perna da sua cintura, nos aconchegando um ao outro novamente o que faz a sensação de pertencimento voltar instantaneamente, puxa o lençol cobrindo nossos corpos, apoia a cabeça acima da minha e eu já vou sendo levada para um sono profundo. Ainda assim, o escuto dizer:
—Eu te amo meu amor, dorme bem! — Assim eu apago totalmente. Feliz e me sentindo realmente amada.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu CEO Dominador
Ué, cadê o resto do livro ?...
Ué, concluido assim, 4 capitulos?...
Mas capítulo por favor...