Lucca
O dia está quase amanhecendo, depois que me acalmei um pouco, entrei em contato com a médica que acompanha a gestação da minha Feiticeira e ela prontamente se deslocou para esse hospital. Todos vieram para o hospital assim que ficaram sabendo do acidente que houve com a Luíza. Alguns estão cochilando encostados nas cadeiras, mas eu só consigo pensar nela e no porquê de tanta demora para que venham nos dizer algo.
—Como está? — Luigi se aproxima da cadeira que estou, perguntando.
—Morrendo a cada segundo que passa sem saber o que está acontecendo com minha mulher e filho — falo sincero e talvez tenha soado um pouco rude, mas não há outra maneira que eu consiga falar neste momento.
—Imagino, mas tente pensar positivo Lucca. As demoras as vezes podem ser por bons motivos, como conseguir deixá-los bem e sem nenhuma sequela. Nós não sabemos em que estado ela chegou aqui, então só pensa positivo cara, em breve a médica vai aparecer — aceno minimamente com a cabeça. Entendo que meu primo queira que eu pense positivo, mas como se pensa positivo quando não se sabe nem o que está acontecendo?
O silêncio volta a ser total na sala de espera que nos trouxeram depois que a recepcionista descobriu nosso sobrenome. Ninguém quis ir embora antes de termos notícias, nem mesmo meus pais e tios que ainda estão na cidade.
O tempo passa e finalmente vejo a Dra. Olivia e um médico se aproximando de onde estamos, não consigo decifrar suas fisionomias, eles são treinados para permanecerem calmos diante de qualquer situação o que me deixa frustrado e mais ansioso.
—Familiares de Luíza Milani? — A Dra. fala assim que chega perto o bastante e todos se levantam. Inclusive os que estavam cochilando.
—Somos nós, Doutora! — Respondemos todos juntos, mas ela já sabia, pelo menos de mim.
—Sou o namorado e pai do bebê — trato logo de me identificar em meio às dez pessoas que se encontram junto comigo. O médico que ainda não conheço acena. A Doutora respira fundo antes de tomar uma postura mais ereta.
—Esse é o Dr. Sloan que me auxiliou nos cuidados com a Srta. Luíza — a Doutora Olivia apresenta, mas eu só quero notícias.
—E o que aconteceu? Como eles estão? — Pergunto logo de cara, isso é o que mais me interessa no momento.
—A senhorita Milani deu entrada neste hospital inconsciente e com um sangramento que até então não se sabíamos de onde vinha. Os paramédicos fizeram os primeiros socorros, mas só aqui com a ajuda dos equipamentos necessários foi que pudemos saber melhor o que estava acontecendo — ela explica e cada um de nós a ouve atentamente — A paciente bateu a cabeça causando um traumatismo craniano leve, mas o sangramento foi decorrente de uma hemorragia causada pelo impacto da batida. Acontece que os impactos recebidos pelo carro devem ter sido bastante fortes, pois ocasionou um descolamento prematuro da placenta que neste caso está relacionado a gravidade do acidente. Assim que descobrimos sobre a gestação começamos a monitorar os dois, prestando bastante atenção no que o corpo dela estava nos dizendo, pois na gestação o corpo da mulher pode alterar vários parâmetros morfológicos e funcionais no organismo materno. Foi identificado o descolamento prematuro da placenta, que explicou imediatamente a hemorragia interna, pois a mesma decorre de um enorme coágulo que se forma entre a placenta e a parede do útero endurecido provocando uma contração permanente, esse sangue pode ficar retido ou causar um sangramento que foi o caso dela. É uma complicação obstétrica bastante complicada ocorrendo em média um a dois por cento, ainda mais em pacientes que não apresentam nenhum tipo de alteração, como hipertensão, mas ainda assim pode acontecer. A orientação é estabilizarmos a gestante para poder dar a atenção devida ao feto, mas mesmo assim nós o monitoramos a todo instante — minha angustia só cresce a cada palavra dita — a paciente está bem, mas no momento se encontra em estado de coma induzido, pois a perda de sangue foi bastante significativa e ela deve descansar o máximo possível para se reestabelecer — todos soltamos suspiros aliviados mesmo que ainda preocupados, afinal ela está viva e ficará bem, sei que vai.
—Meu filho Dra., como ele está? — Um susto já foi, mas ainda preciso saber do bebê.
—Nós fizemos tudo que estava ao nosso alcance, mas o feto estava em formação e a oxigenação é muito exigida tanto para o bem-estar dela quanto para o dele o que foi bastante comprometido por toda a situação, essa foi uma das razões que dificultaram a permanência da gestação. Sinto muito! — Escuto tudo o que ela fala, sua voz é doce e calma, como se quisesse passar algum tipo de conforto.
—NÃO! — Grito alto olhando dela para o médico que abaixa a cabeça — MEU FILHO NÃO PODE TER MORRIDO. NEM CHEGUEI A CONHECÊ-LO, A LUÍZA NÃO MERECE ISSO, NÓS NÃO MERECEMOS! — Grito em meio as lágrimas que descem à vontade.
Sinto uma mão em meu ombro e não preciso virar para saber que ela pertence ao meu pai, ele me puxa para ele me abraçando o mais forte que consegue em quanto o meu choro sofrido é ouvido por cada pessoa presente no ambiente. Minha cabeça parece que vai explodir a qualquer momento, meus ouvidos estão escutando apenas zumbidos distantes das vozes dos nossos amigos e familiares. Sou levado a sentar novamente na m*****a cadeira, meu irmão aparece com um copo d'água e quando levanto a cabeça nossos olhos se encontram, apesar de não ter externado como eu, seus olhos estão tão vermelhos quanto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu CEO Dominador
Ué, cadê o resto do livro ?...
Ué, concluido assim, 4 capitulos?...
Mas capítulo por favor...