Todos os convidados cantaram parabéns a você em volta da menina com cachos dourados. Marcelly parecia ter esquecido a falta que sentia da mãe biológica.
Nicole beijou as bochechas avermelhadas da filha que estava em seu colo.
— Agora apague as velinhas e faça um pedido!
A menina fechou os olhos e soprou, mas a vela não apagou. Fez o pedido novamente, desta vez, soprou um pouco mais forte do que antes e apagou a chama.
— Eu pedi para ver a maman — disse o sotaque infantil.
Alexander e Nicole trocaram olhares. Ela colocou a menina no chão e cortou o bolo em fatias enquanto Lana distribuía nos pratinhos descartáveis de cor rosa.
Meia hora depois, Nicole pediu para que a governanta verificasse se todos comeram o bolo. Estreitou os olhos para Claire que estava toda sorridente ao lado de Henry. Desviou o olhar para o resto dos convidados e prometeu a si mesma que não permitiria que aquela desconfiança destruísse a felicidade por comemorar mais um ano de vida de sua filha.
Era quase 8 horas da noite quando Nicole se despediu de alguns convidados. Voltou para ajudar Jenny e Rosa que limpavam a bagunça e colocavam os móveis no lugar.
Lana levou as crianças para o quarto e cuidou delas até que Nicole e Alexander saíssem da reunião de última hora convocada pelo doutor Albuquerque.
Em passos lentos, Nicole seguiu pelo corredor estreito ao lado de Alexander e Jenny que especularam sobre os motivos que levaram Henry a solicitar a presença deles.
— Ainda bem que não tenho sogro — falou Jenny entre risos.
— Eu não tinha, mas do nada o Henry ressurgiu.
— Alexander, pare de falar do meu pai — reclamou Nicole.
Um sorriso relaxou a expressão tensa de Nicole e suavizou as linhas de sua boca com as zoeiras entres os dois a caminho do escritório. Jenny e Nicole atravessaram a porta, mas Alexander ficou parado na entrada com uma expressão pétrea.
— Por que a Claire está aqui?
— Entre, Alexander! — Ricardo ordenou ao filho.
A cadeira de rodas de Alexander movimentou-se até o outro lado da mesa onde Nicole se acomodou.
— Ela não faz parte da diretoria — retrucou Nicole.
— É sobre isso que vou falar, filha! — Henry se levantou. — No período que o seu esposo ficou em coma, você se revelou uma imponente diretora-executiva.
— E? — Nicole ergueu o queixo.
— Eu verifiquei a planilha das despesas com o projeto.
— A Jenny e eu tratamos desse assunto na última reunião. — Nicole se remexeu na cadeira e juntou as mãos sobre a mesa. — O doutor Kim está ciente e isso não se repetirá.
— Não mesmo! — Doutor Albuquerque alisou os pelos grisalhos do cavanhaque. — A partir de amanhã a Claire ficará responsável pela parte de compras e supervisionará o projeto.
— E quanto ao David? — perguntou Jenny.
— Ontem eu conversei com o doutor Kim. — Ricardo limpou a garganta. — Ele concordou com essa mudança e garantiu que vai continuar trabalhando no projeto com os médicos voluntários.
Nicole fitou a mulher que exibia um sorriso no canto dos lábios. Os olhos amendoados apertaram, imaginou como Claire ficaria se ela esfregasse a mão no batom vermelho e espalhasse por todo o rosto assim como fez com Isabella.
— Esqueceram de perguntar se eu concordo? — Alexander se intrometeu. — Não sei se o senhor se lembra — projetou o queixo proeminente —, mas eu ainda sou o sócio majoritário dessa empresa.
Nicole segurou a mão de Alexander e apertou, fitou a testa vincada do marido.
— Sua mãe e eu vendemos parte das nossas ações para o Henry depois do divórcio — revelou Ricardo.
— Isso quer dizer que o Henry manda na porra toda?
O silêncio se instalou entre os presentes. Jenny olhou para as mãos entrelaçadas sobre o colo e sacudiu a cabeça.
— Sim, Alexander! — replicou com um tom hostil. Henry olhou para a filha do outro lado da mesa. — E em breve a Nicole ficará em meu lugar.
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