Minha Amada Ômega romance Capítulo 108

ZEDKIEL.

"Talvez eu possa me esgueirar e ver se tem alguma coisa presa lá dentro..." Ziahra diz, caindo de joelhos e olhando pela pequena abertura.

"Nenhum de nós vai caber lá." Eu digo, completamente ansioso.

"Você pode até ser a menor de nós, mas acho que esqueceu que essa raba está longe de ser pequena." Kash diz, ainda a encarando por trás.

"Se manda." Ela rosna para ele, o empurrando bem onde está ferido.

Ele xinga enquanto segura seu ombro e olha para frente de novo, afastando o olhar dela.

"Forçar não vai adiantar, o lugar todo já está aos escombros." Ela continua, olhando para o alto.

"Vamos tentar arrancar o resto." Sugiro, largando a mão de Evelyn enquanto ela se afasta, ainda quieta, para ver a cena.

Foi necessário nós quatro para arrancar a entrada da pedra, puxando e empurrando as pedras que deveriam se reposicionar sozinhas.

Ouço algo estalar e quebrar e as pedras começam a se mover novamente, nos afastamos para ver a abertura se revelar.

"Graças aos deuses, foi." Ziahra comemora.

"Mais um trabalho manual, já estava quase desistindo, esqueceu?" Kash a lembra, de forma arrogante e meio estranha.

"E duvido que você tenha ajudado muito, com esse machucado aí, você é bem inútil." Ela o provoca de volta, enquanto volta a atenção para a abertura no chão.

Aquela escuridão que posso sentir, a vibração sinistra e arrepiante deste lugar ficando mais forte.

"Então, vamos decidir no palitinho quem vai primeiro?" Kash faz uma piada e exala, sem mais o que brincar.

Ele realmente não sente a presença terrível daqui? Ou será que só a ignora?

"Eu vou primeiro então." Ele oferece, passando por Ziahra antes dela dar o primeiro passo, sem deixar de abrir um sorriso debochado para ela.

"Espero que caia e quebre a cara." Ela joga praga.

"Tem certeza que quer desfigurar esse lindo rosto?"

Sério, que p*rra é essa entre eles?

Ele dá os primeiros passos com confiança. Ziahra sobe lentamente no primeiro degrau, a pedra desmoronando sob seus pés.

"Quer segurar minha mão?" Kash pergunta, olhando para ela com um sorriso malicioso.

Ela levanta uma sobrancelha. "Não, obrigada, estou perfeitamente bem. Não me diga que está com medo?" Ela franze a sobrancelha.

"Claro que não, seja lá o que estiver aqui, essa coisa que deveria estar com medo de você." Kash rebate. "Até os mortos se levantam para correr de você."

"Continue falando e você vai rolar escada abaixo." Ameaça, lhe dando um leve empurrãozinho.

Ele rosna, se agarrando nas paredes para não cair, e juro que ouvi até Evelyn rir disso.

Olho para ela e depois de volta para a entrada, o peso da situação mais uma vez caindo sobre todos nós.

Ziahra fica quieta, seguindo Kash, seu outro vampiro logo atrás.

Eu entro em seguida e Evelyn hesita antes de se aproximar.

"Vai ficar tudo bem, eu juro." Eu a asseguro.

Ela assente, ainda com conflito no olhar.

As escadas não tem fim e não solto Evelyn durante todo o trajeto, ela fica logo atrás de mim.

Assim que finalmente chegamos ao fundo, Ziahra diz uma única palavra, e tochas presas em arandelas ganham vida, banhando de luz toda a área em que estamos.

Mas uma rápida olhada ao redor deixa claro que não estamos em uma câmara qualquer, e sim uma cripta dentro do templo, das mais sinistras.

"Meu santo inf*rno..." Kash murmura quando olhamos as doze tumbas ao redor da sala. Cada uma com um pedestal de meio metro, cheios de selos e inscrições antigas.

Onze estão selados, mas um está aberto, com a tampa apoiada no túmulo, a cripta que combinamos mais cedo.

"É aí que você vai me colocar?" Evelyn pergunta e, pela primeira vez, acho que consigo ver medo em seus olhos quando ela dá um passo para trás.

"Ainda não." Ziahra responde enquanto vai até o altar no centro das doze tumbas.

"Ainda." Evelyn repete, respirando fundo enquanto Ziahra começa a acender algumas velas antigas ao redor do altar.

"Isso é magia em uma cripta? Não sei não, parece magia negra para mim." Kash comenta.

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