Minha Amada Ômega romance Capítulo 118

KASH.

Mais dois dias se passaram, nós viajávamos principalmente de carro desde então, sem parar. Mas, algo não parecia certo e Ziahra foi inflexível em aceitar que parássemos para passar a noite.

A decisão foi abrupta, porém ninguém questionou e também não consegui um tempo a sós para lhe perguntar o que estava acontecendo.

Na verdade, essa era última das minhas preocupações, pois Evelyn não comia e se recusava a falar, ela limitava-se a balançar a cabeça quando falavam com ela. Era como se ela não quisesse falar com ninguém.

Já Zarachiel estava tão arrogante como sempre, sequer parecia incomodado com o silêncio dela.

Ragnar disse que ela estava chorando após a conversa dela com Zarachiel, isso me fez pensar se ele disse algo que a magoasse.

Eu o tinha observado nos últimos dias e quando mais o analisava, menos gostava dele. Para mim, parecia que ele era a única coisa ruim em Zedkiel.

"Você está bem?" Perguntei a Evelyn, enquanto ela se acomodava na cama do quarto, no motel em que paramos para descansar.

Ela apenas assentiu, sem dizer nada.

"Quer conversar sobre o que está incomodando você?" Eu perguntei com cautela.

"Não é nada." Ela disse, olhando para a porta e depois para o chão.

"Tudo bem... Adonis vai cuidar de você durante a noite, ou até que Ziahra retorne, vocês vão dividir o quarto." Eu falei enquanto olhava para meu irmão. Quase não conversamos, mas já o flagrara várias vezes me observando.

Mas se ele achava que iria me incomodar, então ele só podia estar delirando.

"Kash." Ele disse quando me levantei para sair do quarto.

"O que foi?" Eu indaguei.

"Talvez devêssemos pedir ajuda ao Alfa Godric Astorath, ele é da família de nossa mãe..."

"Não." Eu rosnei, meus olhos faiscaram enquanto o encarava. Ele franziu o cenho ligeiramente e assentiu.

"Foi só uma sugestão."

"Uma bem estúpida." Eu disse, aquele homem machucou minha irmã. Nunca pedirei a ajuda dele.

Então saí, fechando a porta atrás de mim.

Nós tínhamos parado em um motel para passar a noite, por ordem de Ziahra, assim fui para o meu quarto ao lado para tomar uma ducha.

Quando abri a porta da frente, para olhar o céu nublado e sem estrelas, escutei o som de uma conversa abafava e o senti o aroma de cerejas e chocolate.

Ziahra?

Ela deveria estar de guarda com Blade naquela noite... e eu odiava esse cara, mas ele não estava à vista...

Eles estavam tão relaxados, pois pensavam que todos nós estávamos drogados, no entanto, Ziahra não me droga já fazia um tempo... Ragnar e Evelyn também.

"… por favor. Eu sei o que estou fazendo." Diga ao Senhor Exodus que não irei decepcioná-lo.” Escutei a voz de Ziahra.

Desde quando ela se dirigia a ele como Senhor? O desconforto me preencheu e eu voltei para dentro, não queria ser visto por ninguém.

Contudo, mantive a porta entreaberta, ouvindo em silêncio a conversa.

Não sabia com quem ela estava falando ou o que estavam dizendo, mas a voz dela era suave, porém calma. Além disso, havia certo tom de urgência.

"Em três noites ele o terá. Como está minha mãe?" Ela perguntou.

"Viva." Eu ouvi a voz profunda.

Então, fez-se silêncio e de repente escutei o som dos saltos dela se aproximando e me afastei da porta.

"Eu posso sentir seu cheiro." Ela disse baixinho.

"Acabei de tomar banho, não sabia que ainda estava fedendo. Será que preciso de outro banho?" Eu provoquei, abrindo a porta.

Ela estava preocupada, mesmo que seus olhos me examinassem de cima a baixo, ou quando sua língua passou rapidamente pelos lábios à medida que seu olhar se fixava na minha calça de moletom. Assim, ela inspirou de modo profundo antes de cerrar os olhos.

"Sim, você precisa, desta vez faça um trabalho melhor." Ela falou com certa arrogância.

"Bom, já que não sei como, quer me ajudar?" Essas palavras saíram de modo espontâneo e impensado.

Assim, esperava que ela me desse uma resposta atrevida, porém ela apenas suspirou e cruzou os braços.

"Talvez outra hora." Ela respondeu, me surpreendendo.

"O que houve?" Perguntei, à medida que meu sorriso desaparecia e a observava com mais atenção.

"Ele está nos observando e acho que não confia mais em mim." Ela alertou.

Eu franzi a testa e fechei a porta. Então, segurando-a pelos cotovelos, a virei para mim.

"Por que você acha isso?" Questionei, tentando esconder o desconforto que eu estava sentindo.

Se ela estava preocupada, então devia ser sério.

"Eu tenho certeza. Ele enviou alguém até mim hoje, um dos Dark Crows, isso por si só já é um sinal de sua desconfiança. Escute, precisamos mudar o plano. Eu sei que Zedkiel pediu para continuarmos e agirmos como se tudo estivesse bem, mas não podemos seguir assim. Todos vocês vão morrer."

"Então o que devemos fazer?" Eu perguntei.

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