Minha Amada Ômega romance Capítulo 140

EVANGELINE.

Danciana e Maryka se levantam lentamente, a julgar pelo quão pálidos estão seus rostos, não esperavam por isso. Deixo minha aura solta, fluindo ao redor, e ninguém se move. Creio que nem precisava usar meus poderes, eles vão se curvar a qualquer simples ordem, podem sentir quem eu sou, só minha presença já basta.

"Você devia ter vergonha de ter jogado seu próprio parceiro na prisão e o trair desse jeito." Digo friamente para Maryka. "Mantenha sua boca fecha até eu mandar você falar."

Seus olhos brilham, lábios tremendo de raiva, mas ela não consegue discutir comigo.

"Essas terras um dia pertenceram aos Night Shade. Está cometendo um erro, Evangeline, lembre-se de que o Rei ainda vive, então você não tem jurisdição aqui." Danciana me diz com ousadia, por mais que pareça calma, está aterrorizada por dentro, sinto isso. "E eu estou agindo em nome dele."

"Oh, eu certamente estou, e quando o Rei vir falar comigo, só então eu o responderei, mas alguém agindo em nome dele? Ele jamais se curvaria a outra alcateia?" Rosno para ela.

Ela se encolhe, seus olhos percorrendo a sala enquanto avanço em sua direção.

"Você, como Luna do Rei, deveria representá-lo! Não negar suas crenças."

A cada passo, presto atenção ao meu arredor, percebendo que mais que metade dos homens dela usam o símbolo da alcateia Night Shade.

"Ela é uma traidora... Prendam-na!" Danciana grita, dando um passo forçado para trás.

Mas ninguém se move, e eu a alcanço, erguendo a mão, arranco a coroa que ela usa da cabeça, a jogando no trono atrás de Danciana.

Suspiros enchem a sala e até Danciana está visivelmente tremendo ao perceber que não consegue se mover, meus olhos brilhando, a desafiando a me opor.

"Luna Evangeline!" Exclama Philip. Encaro aquele membro da corte do Rei, o silenciando no mesmo instante.

"Uau, ser uma deusa realmente faz qualquer combate ficar um tédio de tão fácil." Ragnar comenta, e eu quase rio disso.

"Tranquem as traidoras, Danciana e Maryka Vilkas, nas masmorras onde permanecerão até que suas sentenças sejam decididas!" Anuncio, com os olhos brilhando.

Provavelmente há traidores aqui que não desejam me ver como rainha, ou alguns forçados ou obrigados a servir a Rainha Luna, ou devo dizer Ex-Rainha.

"Está comentando um erro. SEUS TOLOS! A TRAIDORA É ELA!" Drystan de repente irrompe de ódio.

"Oh, cale a boca, você que escolheu o lado errado." Ragnar rosna para ele.

"Tranquem os príncipes gêmeos também." Comento friamente, sem levantar a voz, mesmo que todos tenham me ouvido. "Onde está o Rei? Preciso falar com ele, os outros príncipes, o Beta e Kash Donovan. Onde eles estão?"

"O Rei está na ala hospitalar, minha senhora. O resto da família real que se opôs a Rainha, o Beta, Gamma e suas famílias, junto de outros da corte, foram encaminhados para as masmorras de tortura." Uma dos guerreiros diz, se curvando diante de mim.

Cerro a mandíbula, me virando e saindo do corredor.

"Ragnar, por favor, encontre o Beta e o resto deles, convoque uma reunião de emergência com todos nas masmorras. Quanto aos membros do conselho que se aliaram a sua mãe... Prendam-nos até segunda ordem."

"Claro, e para isso, vamos viajar como lobos?" Ele pergunta.

Eu concordo. Não posso arriscar usar o portal para todos. Voltarei primeiro, mas antes disso precisava ver Ambrose, sinto um desconforto em mim, me pressionando a ser rápida. Corro até a ala hospitalar, assim que sinto o cheiro do Rei por perto.

Entrando na área silenciosa do hospital, sigo meu nariz até chegar à porta do quarto dele. Dois guerreiros estão de guarda nas portas. "Afastem-se." Ordeno a eles, ambos imediatamente obedecem, mesmo preocupados.

Abrindo a porta, paro quando vejo o Rei adormecido. Mas é o estado dele que me choca mais que tudo.

Ele está ligado a uma máquina e bolsas de sangue. Seu corpo está cheio de feridas e hematomas, quem quer que tenha o enfrentado, o deixou gravemente ferido...

A raiva irrompe em mim só de vê-lo assim.

'Ele lutou bem.' Evelyn comenta.

'Quem quer que tenha tocado o Rei ou tenha qualquer informação sobre o que aconteceu, quero que me informe.' Digo por meio da ligação mental com a alcateia e de deusa, para todos os lobos daquele lugar.

Meu coração está disparado enquanto olho para o Rei, respirando fundo e trêmulo.

Ele está pálido e seus batimentos cardíacos são quase nulos. Passo pela sala, meus passos ecoando, e ponho a mão em sua testa.

Sua hora está chegando cada vez mais cedo... Posso sentir a morte se aproximando dessa sala.

Fecho os olhos, hesitando quando estou prestes a invocar meus poderes. Mas no fundo, sei que se fizer isso, estarei mexendo com o equilíbrio entre a vida e a morte... Ele já está a beira de partir para o outro plano, o que significa que está sob a jurisdição de outro deus... O próprio deus da morte em si, Hades.

'Você não pode.' Luna diz com tristeza, quando penso em salvá-lo.

'Eu sei.' Digo com pesar na voz.

Suspirando, olho para o rei. Ele tem sete filhos, mas em seu leito de morte nenhum pôde vê-lo.

'Ragnar... Odeio te dizer isso, mas seu pai está em leito de morte, por favor, venha ficar ao lado dele.' Digo para ele mentalmente. 'Se puder, traga Alcazer e Chasyn também, por favor, não demore.'

Há silêncio na ligação mental, mas sei que ele me ouviu.

'Certo. Só Alcazer e eu então... Chasyn não está em condições para vir junto.' É tudo que escuto Ragnar dizer, sua voz fria como gelo. Me pergunto se o choquei com o que disse...

"Eu sinto muito." Sussurro, olhando para o Rei, incapaz de conter as lágrimas que escorrem pelo meu rosto.

'Não chore, todo mundo morre.' Evelyn comenta, em sua própria tentativa de me confortar, do jeito duro dela.

Não posso deixar de sorrir com suas intenções mesmo assim.

'Eu sei, mas ele foi um bom rei.' Sussurro, querendo que Zedkiel estivesse aqui. 'Era uma daquelas poucas pessoas que tratou e viu Zedkiel como uma pessoa, e não como um monstro ou um erro.'

'Sim, ele era um bom pai...' Evelyn responde quando uma de minhas lágrimas cai no rosto do Rei.

Limpo seu rosto com meus dedos e só então seus olhos se abrem, o que me faz querer desejar que, de alguma forma, ele esteja bem, mas sei que é uma esperança em vão.

Ele leva um momento antes de me reconhecer.

'Achei que... Iria me encontrar com a Deusa da Luna.' Ele diz com a voz calma e um fraco sorriso, não pude deixar de retribuir o sorriso, mesmo que meu coração esteja se partindo. Seus olhos tremem, me pergunto até onde ele sabe.

"Sou só a Evangeline." Sussuro. "Sua nora."

"Queria que tivéssemos mais tempo, mas infelizmente, a morte tem seus planos." Ele diz, respirando fundo.

Acaricio seu rosto com uma mão. "Vossa majestade..." Digo murmurando, sem saber o que mais dizer.

Sua frequência cardíaca está diminuindo e aumentando, fazendo meu nervosismo aumentar.

O tempo é curto, anda, Ragnar!

Ele olha em volta, seus olhos ficando mais sombrios. "Onde... Onde estão todos?" Pergunta confuso.

"Alguns deles estão vindo." É tudo que murmuro.

Até onde ele sabe do que aconteceu? Ou o que se lembra.

"Ah... Zedkiel? Onde ele está?"

"Não está aqui." Digo com dor, querendo mais que tudo que estivesse.

Eu balanço minha cabeça. "Tomem um tempo para lamentar e prestar luto ao seu Rei." Digo com a voz séria e coração apertado.

O que direi ao Zed? Como vou contar a ele que seu pai se foi e ele nem pôde ver?

Alguns minutos se passam antes que os irmãos saiam do quarto do hospital, ambos parecendo sombrios.

"Como estão a Amora e a Kayla?" Pergunto para Alcazer depois de um tempo.

"Vivas." É tudo que diz, e Ragnar franze a sobrancelha.

"Ordenei aos guardas que trouxessem todos para o hospital." Ragnar diz, suspirando e apontando para o corredor.

"Quem mais está aí?" Eu pergunto.

“Kayla, Amora, Kash, o Beta e o Gamma, junto das famílias deles. Adonis está em um péssimo estado, acho que ele lutou pelo caminho até aqui... Depois, tem a Lucia e Alistrair, acredite ou não. Ômegas."

"Lucia?" Pergunto, meu coração disparando de surpresa.

Ele assente brevemente.

"Ela tentou proteger Chasyn de Maryka e acabou quase morta." Alcazer me diz. "Se Kash não tivesse intervido, teria morrido para ela."

Me sinto extremamente preocupada enquanto ando rápido para o resto da ala médica.

As portas da enfermaria se abrem e entramos. Há várias camas e vejo Kayla instantaneamente sentada na cama, balançando a cabeça para algo que a enfermeira acabou de dizer.

"É, além disso, tem mais uma coisa que você deveria saber sobre a Lucia." Ragnar me conta depois que entro.

Levanto uma sobrancelha, mas ele não explica mais nada, simplesmente se virando para a esposa.

"Que bom que acordou." Ragnar diz para ela, Kayla se vira e olha para ele, sinto seu coração bater mais rápido ao vê-lo.

"Você está ótimo." Ela diz, o encarando.

"Não parece muito animada." Ele responde com mau humor, indo até ela.

Ela inclina a cabeça antes de se levantar e passar os braços em volta do pescoço dele com força.

"Estou muito mais que animada." Ela sussurra.

Evelyn ri amargamente.

'Casal clichê.' Ela ri enquanto os dois se abraçam.

'Eles vão ficar bem juntos.' Comento com um sorriso.

'Sim.' Ela responde de má vontade, mas sou só eu ou ela parece meio soturna com isso?

Então, de novo, é da Evelyn que estou falando. Ela sempre muda de humor muito rápido.

Volto minha atenção para Kash, que está se mexendo, Chasyn está realmente em um péssimo estado, deitado inconsciente, então finalmente encontro Lucia, seus longos cabelos loiros pintados de vermelho por sangue seco. Mal a reconheço graças aos inchaços e hematomas brutais em seu rosto, que fazem minha ira queimar dentro de mim pela revolta.

Maryka bateu nela com violência, uma selvageria.

Ela ainda está inconsciente e em um estado horrível, mas o que me choca é a curva inchada em sua barrida, junto com o som de algo delicado nela, o de uma delicada e leve batida cardíaca, de um filhote não nascido ainda...

Ela está grávida.