Minha Amada Ômega romance Capítulo 141

EVANGELINE.

Olho para Lucia por um momento, cobrindo a cortina parcialmente por ela para lhe dar privacidade. O médico me garantiu que o bebê está bem, o que me deixa aliviada... Mas também confusa. Ela ainda tem o cheiro de Chasyn, o que significa que a criança é dele, mas ela não disse que, desde a Maryka, eles nunca mais foram íntimos?

Então, será que alguma coisa acabou acontecendo entre eles? Lembro do jeito que ela esteve se comportando das últimas vezes que a vi, pode ter sido por causa da gravidez?

Sim, poderia ter sido... Está claro que ela ainda está nos primeiros meses de gravidez. Olho para Chasyn, antes de olhar para seu rosto de novo, pondo a mão na barriga dela e lhe transmitindo um pouco da minha cura, satisfeita quando a dor em seu rosto parece se relaxar mais um pouco.

Mas tomo cuidado para não usar muito, não devo e não posso.

No momento em que sinto uma leve mudança no estado dela, paro imediatamente.

Olho para Kash, que está nos observando. Ele não pode vê-la nas cortinas, mas me ver neste ângulo.

'Você salvou ela.' Eu digo.

'Faria isso por qualquer um.' Ele responde enquanto vou até ele.

'Como um verdadeiro Beta.' Comento.

Ele balança a cabeça para mim, como se desculpasse. Está em um estado bem melhor que Alcazer, por mais que eu tenha percebido logo que ele não é mais um lobisomem, e sim um híbrido...

"Sinto muito por ter falhado com você." Ele diz, abaixando a cabeça para mim. Mas eu só balanço a cabeça.

"Não, você não falhou." Digo, pensando em como seu cheiro é familiar ao de Ziahra, por algum motivo...

Nossos olhos se encontram e meu coração dispara.

'Oh, eles com certeza estão metendo.' Evelyn me diz, se referindo a Ziahra, com um risinho. 'Viu? Eu te disse.'

'Somos parceiros agora.' Ele responde minha pergunta antes mesmo de eu dizer, sem nem precisar saber do nome.

Não posso deixar de sorrir. Não estou surpresa, mas fico feliz por isso.

'Parabéns. Me pergunto o que Zedkiel vai pensar disso quando perceber que seu melhor amigo acasalou com a sua irmã.' Respondo, o fazendo reprimir um sorriso.

'Oh, o Zed vai cortar o p*u dele fora!' Evelyn começa a gargalhar.

Reprimo uma risada enquanto Chasyn, que agora está acordado, murmura alguma coisa.

"Me perdoe... Eu falhei." Ele sussurra.

"Ninguém falhou, Chasyn. Encontramos um obstáculo no caminho, mas não é o fim, vamos para a batalha e consertar tudo. Os Night Shade cruzaram uma linha que não deveriam e nós vamos corrigir isso." Respondo, suspirando.

"Deveríamos ter sido mais atentos, ter previsto isso." Beta Lane responde com a voz grave e cheia de dor.

Um silêncio tenso toma conta da enfermaria. O único som é o dos médicos e enfermeiras atendendo aos pacientes e eu suspiro.

"Todos nós não percebemos o que tinham planejado, ninguém foi o culpado em específico." Digo, até ouvir passos se aproximando.

Nos viramos para a porta que se abre e Sinclair chega. Está sem camisa e coberto de suor, claramente chegou aqui correndo.

Seus olhos encontram os meus antes de abaixar a cabeça.

"Peço perdão por tudo que fiz... Prometo lhe servir deste dia em diante." Imediatamente me diz, indo de joelhos.

'Agora ele dobra o joelho. Sinceramente, não sei o que você viu nele.' Evelyn comenta, e sei que ela revirou os ohos.

Não está ajudando agora, Eve.

'Eu sei... Eu fui uma idiota... Mas não é nada pessoal.'

Permaneço sem emoção antes de concordar.

"Como futuro Alfa da alcateia Silver Mountain, espero que possa atender as expectativas que vão esperar de você. Que o passado fique para trás." Digo depois de pensar um tempo.

"Obrigado, minha Rainha." Ele diz baixinho. Nossos olhos se encontram, e parece que já se passaram anos desde que eu era aquela tola jovem correndo atrás dele tão desesperadamente.

De fato foi para o passado.

Eu não o reconheço e é claro que ele também não me reconhece mais como antes...

Depois disso, me afasto.

"Onde está minha avó Philomena? Ouvi minha avó no celular dizendo algo sobre ter sido encontrada. Já sabem onde a levaram?" Pergunto para ele.

Ele franze a testa, mas não responde, e olho ao redor da sala.

Todos eles sabem alguma coisa sobre ela...

Meu estômago despenca e olho para Sinclair, assustada com o pior.

"O que é que querem me dizer?" Eu pergunto bruscamente.

"Minha Rainha, eu sinto muito... Mas Luna Philomena não sobreviveu ao ataque dos Night Shade... Ela morreu por ter resistido a eles." Amora me dá a má notícia que eu esperava.

'Bom, de qualquer forma, ela já tinha passado da hora mesmo.' Evelyn me diz, mas não impede meu coração de se apertar.

Olho para Sinclair como se quisesse que ele me dissesse que isso não é verdade, mas seu coração está acelerado. Seu rosto está pálido e ele não fala nada.

Ainda não consigo processar isso, por um momento, sinto como se tudo tivesse parado.

"Quão facilmente eles conseguiram entrar aqui?" Pergunto, tentando esconder a dor na minha voz.

Foi só isso? Nunca mais terei notícias dela? Acabou assim?

Apesar de como ela era... Eu ainda a considerava família minha...

Nós realmente não conversamos sobre muitas coisas... Mas agora é tarde.

Não parece real, quase como se eu estivesse observando tudo se desenrolar do lado de fora de uma janela de vidro, como um filme inacabado.

Eu sei que minha ficha vai cair quando tudo isso acabar mas, no momento, há muito o que processar.

Tenho um exército para liderar, preciso manter o foco e viver o luto depois.

"Muito facilmente quando há tantos traidores internos, metade do conselho ficou do lado da antiga Rainha e dos Night Shade." Kash rosna só de lembrar disso.

"E eles tinham tudo planejado." Gamma Wallace acrescenta.

"E quais Alfas nos traíram?" Eu pergunto. Acho que sei a resposta para essa pergunta, ou pelo menos tenho uma noção deles.

Seria desejável esperar que nenhuma das alcateias aliadas se voltem contra nós nos próximos ataques, então preciso memorizar todos.

"Sim, mas por ora, quero os membros da alcateia Night Shade em meu comando trancados, então devemos nos apressar. Godric Astorath está com nossos homens e Jeremiah Vilkas está morto."

Os príncipes ficam tensos e surpresos, Chasyn fica com o rosto fantasmagoricamente branco.

"Godric Astorath?" Os olhos de Kash se arregalam. "O traidor?"

Eu balanço minha cabeça. "Posso não saber a história completa, mas definitivamente há algo não explicado. Sei que Godric não foi parte deste ataque, não senti mentiras em seu discurso, e ele certamente não matou Jeremiah para silenciá-lo de nada. Ouvi o nome dos anciãos da alcateia serem mencionados, e isto talvez possa ter algo a ver... Mas não temos tempo a perder discutindo isso." Dou uma última olhada em Lucia, ou no que vejo pela atrás da cortina, antes de sairmos da ala hospitalar.

"Eu estarei liderando a batalha. Zedkiel é meu, e só eu posso matar seu Lycan." Informo a todos enquanto andamos pelo corredor até onde muitos se uniram sob as ordens de Ragnar.

"Tem certeza de que é seguro matá-lo?" Kash pergunta. "Eu sempre soube que tinha algo de errado com o Zerachiel... Não imaginei que fosse ser traição ou que ele fosse maligno, mas tinha algo de errado nele."

"Até eu fiquei chocada, um Lycan fazer isso... Mas Evelyn me ajudou. Eu sei o que preciso fazer, os vampiros se unirão sob o comando dele... Ele está jogando um jogo perigoso e esperto que já caí antes de escapar, Zerachiel está sob controle do corpo dele e de sua mente, o que significa que os vampiros não tem outra opção se não obedecê-lo." Explico enquanto saímos até o frio de fora.

"Haverá derramamento de sangue então." Kash franze a testa e parece preocupado quando chega a conclusão.

"Sim, haverá. Mas eu tenho um plano. Vamos manter na defensiva, o objetivo é passar pelas defesas deles até Zedkiel. Kash, quero que tente entrar em contato com Ziahra... Sei que vai achar um jeito disso."

Olho para ele e ele sabe que estou me referindo à ligação mental muito bem.

"Entendido... Então vamos forçar os vampiros a recuar?"

"Sim, ou o suficiente para deixar Zedkiel exposto no campo." Respondo, mexendo meu cabelo para trás enquanto vejo meus homens, o vento gelado chicoteando meu rosto.

"Diante da Rainha Alfa Evangeline Vilkas! Beta Jason anuncia para todos, fazendo o silêncio cair. "A nova Alfa da alcateia Moonstone! Ouçam suas palavras!"

"Obrigada, Beta." Murmuro enquanto vejo meus homens disponíveis.

"Partiremos daqui a meia hora como lobos. Vamos dar os planos de batalha e formações de combate em breve, espero que todos estejam preparados. Nós iremos consertar os erros do passado, não para matar nossos inimigos... Sei que é difícil de entender, mas a justiça será nossa. Nem tudo é como parece neste campo, mas preciso que confiem em sua Rainha." Digo para todos, com minha voz ressoando pelo céu noturno.

Posso ver a confusão em alguns de seus olhos, mas também há determinação e lealdade...

Envio uma onda de calma por toda a multidão, o que lhes fortalece.

"Os vampiros não são nossos verdadeiros inimigos, e sim os que estarão ao nosso lado quando chegarmos nas trevas que combateremos. Confiem em mim e triunfaremos..."

"Sempre, minha Rainha." Uma voz atrás de nós diz.

Viro para ver Alfa Aeron por lá, ele se trocou, com uma espada em mãos.

Ele está pronto para a batalha,

Meu coração se aperta enquanto olho para ele. Ele não está cem por cento bem, mas ainda deseja ir para a guerra... Oh.

"Alfa Aeron você não pode..."

"Por favor, Alfa Evangeline... Preciso disto. Houveram momentos que deveria ter ficado ao seu lado mas fui dito para confiar no destino e permanecer quieto. Mas desta vez não, permita-me lutar ao seu lado, para me redimir de todas as vezes que a deixei de lado." Posso ver a tristeza e dor em seu olhar, junto do desejo de redenção e honra.

Balanço a cabeça, não acho que ele percebe o quanto já fez por mim todo esse tempo... Incluindo quando me salvou anos atrás...

Quero recusar, mas sei que, se quero lhe agradecer por tudo, é lhe permitindo fazer parte disto.

"Certo, venha." Respondo, me virando para meu povo e, bem no fundo, sei que muitos desses homens e mulheres não viverão para o dia seguinte...

No entanto, apesar de saberem disso, eles ainda permanecem com bravura e lealdade comigo, prontos para arriscar suas vidas pela causa.