Minha Amada Ômega romance Capítulo 149

EVANGELINE.

Zedkiel estava no túmulo do rei e decidi visitar Lucia, que ainda estava no hospital. Embora ela estivesse muito melhor, por causa da gravidade de seus ferimentos, os médicos queriam ficar de olhos na saúde do bebê, afinal, sabia-se que era de Chasyn, e o risco para sua saúde era alto.

Todos me respeitavam e fui facilmente reconhecida como Rainha, além disso corriam rumores de que eu era uma deusa. Porém, eu não me sentia assim, quando não consegui nem salvar meu próprio filho.

Todas as noites, rezava e implorava para que nosso filho fosso devolvido, mas nunca houve uma resposta e tinha consciência que não conseguiria uma.

Diminui a velocidade quando me aproximei do quarto de Lucia. Ela foi transferida para um quarto, quando bati na porta ela me deu permissão para entrar.

"Ei..." Eu disse ao entrar, fechando lentamente a porta atrás de mim e andando até a cama.

"Olá, Evangeline." Ela me cumprimentou sorrindo, ela parecia melhor hoje.

Os hematomas dela já estavam curados e sua pele ganhava brilho novamente. Apesar da dor que ainda sentia, ela me observava com ternura e preocupação.

Recolhi minha própria dor. A notícia que nosso filho fora levado pelos deuses se espalhou, e ver a pena nos olhos dos outros doía ainda mais.

Era algo que não era para ser divulgado, mas a maneira como eu desabei quando voltamos, deu origem a tais rumores os quais se espalharam como rastilho de pólvora.

"Como você tem passado? Você deve estar muito ocupada com tudo, não?" Ela me perguntou.

Ela estava tentando desviar a conversa de seu bebê.

"Estou bem e como está minha sobrinha ou sobrinho?" Eu perguntei.

Seu sorriso se esvaneceu e ela parecia ter uma expressão de culpa enquanto balançava a cabeça. "Ele está bem." Ela falou.

Fiquei feliz por saber, então peguei a mão dela e apertei suavemente, dando-lhe um sorriso. Mas, as lágrimas foram inevitáveis.

"Estou feliz por você. Lucia... dói não ter o meu bebê comigo, mas isso não significa que eu não vá perguntar como está o seu filho. Eu vou ficar bem." Eu disse, forçando-me para esconder a tristeza, e dei um sorriso encorajador.

A dor nunca iria embora, ninguém entenderia essa dor...

Zedkiel e eu conversamos sobre o assunto, embora ele tenha me confortado e ajudado um ao outro, tudo ainda parecia apenas um pesadelo do qual quando acordasse o meu bebê estaria de volta no meu ventre.

Um desejo ou um sonho que não se realizaria.

"Desculpe." Ela falou, apertando minha mão.

"Então, me conte... pensei que você tivesse dito que Chasyn parou de te procurar para intimidades depois de Maryka..." Comecei a falar um tanto hesitante. No entanto, eu queria uma resposta.

Ela suspirou e acenou com a cabeça. "Sim, já faz tanto temo, não sei quando os meses se tornaram um ano, ou quando um ano virou dois... mas ele estava bêbado naquela noite. Ele veio até para desabafar. Maryka e ele tinham discutido sobre a posição de Rei Chasyn disse que só o legítimo rei venceria o torneio, mas ela queria que ele lutasse pela posição. Porém... de qualquer maneira, quando... quando ele começou a me beijar, tentei fazê-loparar, mas... é difícil quando é alguém que se ama, e eu também sucumbi a ele."

Ela respirou e um tremor passou por seu corpo, então ela se virou enquanto lutava para esconder as lágrimas.

"Não é sua culpa. O que você planeja fazer? Eu sei Chasyn gostaria de vê-la, mas você quer?" Perguntei gentilmente, colocando uma mão em no ombro.

Ainda estava dolorido, pois Zarachiel o rasgara, embora já estivesse quase curado, a dor às vezes persistia, assim como a cicatriz que cobria o meu ombro.

"Não... e você sabe que eu o amo... mas a culpa é dele... Aquele olhar de culpa quando percebeu o que tinha feito, enquanto estava embriagado, murmurando que foi um erro ao me afastar... Isso me machucou." Ela sussurrou.

Meu coração apertou e eu assenti.

Eu a entendia... podíamos ser Ômegas... mas éramos iguais.

"Provavelmente ele se sentiu culpado, mas isso não é desculpa para o que aconteceu." Eu disse confortando-a.

"Sim... afinal... as pessoas quando estão bêbadas dizem a verdade. Para ele, essa criança é um erro, pois ele se arrependeu do que fizemos." Ela virou a cabeça, segurando o lençol sobre a barriga.

"Acho que ele estava tentando ser leal a sua companheira, porém ainda guarda um espaço especial para você." Eu disse.

"No entanto, o que você desejar, você terá, além de todo o meu apoio. Já elaborei um projeto de lei para abolir essas leis que permitem lobos de alta patente reivindicarem Ômegas. Isso só será possível, se os Ômegas queiram, mas não será mais uma lei. Não sob meu reinado." Eu acrescentei, com uma expressão séria.

Ela olhou para mim e acenou com a cabeça, no entanto eu sabia que ela estava magoada. Ele era uma boa pessoa e os dois se amavam, mas ambos precisavam ter uma conversa.

"Eu achei a ideia ótima. Muitos de nós estão abandonados..." Ela comentou.

Eu lhe dei um sorriso e assenti, voltando o assunto para o bebê, pois imaginava se estivesse com o meu também. Talvez nós poderíamos ter nos preparado juntas para o nascimento de nossos bebês... Fazer compras juntas... viver tudo isso juntas...

Mantive um sorriso no rosto, compartilhando seu entusiasmo enquanto discutíamos sobre a criança e até mesmo os possíveis nomes. À medida que o sol brilhava pela janela, as nuvens começavam a se dissipar.

Eu estava realmente feliz por ela.

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"Está muito quieto, não é?" Evelyn comentou, enquanto caminhávamos para a Câmara da Verdade.

Naquele momento, parecia que tinham se passado anos desde que fui ali, a última vez retornava à minha mente.

Tanta coisa aconteceu... mas era hora de reuni-lo com seu amor. Embora já fosse noite lá fora, os túneis eram tão escuros que não dava para ter certeza.

"Claro que está tudo quieto, ninguém ficar por aqui." Zedkiel falou quando chegamos até a porta, e ela se abriu.

Nós três ficamos em silêncio ao entrar, podia sentir a incerteza de Evelyn. Afinal, a maldição de Raziel a afetou mais do que qualquer um, porém ela ainda quis nos acompanhar. Ela queria estar ali quando finalmente o libertássemos de sua prisão.

Embora ela morasse no castelo, sabia que ela tinha pressa para partir. Ela queria ignorar os últimos preparativos e depois me disse que gostaria de viajar.

Mas, seus documentos e outras coisas estavam em processo de confecção, o que demoraria um pouco, afinal ela nunca existiu antes.

Quando ela agradeceu o Alfa Aeron por me salvar quando era criança, não escondi meu sorriso. Ela disse que ele parecia um cavaleiro quando nos protegeu, ainda disse a Sinclair que teria sido melhor se ele tivesse morrido na batalha, o que o deixou aborrecido. Tais lembranças me fizeram sorrir, ainda mais a maneira como ele ficou irritado.

Porém, ele não mudou nada. Eu vi a maneira como seus olhos a percorreram, cheios de luxúria, como se ela fosse sua próxima refeição. Apesar de ser casado, ele a estava tão lascivo quanto antes.

O Alfa Aeron podia ter sobrevivido, mas sua perna foi gravemente ferida na batalha e não havia como salvá-la. Ele nunca mais seria capaz de andar sem a ajuda de uma bengala, na melhor das hipóteses. Mas fiquei aliviada por ele estar vivo.

Ele sofreu muito com o falecimento de sua mãe, mas me contou que ela morreu defendendo aquilo que acreditava e essa era uma forma honrosa de se morrer.

"O que vocês três querem?" Raziel rosnou quando apareceu do outro lado da margem do lago. Seus olhos estavam cravados em Evelyn.

O reconhecimento ardendo em seu olhar.

"Evelyn." Ele murmurou, tentando mascarar sua surpresa.

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