Minha Amada Ômega romance Capítulo 40

ZEDKIEL.

Eu a observo com o coração acelerado. De tudo o que ela poderia falar, eu não esperava que ela dissesse isso... Suas palavras me abalaram e não por revelarem o seu medo por mim, mas porque se encaixavam com o que ocorrera na Câmara da Verdade. O sinistro aviso no meu Ritual de Sangue, matar a mulher com cabelo escuro como a noite, de pele pálida como a neve e olhos da cor do pássaro da noite...

Eu a mataria? Esfrego a mão no rosto, tentando parecer sem emoção.

Olho para ela sentada na cama, tentando conter as lágrimas. Não consigo me imaginar matando-a... Não ela. Podia ser qualquer um, menos ela.

Mas eu já a machuquei antes... Meu Lycan está sempre tentando tomar o controle quando ela está por perto, querendo devorá-la... Sei que se não fosse por isso, eu não a teria machucado na outra noite. Quando bebi o sangue dela, foi ela mesma que se machucou ao se afastar.

Afasto tais pensamentos da minha mente, preciso me concentrar no que ela acabou de dizer. Esses sonhos, meu presságio... Tem que haver algo por trás disso, uma maneira de impedir que isso aconteça.

Uma parte de mim quer assegurar a ela que tudo vai ficar bem, que não vou machucá-la, mas como posso garantir isso? No fundo sei que não posso, independente do que aconteceu ou não, eu não poderia dar minha palavra a ela. Então, com cautela me agacho na frente dela, colocando minha mão em seu joelho.

"Evangeline." Seu coração bate forte quando ela olha para mim, com a maquiagem toda borrada, parecendo um panda... "Escute... eu não sei o que fazer em relação ao seu sonho... mas eu sei que não te mataria intencionalmente..."

O brilho de medo em seus olhos me dizia que ela está pensando exatamente a mesma coisa que eu. Quem sabe o que eu faria quando não estivesse em meu juízo perfeito?

Eu suspiro, observando as marcas pretas da maquiagem se misturarem com suas lágrimas enquanto ela enxuga o rosto, piorando a situação. É óbvio que ela não estava acostumada a usar muita maquiagem, pois ela parecia ter se esquecido ou simplesmente não se importava. "Nada do que eu disser irá tranquilizá-la, nem eu confio em mim mesmo... no entanto... há algo em você.."

Algo que me faz quere mantê-la perto de mim para sempre, mas não digo isso a ela. Não posso.

"Você não está com raiva?" Ela pergunta, quase como se isso a chocasse. Ela me observa enquanto enxuga as lágrimas.

Como ficar com raiva de um panda em um vestido vermelho? Eu sorrio timidamente e me levanto.

"Não, eu aprecio você ter compartilhado isso. Precisamos de respostas… Sinto que seu sonho se conecta ao meu Ritual…"

"Ritual?" Ela indaga.

Não contei a ninguém sobre aquela noite. Não iriamos discutir aquilo em detalhes... mas por que sinto que há algo mais... entre nós..

Eu a contemplo enquanto ela se levanta, ainda segurando o vestido contra o peito. "Precisamos descobrir por que você tem esses sonhos. Você já contou a alguém?"

Ela franze a testa por um instante e balança a cabeça. "Lembro-me vagamente de ter comentado sobre eles para a vovó Philomena uma vez. Mas, ela disse que era apenas um sonho bobo e que não deveria fazer alarde."

"Só que continua acontecendo, e você me viu…" Respondo.

Ela concorda em silêncio e eu a encaro. "Vá se trocar, vou te levar a um lugar." Quando digo isso, ela parece surpresa, mas assente com um aceno enquanto corre para o armário para pegar as roupas. "Ah, e pode ser uma boa você lavar o rosto."

Ela olha para mim, confusa, antes de correr para o banheiro. Escuto seu suspiro de susto e sorrio, mas meu divertimento dura apenas alguns segundo, pois as palavras dela se repetem na minha mente.

Matá-la... apenas o pensamento sobre esta possibilidade deixa um gosto amargo na minha boca. Eu ando até o armário e tiro o terno, para colocar uma calça de moletom e um casaco com capuz. Quando ela sai do banheiro, seu rosto está limpo e as bochechas coradas e as mechas do cabelo preto estavam grudadas de seu rosto.

"Minha maquiagem…"

"Combinou com você." Eu termino, jogando para ela um dos meus moletons. Adoro as roupas que escolheram para ela, mas esta noite quero que ela se mantenha discreta.

"Obrigada…" Ela murmura antes de colocar o moletom sobre a blusa vermelha.

Uma pena que aqueles seios teriam que ser escondidos...

"Onde estamos indo?" Ela indaga quando visto o capuz e a conduzo pela porta.

"Não estamos indo para o meio da floresta para te matar. Então relaxe."

Foi uma piada errada, pois a escutei engolir em seco e sua frequência cardíaca acelerar.

"Isso foi uma piada." Eu murmuro, trancando a porta atrás de nós.

"Eu não sabia que você era de fazer piadas." Ele sussurra, nos olhos se encontram e eu tento não focar em seus lábios. Estendendo a mão, puxo o capuz sobre sua cabeça.

"Bom, você não sabe muita coisa sobre mim. Talvez, se você não fugisse o tempo todo, quem sabe descobrisse muito mais." Eu sussurro de volta, apesar dos meus olhos serem frios o tom da minha voz é suave.

Eu vejo seus olhos suavizarem antes que ela fique tensa. "É..." Ela diz sem entusiasmo.

Então, examinei o corredor e tendo ouvir se há alguém por perto. Pego seu pulso e a levo para um corredor lateral. Usaríamos um dos caminhos dos fundos. Não queria que ninguém visse para onde estávamos indo. Nem eu sei se isto é uma boa ideia...

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