Minha Amada Ômega romance Capítulo 43

EVANGELINE.

As horas se passaram, mas não conseguia tirara o livro de regras da cabeça...

Consumar o casamento antes do torneio? Como?!

Só conseguia pensar em tudo o que poderia dar de errado se consumarmos, mas sem isso... não poderíamos participar do torneio...

Ugh!

Pense Evangeline, se você não fosse uma Ômega, você também teria que ser marcada. A desvantagem é que, sendo os outros casais marcados até entrarem no cio, ninguém vai saber se eles estão acasalados ou não, ao contrário de mim... Tinha a sensação de que essa regra fora criada só porque eu não podia ser marcada por não ter uma loba.

Diante das possibilidades do que poderia dar errado, um tremor percorreu meu corpo. Zedkiel não era tão ruim assim... mas essa vida, esse posto, era tudo fachada...

Então, soltei um suspiro pesado, passando os dedos pelas lombas dos livros encadernados em couro, os quais estavam bem alinhados nas prateleiras da biblioteca. Eu nem sabia o que estava procurando, mas precisava de algo para manter minha mente longe de tudo.

Depois de passar duas horas com Alistair, estava exausta. Ele me apresentou todas as suas teorias sobre o que poderia ser nosso teste, mas independentemente de como as coisas terminem, eu sabia que precisava pensar com inteligência e manter a cabeça no lugar. Esperava ao menos conseguir isso.

Examinei a biblioteca e notei que ela estava quase vazia. Havia poucas pessoas e eu apreciava o silêncio. No entanto, para minha consternação, fiquei sabendo que os todos os casais se mudariam para o palácio na noite anterior ao primeiro dia do torneio.

De repente, as portas da biblioteca se abriram, me virei e vi Lucia entrando, seus olhos brilharam quando ela me viu.

"Luna Evangeline!" Ela falou alto. Eu franzi a testa ligeiramente ao escutar esse título.

"Evangeline." Eu a corrigi, enquanto ela corria, ao mesmo tempo tentando não correr e permanecer graciosa.

"Você é uma Luna agora... Parabéns pelo seu casamento..." Ela comentou, fazendo uma reverência educadamente, como se ela tivesse acabado de se lembrar daquilo.

Eu estendi a mão e com três dedos sob seu queixo, inclinei sua cabeça para cima antes de dizer: "Lucia... ainda sou Evangeline... sua amiga, quer dizer, espero que nós tenhamos sido amigas." Eu afirmei.

"Claro, nós éramos... quero dizer, nós somos... mas você é uma Luna agora."

"E isso não muda nada, então me diga por que você estava procurando por mim?" Eu perguntei.

Ela assentiu com a cabeça, sorrindo gentilmente antes de olhar ao em volta e enfiar a mão na bolsa que carregava. "Eu trouxe algo para você."

"Ah, pra mim?" Indaguei surpresa, não estava esperando nada.

Ela balançou a cabeça enquanto pegava uma caixinha retangular, ela era toda branca e com letras douradas.

"Aqui." Ela disse, estendendo-a para mim.

"Obrigada..." Eu agradeci enquanto pegava o presente. Meu coração pulou quando eu abri a tampa. Arregalei os olhos quando vi a pulseira de ouro na almofada de camurça. Era uma correntinha delicada com três pingentes cravejados de pérolas.

"Descobri que seu aniversário é 3 de junho, então você é de Gêmeos, esse é o amuleto do zodíaco, um pingente de pérola, que é a pedra do mês de junho junto com um amuleto de boa sorte para ajudá-la neste torneio." Ela logo explicou, me observando com um sorrindo, mas notei como eles estava preocupada de que eu não gostasse, mas... Eu adorei, nunca ganhei umpresente tão atencioso.

"Obrigada... é..."

"Você gostou mesmo?" Ela pergunta baixinho.

Eu assenti vigorosamente e dei um passo à frente para abraçá-la. "Eu adorei, obrigada, Lucia." Ela me abraçou de volta antes de me afastar. "Eu realmente adorei."

Eu sabia que alguns afirmavam que a minha data de nascimento poia estar errada, mas o Alfa Aeron disse que isso faria com que eu me sentisse melhor. Além do mais, a Oráculo nunca está errada. Então, afastei esses pensamentos sombrios e admirei minha pulseira.

"Aqui, você gostaria de usá-la? Posso colocar para você." Ela ofereceu gentilmente.

Eu olhei pra cima e acenei. "Sim, por favor! Vou usá-la durante todo o torneio, embora eu saiba que você está torcendo para que seu príncipe vença." Eu provoquei.

Ela riu, corando antes de me responder: "Eu não posso torcer por você e por ele?"

"Claro que pode." Eu sorri enquanto ela tirava a pulseira da caixinha e colocava no meu pulso, meus olhos caíram sobre o pulso dela, que tinha uma pulseira quase idêntica a minha. Mas, ao invés de um pingente de Gêmeos ela tinha um pingente de Peixes, com duas pedras diferentes.

Ela percebeu que eu olhava sua pulseira e assim que fechou o fecho, ela se moveu para trás. "Uma pedra é minha e a outra é do Príncipe Chasyn." Ela explicou baixinho, brincando com o rubi.

Concordei com a cabeça, mas por dentro eu senti uma dor pelo fato de ela não poder ter o homem que ama...

"Também é lindo." Eu disse e acrescentei: "Estamos combinando."

"Nós estamos!" Ela vibrou, segurando seu pulso no meu.

Isso poderia até parecer trivial para alguns, mas para mim era algo especial, ter algo para compartilhar com um amigo...

Eu olhei para cima e nossos olhares se encontraram, sorri para ela e vi a escuridão da manhã desaparecer. Ela conseguiu me animar!

"O que você está fazendo aqui?" Ela perguntou, agora examinando as prateleiras.

"Apenas procurando uma boa leitura." Eu respondi. "De preferência sobre a Câmara da Verdade, suas origens e como ela surgiu."

"Oh, você não vai encontrar esses livros aqui. Você terá que pedir ao Terceiro Príncipe acesso à área privada." Ela respondeu.

Eu me senti desapontada e suspirei derrotada. "Ah... bom, acho que vou perguntar a Zedkiel. Podemos ir?"

"Zedkiel?" Ela sussurrou, seus olhos se iluminaram enquanto eu corei.

"Ah! Ele quer que eu o chame assim." Eu murmurei, fazendo-a rir.

"Claro... Vocês dois parecem muito apaixonados." Ela brincou e minhas bochechas queimaram ainda mais.

"Eu vou indo." Eu disse com um beicinho, liderando o caminho para fora da sala. Lucia ria baixinho enquanto me seguia. Me despedi dela e fui para os meus aposentos, e lembrei que Zedkiel havia dito que iriamos visitar a Oráculo hoje. É melhor eu voltar antes que ele me procure...

-

Apenas uma hora mais tarde Zedkiel entrou no quarto. Na verdade, encontrei um livro na estante e comecei a lê-lo, mas adormeci no meio da leitura, isto é, até escutar a porta se abrir e acordei de sobressalto. Então, acordei de repente, com o coração batendo forte.

"Você precisa sempre bater as portas?" Eu o questionei, esfregando os olhos, e fiquei paralisada quando me dei conta do que tinha dito. Engoli em seco enquanto olhava lentamente para cima, apenas para vê-lo me observando sem emoção.

"Se eu quiser, eu posso." Ela disse caminhando até a cama e então, tirou algo do bolso. "Aqui."

"Podemos fazer uma pergunta cada um?" Perguntei, franzindo a testa ligeiramente.

Ela levantou uma sobrancelha e não consegui decifrar a expressão em seu rosto.

"Muito bem. Escolham com cuidado, pois depois de fazerem a pergunta, não poderão alterá-la." Ela falou com calma e encarou Zedkiel, que apertou o maxilar.

"Então que tal você responder o que significa..."

"Zedkiel." Eu o interrompi maios uma vez. "Vamos voltar depois de pensarmos nas perguntas."

"Sábio." A Oráculo disse, virando as costas para nós. "Agora, por favor, vão embora. Há muito que preciso fazer."

"Precisamos de respostas, Ratinha." Ele rosnou e eu me peguei sorrindo com timidez.

Eu já tinha esquecido esse nome. Realmente, eu sou estranha... "Mas precisamos pensar com cuidado. Não podemos perder essa chance." Eu sussurrei.

Ele franziu o cenho antes de ir em direção à porta. A inquietação que crescia na minha mente, desapareceu no instante em que sai daquela sala. Olhei por cima do ombro enquanto Zedkiel me puxava para longe, mas pude ver a Oráculo me encarando. Nossos olhos se encontraram e somente quando a porta se fechou é que o contato visual foi quebrado. Então, minha respiração falhou.

O que foi aquilo?

Enquanto Zedkiel liderava o caminho, minha mente estava um turbilhão. Ele ainda me segurava e nem notei que estávamos na metade do caminho de volta para os nossos aposentos, então escutei alguém me chamar.

"Luna Evangeline!"

Zedkiel parou, foi quando vi um dos Ômegas abaixou cabeça.

"Príncipe Alfa Zedkiel. Nós recebemos as ordem para entregar um convite à Luna Evangeline, é do Alfa Sinclair Welhaven da matilha Silver Mountain." Ele disse tentando esconder seu medo. Zedkiel cerrou sua expressão e pegou o envelope o qual continha o selo do homem. Ele o arrancou e eu me inclinei para mais perto para ler.

'Você está convidado para o casamento de Sinclair Welhaven...' Eu não li o restante, pois uma pontada de dor me cutucou por dentro e não era por causa do casamento de Sinclair, mas porque depois de tudo... ele resolveu me convidar para o seu casamento?

Zedkiel rosnou, fazendo a Ômega recuar enquanto ele se afastava e eu acenei dispensando o mensageiro. Eu já estive naquela posição e já desejei que alguém permitisse que eu fosse embora. Às vezes, o Alfa Aeron ou Sinclair me davam pequenas chances de escapar ao enfrentarem a ira da vovó Philomena.

"Um convite para o casamento daquele tolo? Até parece que nós vamos." Zedkiel vociferou com sarcasmo, quando ele ia rasgar o convite eu o impedi.

"Não, nós iremos. Acho que precisamos mostrar a todos que nada vai nos abalar." Eu afirmei com convicção e com uma expressão séria.

A carranca de Zedkiel se suavizou e ele olhou para o cartão com desgosto.

"Tem certeza que quer ir?" Ele perguntou venenosamente.

"Só se você for comigo... por favor?" Eu pedi, à medida que meu coração trovejava. Eu sabia que estava forçando…

Ele apertou a mandíbula e concordou com a cabeça. "Tudo bem, nós vamos."

"Obrigada..." Agradeci, meu coração ainda estava disparou pelo fato de ele ter concordado. "Quando é?"

Zedkiel segurou o convite entre dois dedos. "Amanhã à tarde."