Minha Amada Ômega romance Capítulo 53

EVANGELINE.

"Escute-me!" Eu falei aos prantos, agarrando-o pelos braços, enquanto a água nos molhava. Meu peito encostou no dele e notei a maneira como seus olhos, mesmo cheios de raiva, percorreram meus s*ios, neste momento, meu estômago revirou.

Eu sabia que o irritara e não fazia a menor ideia de como ele encontrara o celular, mas nós precisávamos conversar. Mas, ele me bateu contra a parede, a dor que se espelhou pelas minhas costas e nuca tirou meu fôlego. Então, cerrei os olhos na esperança de conseguir tirar o shampoo que ainda estava neles.

"Já estou cansado de ouvir suas desculpas." Ele rosnou, e por um momento, sua testa tocou a minha, seu nariz encostado no meu e nossos corações batiam como um só. Porém, no momento em que nossos olhares se encontraram, ele me soltou de repente e se afastou.

Ele iria atrás de Sinclair? O medo me envolveu e antes que ele saísse do chuveiro, eu o abracei por trás. Aquilo não se tratava de Sinclair, mas sobre o que poderia implicar para todos. Pois, a vovó Philomena e o Alfa Aeron ficariam devastados, e ainda tínhamos que pensar no torneio.

"Por favor, escute." Eu sussurrei, meu coração batia com violentamente enquanto ele agarrava meus pulsos, arrancando-me dele. Então, senti a ardência das lágrimas lavarem o sabão dos meus olhos. Quando o vi, ele já estava quase na porta e sabia que precisava falar alguma coisa.

"Você pode ir embora Zedkiel, mas primeiro você devia pelo menos me ouvir. Eu nunca liguei para ele! Ou aquele celular! Acredite em mim! Você pode verificar por si mesmo, nunca fiz nenhuma ligação e nem mandei mensagem para ele."

Eu não sabia de onde veio a força para eu falar daquela maneira, mas sabia que se ele saísse por aquela porta, haveria coisas que não conseguiríamos consertar. Ele tinha um temperamento complicado, perdia o controle, mas no fundo, além da fúria avassaladora, ele tentou ser bom comigo, então eu também precisava dar a ele uma chance.

"Por favor, Zed, eu juro que tinha esquecido que o celular estava lá!"

Ele hesitou, com a mão apoiada no batente da porta, no entanto, ainda sentia a raiva que emanava dele. Naquele momento, pouco me importei se estava nua, corajosamente me aproximei dele e quando segurei seu braço, a mandíbula se tensionou enquanto ele fitava o quarto. Seu peitoral subia e descia, uma respiração pesada, mas pelo menos ele estava me escutando.

"Quando eu fui às compras com a Lucia, ele me abordou nos provadores. Eu estava commedo de ser pega e ter problemas, então apenas aceitei o celular, mas nunca o liguei. Eu sei que deveria ter me livrado disso, mas juro que não queria nada com ele. Por favor, acredite em mim, Zedkiel." Eu implorei, afinal, estava dizendo a verdade e me concentrava nisso.

"Nos provadores. Por que não estou surpreso?" Seus olhos brilharam quando ele se virou para mim, assim, pude ver a mistura de possessividade e raiva em suas feições.

"Ele já estava lá quando eu entrei. Mas, não aconteceu nada, Zedkiel, eu juro." Não sabia o motivo, porém estava desesperada para que ele acreditasse em mim.

Então, ele apertou meu queixo entre os dedos, tentei conter o choro de dor quando ele ergueu minha cabeça, examinando-me. "Até quando você vai continuar implorando só para eu não sair agora mesmo e rasgá-lo em pedaços?" Ele zombou.

Neste momento, uma onda de dor e irritação me inundou e eu o encarei.

"Eu já disse que não me importo com ele. Eu me entreguei a você. Isso não foi prova o bastante?" Eu sussurrei magoada.

"Mas isso foi só por causa do torneio, não é?" Ele disse em tom zombeteiro, me segurando com mais força à medida que acariciava minha bochecha com o polegar da outra mão. No entanto, não havia nada de gentil em seu toque. Aquele toque era predatório, que poderia a qualquer instante rasgar a minha pele se quisesse...

Eu olhei para ele e concordei: "Sim, foi..."

Mas…

"Exatamente, então não vamos agir como tolos." Ele concluiu friamente.

"Se matar Sinclair irá satisfazê-lo, então não posso impedi-lo, no entanto, para alguém que pretende se tornar o futuro Rei... Seria algo pouco inteligente. Eu não me importo com ele, nem sinto sua falta, mas se você não acredita nisso, então nada do que eu disser irá ludar o que você pensa. Mas... tire um tempo, pare por um segundo e dê uma examinada naquele celular e me diga se eu já o usei." Eu falei entre dentes enquanto agarrava seu pulso para me libertar de seu aperto doloroso. Àquela altura, meus olhos ardiam e só queria lavá-los. Não havia mais nada que eu podia fazer.

Eu tentei... o resto era com Zedkiel. Assim, me afastei voltando para o chuveiro, enxugando os olhos e as algumas lágrimas perdidas. Meus olhos ardiam por causa do sabão... Então, deixei a água terminar de lavar o restante da espuma.

As lágrimas foram poucas e me indaguei quando eu tinha parado de chorar por qualquer coisa.

Eu sabia que ele ainda estava no quarto... Podia sentir sua raiva e escutei seus batimentos cardíacos, ele claramente lutava consigo mesmo para decidir o que faria.

Desliguei o chuveiro e lancei um olhar para suas costas tensas. Ele ainda estava meio encharcado, mas não parecia incomodado. Soltei um suspiro ao pegar uma toalha. Eu precisava falar com o Lycan dele novamente... Queria perguntar a ele por que não podia contar nada a Zedkiel. Verdade seja dita, eles deveriam trabalhar a relação entre si...

Minha companheira das sombras... O que isso significava? Eu sabia que só ele teria respostas para certas perguntas e o único que poderia responder. Isso me pouparia de perguntar a Oráculo coisas que talvez ele já soubesse.

Enrolei-me na toalha e ele se virou para me encarar. Provavelmente, minha aparência deveria estar horrível, por causa dos olhos vermelhos e sensíveis, por causa do shampoo. Então, passei por ele em silêncio e entrei no quarto, fui até o armário e peguei um conjunto de cetim. Vesti-o e penteei os cabelos.

A tensão no quarto era sufocante, mas embora parecesse que estava me preparando para dormir, queria convocar o Lycan dele... Pretendia fingir estar dormindo, até ele cair no sono. E torcia para que ele não saísse do quarto.

Então, fui para a cama sempre prestar atenção em Zedkiel, que tirava a calça moletom. Por um momento, admirei sua bunda sob a cueca justa.

Mas, desviei o olhar rapidamente, não queria que ele me flagrasse olhando e fui direto para a cama, puxando o cobertor até a cabeça. Durante alguns segundos relaxei e tentei acalmar minha respiração, então senti a cama afundar. Fiz o possível para não reagir quando o coberto foi puxado, além disso senti o calor do corpo dele atrás de mim.

Nenhum de nós se pronunciou e eu sentia raiva. Isso era tudo culpa de Sinclair. Se ele não tivesse me dado aquele celular, nada disso teria acontecido!

'Foi você quem guardou.' A voz surgiu na minha cabeça, me deixando tensa. Meu estômago revirou com aquele tom cruel.

'Eu estava com medo.' Respondi, me questionando se ela responderia.

Nada.

Franzi a testa pensativa, era isso que eu precisa perguntar a Oráculo. Eu precisava descobrir o que era essa voz...

Permaneci em silêncio enquanto esperava Zedkiel adormecer, aliviada por ele ter de fato se deitado em nossa cama, ao invés de sair do quarto. Então, assim que sua respiração tornou-se estável e pesada, eu lentamente me virei para ele. Deitado de costas, ele mantinha um braço sob a cabeça, os olhos dele estavam fechados e vi seu peito subia e descia, em uma respiração constante.

Cuidadosamente me sentei e o contemplei; afinal, como se invocava um Lycan?

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Minha Amada Ômega