Minha Amada Ômega romance Capítulo 62

ZEDKIEL.

"Quero saber exatamente o que aconteceu naquela noite." Eu digo baixinho.

Então, Aeron respirou fundo, obviamente se recordando daquela noite, pelo que parecia, não fora uma experiência agradável.

"Já se passaram dez anos desde aquela noite, mas as memórias continuam tão frescas em minha mente que é como se tivesse acontecido ontem. A cidade ficava cerca de uma hora de carro ou correndo de Dark Falls. Era ainda mais isolada que Dark Falls. Um lugar escondido do outro lado da floresta e das montanhas."

"Sinclair e eu estávamos em uma viagem de caça e tínhamos encontrado o nosso alvo e começado a perseguição. Nevava muito, mas já era uma tradição de inverno irmos caçar. Eu me certificava para que a cada ano a caça se tornasse mais desafiadora para ele. Naquele ano, iríamos atravessar o terreno rochoso e subir as montanhas." Ele continuou a contar.

Dava para notara que ele não gostava de tocar nesse assunto, mas ele continuou seu relato à medida que andava pelo cômodo.

Então, cruzei os braços e me encostei na parede.

"Foi quando senti o cheiro de sangue e algo queimando, mas não havia nenhum sinal de fogo. Logo fui tomado pela preocupação e decidi dar uma olhada. Talvez houvesse algum animal ou alguém precisando de ajuda."

Estava nevando muito forte e temia que uma nevasca estivesse próxima, mas sabia que não podia voltar sem averiguar o local. Mas eu nunca poderia imaginar o que estávamos prestes a encontrar... A cidade inteira fora incendiada e as ruas estavam cheias de sangue misturado com a neve. A cena era tão chocante, que nem mesmo um filme de terror seria capaz de reproduzir tamanho horror. As casas foram queimadas, no entanto, era notável que o incêndio havia se extinguido há algumas horas." Então, ele se sentou em um dos sofás, cruzando as mãos na sua frente.

Exatamente como o que você viu lá embaixo... o sangue... só que eram rios de sangue..."

"Era uma cidade humana, correto?" Eu perguntei.

"Sim, e fiquei alarmado. Eu não sabia se deveria ligar para as autoridades, pois era óbvio que não se tratava de um ataque humano. Mas também não havia nenhuma conexão e tempo o suficiente para contatar seu pai. Assim, pedia a Sinclair que procurasse por sobreviventes em todas as casas, mas tudo o que encontramos foram cadáveres.

Nós tínhamos vasculhado todo o local e eu estava pronto para voltar quando Sinclair a encontrou, lembro-me dele gritando para eu me apressar..." Naquele momento ele olhava para mim.

E lá estava ela, uma criança pequena, coberta de sangue da cabeça aos pés. Seus olhos eram a única coisa que eu conseguia ver enquanto ela estava ali, parada, segurando um ursinho de pelúcia. Ela estava apenas vagando pelas ruas, aterrorizada e confusa. Já tinha notado que todos os corpos eram humanos, no entanto, ela era a única lobisomem naquela cidade, e eu sabia que tinha de tirá-la dali antes que a polícia aparecesse."

Eu franzi o cenho enquanto absorvia as informações.

A mãe dela era humana?

"Ela estava ferida?"

"Não, além de estar coberta de sangue, ela saiu ilesa. Ela não se lembrava de nada. A única coisa que ela sabia era seu nome, Evangeline."

"Então, e o nome Rose?" Eu questiono.

"Mamãe deu a ela." Ele balançou a cabeça enquanto eu reflitia sobre isso.

"E você percebeu que ela era uma Ômega pelo cheiro dela?" Eu indaguei.

Ele balançou a cabeça e eu olhei para o chão.

Não compreendia o motivo, embora ela cheirasse como uma Ômega, sedutora, tentadora e cheia de feromônios... O que eu vi na piscina... tinha algo mais nela. Ela tinha algum tipo de poder, mas o que poderia ser, não fazia a menor ideia.

"Sim. Não havia dúvidas de que ela é uma Ômega, mas forte. Mamãe sempre dizia isso. Ela realmente pensou que sua loba poderia ser mais forte do que a maioria quando ela se transformasse', ela sentiu que isso seria uma vantagem. Depois de fazer uma visita a Oráculo, ela parecia ainda mais determinada e lhe deu a melhor educação. Mas no seu aniversário de dezoito anos, ela não se transformou e mamãe ficou completamente desolada." Ele prosseguiu.

Sim, nós dois sabemos como ela a descartou." Eu zombei, me questionando sobre o que a Oráculo teria dito a elas. Portanto, teria que perguntar àquela bruxa velha.

Ele parecia desapontado, contudo, apenas sacudiu a cabeça. Ela está melhor com você. Veja a vida que ela tem agora. É muito melhor do que ela teria se tivesse permanecido na minha matilha." Ele rebateu.

"Você não tem como saber que tipo de vida ela teria. Nenhum vocês tem como saber... Vocês a jogaram para um monstro. Tente se lembrar disso, você sabia que não duraria uma noite." Eu vociferei.

"Estou feliz que ela tenha sobrevivido." Ele disse baixinho. "Naquela noite... eu senti algo e me pareceu certo entregá-la a você. Eu não confiava em meu filho, ainda mais se ela continuasse na minha matilha, eu a criei como se fosse minha. Eu a amo e só queria o melhor para ela. Além disso, ela sempre foi uma criança curioso e era o aconchego do nosso lar. Não gostaria que o futuro dela lhe fosse arrancado, embora eu soubesse dos riscos, confiei na decisão de mamãe."

Mentira. Não havia como ela estar segura comigo e só para você saber, eu quase a matei. Várias vezes." Eu disse friamente. "Era seu dever protegê-la, mas você desistiu dela para salvar aquele idiota que você chama de filho." Eu rosnei.

Não sabia por que estava com tanta raiva ou desviando o foco da conversa, mas eu estava chateado. Aquele homem deveria cuidar dela.

Ele me observou, mas permaneceu em silêncio.

Foi um movimento sábio.

Então, me virei e caminhei em direção a porta quando parei. Você não deve mencionar o que me contou para ninguém. Não quero que Evangeline receba atenção desnecessária."

"Eu entendo."

Assim, sai do cômodo e voltei para meus aposentos. A porta estava entreaberta e os guardas estavam do lado de fora. Ao entrar vi Kash encostado na parede e Evangeline estava sentada na cama enquanto eles discutiam algo. Na verdade, mas parecia que Kash estivesse tentando puxar conversa e ela apenas lhe respondesse.

Quando eu entrei, eles pararam de falar e os olhos dela se iluminaram enquanto ela corria até mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura com força. Seu coração batia acelerado e percebi que ela ainda estava preocupada. Eu a abracei de volta, sentindo as faíscas dançarem em nossa pele.

"Obrigado por fazer companhia a ela." Agradeci Kash, que assentiu com a cabeça.

"Não tem problema, foi bom conhecer um pouco a sua Luna. Encontro vocês dois amanhã."

"Você ainda tem muito o que me contar." Eu o lembrei.

"Amanhã, irmão." Ele disse, saindo do nosso quarto e fechando a porta atrás de si.

"O que eles disseram?" Ela me perguntou baixinho.

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