Minha Amada Ômega romance Capítulo 65

EVANGELINE.

Aquilo era errado. Ele não deveria ter que passar por um julgamento público quando havia diversos comportamentos questionáveis por parte de outras pessoas. Como Sinclair, por exemplo. Porém, não podia dizer nada, afinal Zedkiel pediu para que as coisas acontecessem daquela maneira.

Enquanto isso, ela estava lá, arranhando o fundo da minha mente, mas eu não permitiria que ela levasse a melhor sobre mim. Era quase como se ela se aproveitasse sempre que eu estava distraída...

Soltei um suspiro pesado, encarando Sinclair que não conseguiu nem chegar até a saída, ele devia estar sentindo muita dor, pois o curandeiro que ele afastara antes, o tratava. Zedkiel lhe causou sérios danos, mas se absteve de mostrar seu verdadeiro poder... Disso eu tinha certeza.

Zedkiel não era uma pessoa sociável, nem gostava de estar perto das pessoas... mas a sua convicção em querer se tornar Rei era clara e eu sabia que não era pela pompa e glória. Ele era um homem disposto a trabalhar para proteger o reino.

O Alfa Ambrose estava conversando através da ligação psíquica com os membros do tribunal superior, mas como Zedkiel não podia se conectar, não tínhamos ideia do que estava acontecendo.

Mas, Zedkiel tinha um bom argumento, que fosse o suficiente para convencê-los?

Kash se aproximou, passando os dedos pelos cabelos. "E então?" Ele disse para Zedkiel em um tom baixo.

Zedkiel apenas lhe lançou um olhar frio. "Não há mais nada a dizer. O meu segredo foi revelado e as pessoas têm dúvidas. Então, que assim seja." Ele respondeu.

Kash encarou Sinclair. "Bom, eu quero ele morto. Eu já estou farto daquele filhote. O que foi aquela choradeira? Ele é um péssimo perdedor."

Quase abri um sorriso com as palavras de Kash. Ele sempre agia de maneira bastante composta, ao menos era o que eu tinha visto.

"Eu sempre disse que ele é apenas um cachorrinho, até age como um." Zedkiel disse, olhando para mim. "Você disse que tinha novidades..." Ele acrescentou calmamente e embora estivesse olhando para mim, eu sabia que ele estava falando com Kash.

"Sim, eu sei, e acho que deveria lhe contar antes deste julgamento, ou o que quer que seja."

"Então venha, vamos para um lugar mais afastado." Zedkiel instruiu. Assim, segurando o meu pulso, ele me guiou enquanto Kash o seguia.

"Você quer que eu vá também?"

"Até mais tarde…" Ele sussurrou em meu ouvido, fazendo minhas faces corarem antes de ele recuar. "E não, só falei por falar e quero que você fique do lado de fora da conversa." Zedkiel acrescentou com sarcasmo.

Eu enrubesci, mas assenti com a cabeça. "Ok, só pensei isso por se tratar de uma conversa séria." Murmurei, fazendo-o sorrir.

"Você é a futura rainha até decidir o contrário. Você pode querer ouvir o que ele tem a dizer."

Até que eu escolhesse o contrário...

Ele ainda estava me deixando escolher... mas aquela liberdade com a qual eu sonhava... Ainda a almejava do mesmo jeito?

"Eu não acho que ela vai fazer isso." Kash murmurou, abrindo a porta do que era, para minha consternação, o banheiro masculino. "Ninguém está aqui." Ele adicionou.

Então, mesmo hesitante eu entrei e Zedkiel fechou a porta com o pé, à medida que olhava pra as mãos e desenrolava as bandagens. Eu me flagrei admirando seus ombros e peitoral largo. Lambi os lábios e meu olhar pousou em seu m*milo...

Como seria bom passar minha língua sobre eles... Kash pigarreou, me fazendo piscar e olhar para ele com culpa, que me observava com divertimento.

Eu corei e olhei para baixo consternada por ter sido pega.

"O que foi?" Zedkiel disse, olhando para cima.

"Nada." Kash respondeu, seu sorriso desapareceu quando ele parecia estar olhando em algumas coisa. "Então, vou direto ao assunto. É pior do que você previu, Zedkiel. O inimigo está se aproximando e rápido. Eles estão em grande número e em breve eles assumirão o controle de toda a floresta externa. Se ocorrer um ataque coordenado, há chances de conseguirmos avisar os humanos, mas não é só isso, nós podemos estar em menor número."

Eu olhei os olhei e vi a maneira como Zed apertou a mandíbula frustrado e senti a tensão que ele emanava.

"É como o previsto?"

"Não, os bandidos não estão em conluio com eles, na verdade, pelo que observei, eles estão expulsando esses salteadores e talvez por isso que tem ocorrido mais ataques ultimamente, por que eles estão sendo forçados a saírem das áreas mais externas da floresta." Kash relatou com um tom sério.

Zedkiel se virou, socando a parede, e eu recuei. "M*rda!"

"Eu não entendo o que quer dizer." Eu disse baixinho, não queria atrapalhar a conversa deles. Mas, o que significava toda aquela agitação?

"Simplificando, nós pensávamos que havia um grupo de vampiros se reunindo com alguns bandidos que, como você sabe, são apenas cães selvagens vagando por aí... mas não é o caso. Eles não estão por trás dos ataques dos bandidos. Há um exército querendo destruir todos nós." Suas palavras soaram tranquilas, e percebi que tudo o que havia era 'agitação', mas isso... fez com que parecesse que havia algo mais.

"Por que? Quero dizer, nós não nos misturamos com vampiros, então por que eles viriam para essas bandas, para nossos territórios?" Questionei, sem conseguir recordar se a vovó Philomena ou um de meus tutores havia mencionado algo sobre o assunto. Mas, essa situação era recente, surgiu nos últimos anos.

"Eu não faço ideia." Kash disse, balançando a cabeça.

"Eu tenho minhas suposições." Zedkiel comentou, cruzando os braços enquanto se encostava na parede. "Além do óbvio, de quererem nos exterminar, esta área, que todos os bandos ocupam, é perfeita para qualquer espécie sobrenatural se instalar, especialmente considerando nossos laços com Dark Falls. Essa base sobre a qual o território da matilha Moonstone foi construído sempre esteve em nossa família. Eles querem tomar algo que nunca foi deles e isso não vai acontecer. Não enquanto eu viver."

"Quantos são?" Eu perguntei.

"Se você somar todas as matilhas, incluindo idosos e as crianças, talvez seja o dobro disso." Kash falou, me deixando tensa, e meu coração acelerou. Mas o que ele disse em seguida, só fez com que eu me sentisse pior. "Esse é o contingente de combate deles. De onde quere que tenham vindo, não trouxeram nenhuma mulher ou criança."

Meu estômago se revirou e um mal-estar tomou conta de mim. Aquilo foi demais para suportar. Eles poderia destruir todos nós...

"A que distância eles estão da floresta externa?" Zedkiel questionou.

"Bom, quando consegui chegar perto o suficiente para descobrir, eu diria que eles já tinham avançado um quarto do caminho, rompendo as barreiras ao redor da floresta." Ele disse, esfregando o ombro por um segundo.

"Espere alguns meses no máximo." Zedkiel ponderou.

"E você não pode falar com eles?" Eu perguntei, olhando para ele preocupada. Afinal, ele era um híbrido.

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