Minha Amada Ômega romance Capítulo 68

ZEDKIEL.

Olhei para ela, mas não esbocei nenhuma reação. Por mais que quisesse saber o que ela havia feito com Evangeline, então me recusei a entretê-la. Reagir como se nada tivesse ocorrido, só machucaria Evangeline.

"Você gosta mais de mim, não é?" Ela sussurrou, passando a mão pelo meu braço.

"Não se precipite." Eu disse calmamente enquanto ela apertava meus bíceps.

Foi necessário muito autocontrole para não perder a calma e exigir que ela trouxesse Evangeline de volta, pois sabia que se ela não voltasse as coisas piorariam. Não precisava que ela fizesse uma cena na frente de todos.

"Então… você está dizendo que o Príncipe Zedkiel é o legítimo Rei simplesmente porque ele é um híbrido? Perdoe-me majestade, mas você poderia ter dormido com uma vampira só para ter esta criança. Não é o suficiente." Darvin zombou.

Ele era mais um Alfa idiota e a cada palavra que saia de sua boca só me irritava cada vez mais.

Cerrei a mandíbula e percebi que de fato não havia provas o suficiente para fazê-los acreditarem que tudo o que papai disse se referia a mim... No entanto, mesmo que eles não estivessem convencidos, toda essa situação abriu os meus olhos.

"Seu Lycan é o original. Ele é Zarachiel! A própria Oráculo confirmou isso!" Papai afirmou e seus olhos faiscavam.

"Muito conveniente que ela não esteja mais entre nós para confirmar isso." Ragnar comentou com desdém.

"Além disso, Zed nunca mencionou o nome de seu Lycan." Draven comentou, observando tudo com grande interesse. "Tenho certeza de que seu Lycan nem conversa com ele... ou talvez isso seja apenas uma especulação minha."

Eu franzi a testa incomodado, a discussão estava se arrastando por mais tempo do que o necessário, e com Evangeline naquele estado, só queria sair dali o mais rápido possível. "Não há necessidade de tudo isso. A Câmara da Verdade nunca me proclamou como o legítimo... Rei..."

Com uma expressão pensativa, me recordei da entidade na Câmara.

A aparência dele…. Suas palavras…

"O quê?! Você não tem mais nada a dizer?" Sinclair zombou.

Meus olhos faiscaram enquanto eu o encarava friamente. "Você está com os dias contados." Eu vociferei. "Eu quis dizer que a Câmara nunca me revelou como rei. Não mostrou que nenhum de nós é o próximo Rei! Então, tudo se resume a este tornei. Os desafios foram feitos para deixar claro quem é capaz, correto? Então, diga-me, você não confia nas provas? Vou participar... afinal, nem todos os desafios são de força física. Vamos ver quem tem a mente e melhor capacidade para se tornar um verdadeiro líder." Eu respondi, massageando as têmporas.

"Não é só força, apenas dois rounds e isso já os deixou inseguros?! Se alguns membros assustados da corte e um filhote Alfa inútil conseguiram abalar os alicerces deste tornei, da aliança e confiança entre as seis matilhas, isso sim é o que deveríamos ter medo! Temos uma guerra batendo a nossa porta e todos estão ocupados demais com esse maldito torneio! Alguém tentou matar minha mulher e alguém conseguiu assassinar a Oráculo! E aqui estamos, discutindo sobre aquilo que deveria ser a solução para selecionar o melhor rei! Mas, ao invés disso, o torneio se tornou apenas entretenimento! Enquanto o inimigo se aproxima!" Minha voz ecoou pelo campo de treinamento, enquanto abaixei a mão, balançando a cabeça.

Não gostava de expor a minha frustração, ainda mais com nossas vidas em evidência, mas tínhamos um problema, e aqueles idiotas estavam mais focados na p*rra da coroa.

"Podem me banir deste tornei abandonado pela Deusa, se assim desejarem, mas saibam que exigirei um exercito quando chegar a hora enfrentar nosso inimigo. Enquanto isso, vocês podem continuar lutando por um mero título!"

Minha voz ressoou e foi seguida pelo silêncio.

"Você falou como um verdadeiro Rei." Papai murmurou tão baixo que quase não escutei.

"Que adorável." Ela sussurrou e eu lhe lancei um olhar. Ela até podia parecer a minha mulher, mas estava evidente que não era ela...

Enojava-me pensar que havia permitido aquela mulher cair em cima de mim. Eu estava tão consumido com a beleza dela, pensando que era Evangeline. Porém, elas pertencem a mundos diferentes e aquela ao meu lado é justamente a que não quero de jeito nenhum perto de mim...

"Um inimigo que é do seu sangue, Príncipe Zedkiel." Franco ponderou calmamente, mas havia um tom de desafio em seus olhos.

"O qual nunca conheci, mas se você acha que só porque sou parte inimigo isso me torna um inimigo, então pode achar o que quiser... mas lembre-se que até os nossos podem nos trair... correto?" Eu indaguei com uma pitada de veneno.

Ele contraiu a mandíbula, mostrando que havia entendido. Quantas vezes não descobrimos traidores em nossas matilhas?

"E o que dizer sobre todas as mulheres que você matou e que não podem falar por si?" Alcazer indagou. Sua raiva por mim era incompreensível. Quanto ódio ele havia reprimido por mim?

Ao que parecia, o suficiente para se mostrar tão ressentido.

"Isso é algo que não posso discutir. Não me lembro de como as matei... Mas, você sabe muito bem que não as bebi até ficarem secas. Não digo isso como desculpa..."

'Tolo! Deixe-me cuidar dele.' Zarachiel zombou em minha mente. 'Passe o controle para mim.'

Por momento, hesitei, não queria lhe dar o controle, porém se queria que ele confiasse em mim... precisava dar o primeiro passo.

'Certo.'

Expirei antes de aliviar o meu controle e o senti avançar. Não tinha mais certeza se era a coisa mais inteligente a se fazer, pois não era Evangeline quem estava ao meu lado, porém esperava que ele soubesse disso.

'Tenha cuidado, ela não é nossa companheira.' Murmurei.

'Ela não vai fazer nada comigo.' Ele afirmou, no entanto, gostaria que ele não fosse tão enigmático.

Todo notaram a mudança, o céu escureceu um pouco e o vento se intensificou.

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