Minha Luna Destinada romance Capítulo 4

"Engraçado...," ele começou, seus olhos frios e cruéis. "Até ontem, você mantinha a cabeça erguida e falava com indiferença, mas agora..." Ele se deteve, caindo na risada: "Agora você parece morta." Seus olhos brilharam: "Eu queria te ver quebrada, mas não é divertido se você quebrar tão fácil assim." Uma expressão ameaçadora tomou conta de seu rosto.

Então, se aproximou de mim, forçando-me a dar um passo para trás e minhas costas baterem nas grades frias.

"Agora já sabe qual é o seu lugar, Carrot?" Ele bufou, com um sorriso digno dos lábios do diabo.

Eu sempre soube o meu lugar, nunca tentei subir mais alto do que meu status, nem pedi que prestassem atenção em mim ou que me amassem. Quando me batiam, eu dizia a mim mesma que era porque eu merecia e quando tiravam comida da minha mesa, me impulsionava a fazer e ser melhor.

Red Lake nunca foi minha casa e eu sabia disso desde criança, não tinha família ali, nem propósito e relevância. Agradeci ao Alfa e sua Luna por me deixar ficar na alcateia, mesmo quando eu não mudei de forma aos quinze anos, como qualquer outro lobisomem.

Eu sabia o meu lugar ali, era servir, mas por mais que eu me curvasse, não era o suficiente, não gostava de abaixar a cabeça. Me curvar para agradar essas pessoas me machucava, mas aprendi meu lugar cedo, então, apesar de ser difícil engolir meu orgulho, eu fazia isso o tempo todo, a ponto de passar a ser mais fácil de engolir o orgulho agora, porque já era quase inexistente.

"Tô falando com você, não, Carrot?" Levantei o olhar, ao ouvir o som de raiva na voz dele.

Eu pisquei, e seu contorno era um borrão na minha frente. Estava muito perto, perigosamente perto e apesar do quanto eu odiava isso, meu corpo estava sintonizado com o dele. O calor que emanava de seu corpo esquentava o frio que se espalhava dentro de mim, mas não era o suficiente, e o frio era maior, e se espalhou mais rápido.

Carrot ("Cenoura").

Era o meu nome, não um apelido, mas o nome que ganhei ao nascer e minha mãe prontamente me abandonar no hospital. Não tinha cabelo ruivo, então meu nome não tinha justificativa. Minha mãe gostava de cenoura? Ela havia comido muita cenoura durante a gravidez de mim? Ou odiava cenouras? Eu nunca saberia, porque não cheguei a conhecê-la.

"A Luna me pediu pra arrumar o quarto dela," respondi em um tom monótono, o vazio se espalhando dentro de mim: "Se você me der licença..." Tentei passar por ele, mas me impediu.

"Sua garota atrevida...", ele rosnou com os olhos brilhando: "Seria melhor você pular." Mãos fortes me empurraram e meu mundo girou em seu eixo, enquanto eu caía em queda livre.

Por uma fração de segundo, minha boca se abriu em um grito e estendi a mão, tentando agarrá-lo, no corrimão, em qualquer coisa. Quando meus olhos arregalados encontraram os risonhos dele, o grito morreu na minha garganta e o vazio frio dentro de mim se espalhou, e então fechei os olhos e tudo escureceu.

***

Bip... Bip... Bip.

Um som incessante e irritante alcançou meus ouvidos, através da escuridão. Após ele, alfinetadas de desconforto empurraram minha pele, minha garganta queimava e minha cabeça latejava, em um ritmo turbulento.

"Você está acordada." Um homem desconhecido estava ao meu lado com um vestido branco ofuscante e uma carranca sutil: "Sabe seu nome?" Mesmo com os ouvidos zumbindo, ele parecia impaciente.

"Carrot", murmurei com a garganta apertada.

Como eu ainda estava ali? Noah me empurrou para fora da varanda e, embora fosse apenas um andar, pensei que tudo estava acabado. Então, a não ser que a vida após a morte parecesse uma enfermaria de hospital, eu não havia morrido.

"Isso mesmo, Carrot." Seu olhar ficou ainda mais severo: "Quantos dedos têm aqui?"

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