Minha Noiva É Uma Grande Chefe romance Capítulo 1088

A companhia aérea.

Luciana e Abel entraram, um após o outro, enquanto as pessoas no interior se ocupavam de suas tarefas de maneira organizada.

Ao verem a dupla, as pessoas fizeram uma breve reverência e rapidamente voltaram ao trabalho.

Abel caminhava à frente e, ao chegar ao seu escritório, abriu a porta e deu espaço para passar.

Luciana, por sua vez, levantou os olhos de repente.

Pela expressão dela, Abel percebeu que ela havia interpretado mal a situação. Seus lábios finos se curvaram numa leve expressão de diversão. "Tenho uma surpresa para você. Não vai entrar?"

Luciana apenas lançou-lhe um olhar rápido e entrou no escritório.

Abel foi até sua mesa, pegou algo e o colocou sobre a mesa. "Eu sei que você deveria ter visto isso há cinco anos, mas como poderia ficar tranquila sem investigar a fundo?"

Luciana fixou o olhar no caixa preta, com uma profundidade sombria em seus olhos.

Sim.

Ela havia concordado em ser sócia oculta de Abel, principalmente para encontrar a gravação original da câmera de segurança do avião naquele dia.

Ela havia acessado o vídeo logo após o incidente, mas só havia recebido os últimos dez minutos do áudio original.

O som ensurdecedor da queda da aeronave, barulhos confusos.

E, por fim... a explosão do acidente.

O local do desastre aéreo foi encontrado três dias depois.

Para não chamar atenção, ela mesma liderou uma equipe até lá.

O helicóptero pairava sobre o oceano profundo.

O barulho intenso misturado com o som do vento enchia seus ouvidos.

No entanto, ela só viu destroços brancos do avião flutuando na superfície do mar.

Não havia nenhuma ilha por perto para fazer uma parada.

Era impossível determinar se havia sobreviventes sem mergulhar no mar.

Mas todos sabiam.

Nesse tipo de desastre.

Mesmo que alguém sobrevivesse ao acidente aéreo e conseguisse se manter vivo no mar por três dias...

As chances de sobrevivência eram quase nulas.

Ninguém poderia sobreviver.

Exceto ela, que não acreditava nisso.

Abel conectou o dispositivo ao computador e se levantou para dar espaço a Luciana. "Sem a minha ordem, ninguém vai te incomodar."

Com a porta fechada, Luciana olhou para fora e então sentou-se diante do computador.

O áudio havia sido decifrado, era muito completo e duradouro.

A única diferença de cinco anos atrás era que ela ouviu a voz do tio.

Embora fossem apenas duas palavras.

Mas o coração que havia permanecido em silêncio por cinco anos ficou claro novamente com essas duas palavras.

Seu coração estremeceu intensamente.

Durante cinco anos inteiros, não houve um dia sequer que ela conseguisse esquecer.

Ela não sabia que tipo de ameaça seu tio havia enfrentado naquela época, ou o que ele havia descoberto.

Assim como Luciele naquela época, ela poderia entender.

Mas ela não podia perdoá-lo!

O tio sabia muito bem quantos anos ela levou para superar o incidente da falsa morte de sua mãe.

Ele sabia de tudo.

Mas ainda assim escolheu esse caminho.

Nos olhos dele, Luciana era tão frágil assim? Tão frágil que ele precisava sacrificar a si mesmo para protegê-la?

De repente, um som agudo veio dos fones de ouvido, mas ela ouviu vagamente uma voz diferente.

Parecia que estava chamando um nome.

Ela franziu a testa, prestes a pausar, quando o computador à sua frente subitamente apagou.

Ao mesmo tempo, ouviu-se barulho de passos do lado de fora.

Observando o macarrão leve e fino em sua tigela, Luciana, sem alterar sua expressão, levantou o olhar, "Você conhece bem este lugar?"

Abel, tirando os óculos, assentiu com um sorriso, relaxando completamente ao lado dela.

"Você sabe, eu não sou daqui de São Verde, então não estou acostumado com a comida local. Assim, encontrar um lugar que se encaixe no meu paladar é valioso para mim, e eu não havia compartilhado isso com mais ninguém."

Luciana fingiu não entender o significado por trás de suas palavras.

Ela apenas perguntou o que queria saber, "Meu avô mencionou que a família Cardoso viveu muitos anos na cidade costeira. O que os fez pensar em vir para cá de repente?"

Ao ouvir isso, um sorriso brincou nos olhos de Abel, "Perguntar assim de repente, você está curiosa sobre mim ou sobre minha família?"

Luciana arqueou as sobrancelhas em resposta, "Há diferença?"

"Claro!"

Abel pausou por um momento, "Você pode aprender sobre a história da minha família através de outros, mas se quer realmente me conhecer, eu prefiro que seja através do que eu mesmo compartilhar."

Luciana balançou a cabeça levemente, "Você está pensando demais. Não tenho interesse nessas coisas."

Ela já havia mandado João investigar tudo sobre ele.

Ela sabia muito bem que não havia problemas, e sua permanência ali era apenas para não desapontar seu avô.

Abel mudou de assunto, "Nesses anos, também ouvi alguns boatos, você realmente tem certeza de que ele ainda está vivo?"

Luciana não respondeu diretamente, apenas perguntou de volta, "O que você está tentando dizer?"

Abel suspirou levemente, "Você já pensou que, se ele realmente estiver vivo mas não quiser te ver, isso pode ser considerado uma forma de rejeição..."

O coração de Luciana vacilou por um momento.

A voz de Abel soou novamente, "Alguém assim ainda vale a pena esperar?"

Os olhos de Luciana esfriaram, "Este é meu assunto, e eu sei o que estou fazendo."

Entre linhas, isso não diz respeito a você.

Abel não recuou, considerando as coisas do ponto de vista dela, "Eu entendo, mas o que você mais precisa agora é de alguém que possa fingir ao seu lado na frente da família a qualquer momento, não acha que eu sou adequado?"

"Você?" Luciana arqueou as sobrancelhas.

Não sabia o que ele estava insinuando.

Abel mantinha um sorriso nos olhos, "A gentileza do velho senhor não pode ser rejeitada vezes sem conta. Além disso, se não fosse eu, o velho senhor teria arranjado outra pessoa, certo?"