Minha Noiva É Uma Grande Chefe romance Capítulo 223

Num país desconhecido.

Em um beco cheio de prostitutas clandestinas.

Paula tentou se levantar no quarto pequeno e úmido, mas só conseguia se mover lentamente apoiada na parede com suas pernas fracas e trêmulas.

As pessoas no navio haviam cortado seus tendões das mãos e pés de maneira especial, que a fizeram viver de modo a dificultar seus movimentos futuros, mas sem torná-la completamente inválida; ela ainda podia se alimentar e lidar com as necessidades básicas da vida.

Depois de ser vendida para aquele lugar, ela foi trancada nesse pequeno quarto, atendendo clientes dia e noite.

Como era nova ali, apesar da cicatriz no rosto, os clientes estavam muito interessados nela com a procura grande. Nos últimos dias, ela só conseguia dormir duas horas além do tempo reservado para as refeições.

Ela não aguentava mais e não queria mais suportar aquele quarto úmido, nem aqueles homens fedorentos que se satisfaziam em seu corpo, nem queria mais viver uma vida pior que a de porcos e cachorros!

Ela secretamente rasgou o lençol, tentando amarrar o tecido nas barras de ferro que bloqueavam a janela para se enforcar.

Mas a porta do quarto foi subitamente empurrada de fora, e o guarda que a vigiava viu o que ela estaria fazendo, xingou em uma língua que ela não entendia, puxou seu cabelo e, a arrastou para o chão acompanhando gritos e luta dela, espancando-a severamente.

Os pedaços de tecido que ela queria usar em suicídio se tornaram as ferramentas para amarrá-la na cama.

E aqueles que a espancaram não mostraram misericórdia por seus ferimentos e não a deixaram descansar nenhum.

Quando ela viu o próximo cliente entrar pela porta, um homem baixo e escuro, o desespero brilhou em seus olhos...

Sábado.

Teatro de Ópera Nova Esperança do Sol.

O concerto itinerante de Sabrina foi um grande sucesso, e o evento em Nova Esperança do Sol foi ainda mais especial com a presença de Belmiro Alencastro como convidado.

Belmiro tinha muitos fãs e um poder forte de convocação, então quando a notícia se espalhou, os ingressos para o concerto rapidamente se esgotaram.

Fabiana conseguiu com dificuldade sete ingressos.

Como era especialmente fã de Sabrina, ela se vestiu com capricho para a ocasião. Oswaldo brincou dizendo que ela parecia estar se preparando para um encontro às cegas, e não para um concerto de piano.

Leandro e os outros também se arrumaram um pouco, colocando trajes formais.

Somente Luciana continuava com sua camiseta branca e jeans, destacando-se entre o público formal enquanto esperava para ter seu ingresso verificado e entrar, um tanto deslocada.

Ela não tinha interesse algum no concerto de piano de Sabrina.

Estava ali apenas para acompanhar Leandro e Tânia a fazer Fabiana feliz.

Ela estava entediada, pensando por que Lázaro ainda não havia chegado, quando de repente viu um homem de meia-idade tentando entrar no teatro sem passar pelo detector de metais.

Ela franziu a testa e se aproximou.

Nos bastidores do teatro.

Hoje, naturalmente, Sabrina também havia convidado a família Rocha.

Por cortesia, Zuleide e Jairton vieram com toda a família.

Eles chegaram ao teatro antes da família de Luciana, e Edilene os recebeu pessoalmente nos bastidores.

Edilene também estava excepcionalmente bem vestida, com um vestido longo branco com uma fenda alta, cabelos presos e sem os óculos dourados habituais, substituídos por lentes de contato. Sem o ar de dignidade usual, ela parecia ter um charme especial.

Nos bastidores, Sabrina, em um vestido de gala azul, acabara de se maquiar quando viu a família Rocha entrar. Ela sorriu para Zuleide e cumprimentou: "Senhora."

Zuleide sorriu de volta e acenou com a cabeça.

Edilene lançou um olhar para Luciana, que estava vestida para um concerto de piano com uma camiseta, jeans e tênis, muito casual, e sorriu com desdém.

Que mau gosto!

Ela caminhou com tranquilidade até o local e primeiro se dirigiu a um homem de meia-idade que parecia estar confrontando Luciana: "O que houve?"

"Eu estava entrando tranquilamente quando ela de repente me atacou!" disse o homem de meia-idade, apontando para Luciana.

Foi então que Edilene olhou para Luciana: "O piano de Sabrina só deve ser ouvido por pessoas de fino trato. Quem tem comportamento grosseiro e gosta de causar confusão deve voltar para casa. Tenho medo que suje nosso chão."

O tom dela parecia cortês, mas suas palavras carregavam um tom condescendente.

Luciana arqueou as sobrancelhas e deu a Edilene um olhar indiferente, claramente percebendo a hostilidade emanando dela.

"Senhorita, você só ouviu um lado da história e, sem nos perguntar nada, já chegou a uma conclusão. Não acha isso precipitado?" Fabiana deu um passo à frente, protegendo Luciana.

"Minha irmã viu que esse homem tinha uma faca escondida e estava tentando passar pela segurança para entrar no auditório, então ela interveio!"

Ela apontou para as pessoas ao redor: "Se não acredita, você pode perguntar a elas!"

As pessoas que assistiam começaram a concordar: "Sim, essa moça pegou o homem e uma faca caiu dele..."

Foi quando Edilene percebeu a faca no chão.

"Minha irmã arriscou a própria segurança pelo bem do concerto de vocês, e você a insulta assim." Fabiana disse friamente: "Acho que você deve um pedido de desculpas à minha irmã!"

O público ao redor começou a falar também: "Sim, é errada insultar alguém sem saber de toda a história..."

"Realmente, deve-se pedir desculpas..."