Minha Noiva É Uma Grande Chefe romance Capítulo 631

Na sala de aula, Tertuliano encontrou um lugar para se sentar e Severino, naturalmente, aproximou-se, folheando seu livro sem muito interesse.

Não demorou para que ambos ouvissem sussurros e risadinhas vindos de perto.

Os dois olharam para trás simultaneamente e viram uma garota sentada atrás deles, com uma profunda cicatriz no rosto.

Tertuliano virou-se de volta, sem expressão. Afinal, não havia nada que despertasse sua curiosidade.

Severino, por outro lado, não conseguia desviar o olhar.

Parecia familiar.

Tertuliano virou a cabeça de Severino de volta, "Pode parar de encarar a garota sem parar?"

Severino, forçando-se, virou a cabeça, "Eu só estava olhando para a garota, sabe? Ela parece familiar, como se eu a tivesse visto em algum lugar... Espera! Você não é a Doralice?"

Severino era praticamente um filho adotivo de Renata, então ele naturalmente conhecia Doralice, embora não muito bem.

Anteriormente, Doralice desprezava Severino por ser uma criança adotada e ainda assim agir com arrogância como Lázaro, sem vergonha.

Severino, por sua vez, detestava Doralice por ser afetada, sempre chamando os outros de "irmão" de uma maneira que o enojava.

Embora eles não se confrontassem diretamente, também não interagiam, mantendo uma harmonia superficial enquanto, por trás, não tinham respeito um pelo outro.

Sem adultos por perto, já era bom que não trocassem olhares de desprezo.

Doralice levantou a cabeça e, ao ver Severino, ficou surpresa por um momento, mas logo assumiu uma expressão neutra, "Severino? O que você está fazendo aqui?"

"Essa pergunta deveria ser minha. O que aconteceu com seu rosto?"

Severino estava há um tempo sem ir para casa, então ele estava completamente alheio às reviravoltas na família Cardoso.

Doralice olhou para baixo, "Não é importante. Você também está estudando aqui?"

Severino nunca tinha visto Doralice falar de maneira tão suave e gentil; a postura de "princesa" havia desaparecido, o que despertou sua curiosidade, "Sim, você também se transferiu para cá? Minha tia sabe?"

"Sim, ela sabe. Vim fazer pós-graduação. Meu orientador disse que, como acabei de me transferir, perdi muitas aulas, então ele me aconselhou a começar a assistir às aulas para me familiarizar," disse Doralice, lançando um olhar para Tertuliano e, vendo sua silhueta, sentiu-se intimidada.

Apesar de Severino se irritar com Doralice, vendo-a nesse estado, ele não agiu como antes, ignorando-a.

Em vez disso, colocou o braço ao redor do ombro de Tertuliano e a apresentou, "Este é meu irmão, Tertuliano. Diga oi."

Tertuliano lançou um olhar desdenhoso para Severino. Ele não estava a par dos assuntos da família Cardoso, e Luciana certamente não o informaria sobre tais trivialidades. Durante seu tempo em Cidade do Mar, a Ordem das Sombras não havia informado Tertuliano sobre isso.

Ele então acenou amigavelmente para Doralice, "Com licença, a aula vai começar."

Sua atitude claramente não mostrava interesse em conversar mais com Doralice.

Doralice, percebendo a situação, disse a Severino: "Vamos prestar atenção na aula agora, podemos conversar depois."

Severino assentiu e, de forma provocativa, sussurrou a Tertuliano sobre a "irmã mais velha". Tertuliano, por baixo da mesa, pisou forte no pé de Severino, fazendo-o parar.

Após a aula, Severino já estava dormindo sobre a mesa, parecendo um cachorro. Tertuliano o chutou, "Vamos?"

"Ah, vamos. Aquela Doralice, já é meio-dia, vamos almoçar juntos?" Severino se levantou, limpando a saliva, e chamou Doralice.

Doralice, sendo nova na área e com a cicatriz no rosto, não tinha muitos amigos, então seguiu os dois.

Na cantina, Severino finalmente teve a chance de fazer todas as perguntas que queria.

Doralice resumiu a história de forma simples, claro, omitindo suas próprias maldades, e se pintou como uma triste e inocente flor.

"Fui eu quem errou, não deveria ter acreditado nas palavras de Lucinda, fazendo minha cunhada sofrer. Mereço este fim, mas graças à generosidade dela, que não guarda rancor, posso recomeçar minha vida."

Severino concordou com um aceno de cabeça. "Você realmente deve agradecer à minha cunhada. Ajoelhar-se e bater a cabeça no chão várias vezes nem seria demais. Se soubesse que eles estavam sofrendo em Cidade do Mar, eu teria corrido para lá sem pensar duas vezes. Como eles ousam fazer minha cunhada sofrer? Isso é inaceitável!"

Severino, referindo-se repetidamente à sua cunhada, deixou Tertuliano tão irritado que ele mal conseguia comer. "Antes, você só falava 'caipira, caipira', e agora chama minha cunhada com tanto entusiasmo. Luciana concordou com isso?"

"Não é da sua conta." Severino pegou a carne do prato de Tertuliano, continuando a reclamar de Doralice.

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