Minha Noiva É Uma Grande Chefe romance Capítulo 768

O sorriso de Luciana era como a geada do inverno rigoroso, deslumbrante mas cortante.

Mesmo Carolina sendo ingênua, percebeu que Luciana não estava simplesmente conversando com ela.

Ela tentava inutilmente afastar as mãos de Luciana, enquanto seus olhos desfocados varriam os presentes.

Aqueles que, momentos atrás, uniam-se a ela em hostilidade contra a família Duarte, agora se escondiam o mais longe possível.

Ao encontrarem seu olhar, todos desviavam.

Nem se atreviam a sugerir uma palavra de consolo, quanto mais intervir.

Qualquer um com olhos via que Luciana não era pessoa de se provocar, especialmente com Alexsander ao seu lado.

Sua habilidade era de deixar qualquer um boquiaberto!

Pensavam que os dois seguranças eram impressionantes, capazes de arrombar o portão do condomínio com um chute!

Mas Alexsander lidava com os dois como se estivesse brincando, sem mostrar o menor sinal de esforço, evidenciando o quão formidável ele era.

Carolina abriu a boca, "Eu... aceito... concordo com você..."

"Finalmente mostrando bom senso."

Luciana acenou com satisfação, finalmente soltando o pescoço de Carolina.

No momento em que o ar invadia seus pulmões, Carolina começou a tossir violentamente, lançando um olhar venenoso a Luciana, que logo se alargou em espanto.

Sentiu uma lufada de ar passar por seu rosto e uma dor súbita no pescoço, sem ter a chance de gritar, foi engolida pela escuridão.

Luciana se levantou lentamente, esfregando a ponta do sapato na bainha do vestido de Carolina.

Seus olhos claros varreram o ambiente, pousando sobre a câmera de segurança escura na sala, antes de se voltar para Henrique.

O gerente do condomínio estremeceu, como se fosse explodir, "Senhorita Rocha, fique tranquila, nossa câmera estava desligada hoje, não haverá fofocas!"

Luciana apenas tossiu levemente, "Alexsander, chega de brincadeiras."

"Claro!" Alexsander respondeu, acelerando seus movimentos, e em menos de dois segundos, os dois seguranças caíram ao chão.

Ele limpou as mãos, jogando o lenço no chão.

Caminhou até Carolina, que estava atrás de Luciana, e enquanto pegava o colarinho dela, seus olhos sorridentes passaram pelos dois meninos, "Vocês vão contar o que aconteceu, certo?"

Os dois garotos, que acabaram de ser repreendidos por ele, se encolheram em cantos opostos, abraçando as pernas das mesas e tremendo.

Naquele momento, Luciana já havia saído do prédio do condomínio, e Alexsander, não querendo perder tempo, disse, "Lembrem-se de dizer às suas famílias que os machucados de hoje foram por causa dessa sua tia distante, entenderam?"

"Entendido," os garotos responderam apressadamente, acenando com a cabeça.

Vendo que Alexsander não a seguia, Luciana parou e olhou para trás, "Alexsander, venha logo."

Alexsander, satisfeito com a obediência deles, não disse mais nada, arrastando Carolina apressadamente por entre as pessoas, "Vocês deveriam saber o que podem e o que não podem dizer, hein?"

Todos concordaram rapidamente, "Sabemos, sabemos."

Mesmo que não soubessem, teriam que dizer que sabiam!

Era assustador demais!

Quem imaginaria que alguém tão amigável quanto ele pudesse ser tão perigoso? Sentiam que, se não concordassem, Alexsander viria para cima deles no próximo instante!

O carro de Luciana estava estacionado não muito longe do hall do condomínio.

Alexsander, preocupado que Carolina sujasse seu carro novo, abriu o porta-malas e a colocou lá dentro.

Seus movimentos eram fluidos, como se fosse um criminoso experiente em sequestros.

Luciana observava com uma ruga entre as sobrancelhas: o que, afinal, os anciãos da família haviam ensinado a esse jovem?

Era raro o patriarca estar animado, então Samuel adiou todos os seus compromissos para ficar em casa conversando com o ancião.

Martim Ferro e Enzo acabaram de entrar no quintal.

O patriarca foi o primeiro a vê-los, sabendo que eram dois companheiros de batalha de Samuel, os chamou calorosamente para se sentarem. "Vocês dois jovens, faz tempo que não aparecem aqui. Hoje vocês definitivamente têm que ficar para o jantar."

O rosto de Martim se iluminou com um sorriso radiante. "Já que o senhor disse isso, com certeza eu ficarei. Ainda não comi hoje."

Enzo olhou para ele segurando o estômago e balançou a cabeça, resignado. "Estive ocupado resolvendo alguns assuntos militares recentemente. Queria ter vindo antes, mas não consegui encontrar a oportunidade. Finalmente consegui vir hoje, espero que não nos ache inconvenientes."

"Ora essa, criança."

Amaury Fernandes sempre recebeu os companheiros de Samuel com um sorriso no rosto. "Eu, velho, gosto de agitação. Na verdade, acho que vocês é que me acham um estorvo aqui."

"Babá Ana, pode me levar para dentro? Está muito quente aqui fora, quero ir para o quarto me refrescar com o ar-condicionado."

"Hoje nem está tão..."

Martim olhou para o céu.

O céu estava nebuloso, com nuvens cinzentas e escuras.

Parecia que uma tempestade estava se formando, com o céu completamente escuro, sem um vislumbre de sol ou mesmo uma faixa de nuvem branca.

O patriarca estava confuso?

Enzo suspirou e deu um tapa na nuca de Martim. "Você é mesmo simplório! Até agora estava discutindo comigo, o patriarca queria nos dar um espaço para conversar, como você não percebe isso?!"

"Você estava discutindo comigo até agora, se eu não tivesse te impedido, hoje você teria brigado com a Srta. Rocha!"

Os olhos de Samuel, cheios de ternura, se fixaram por um segundo ao ouvir o nome "Srta. Rocha". "Srta. Rocha? Luciana? Vocês a encontraram?"

"Sim." Enzo, sem notar a mudança nos olhos de Samuel, apontou para Martim com uma expressão de descrença. "Irmão, você não faz ideia. Estávamos passando pelo condomínio quando vimos a Srta. Rocha prendendo alguém."