Minha Noiva É Uma Grande Chefe romance Capítulo 829

Alexsander levava Thiago pelas maiores aldeias urbanas de São Verde.

Caminhando por becos que se torciam e viravam, faziam sua cabeça doer. Se não fosse pelo localizador GPS, ele realmente temeria que Thiago o enganasse, levando-o a um lugar desconhecido para eliminá-lo.

"Como ainda não chegamos?" Jaime observava os arredores, os prédios altos quase idênticos uns aos outros.

Acima, roupas penduradas densamente e fios elétricos entrelaçados. Em lugares assim, um pequeno incêndio significaria que ninguém conseguiria escapar.

As pessoas que trabalhavam para a família Teixeira realmente viviam em um lugar assim?

Era discreto demais?

Thiago liderava o caminho, olhando para trás de tempos em tempos para garantir que Alexsander e Jaime e seus homens pudessem acompanhar, "Está logo à frente. Este lugar é assim, parece ter muitas ruas, mas a maioria é beco sem saída. Sem alguém conhecido para guiar, é muito fácil se perder."

Alexsander comentou, "Percebi. Ouvi dizer que todos vocês têm dormitórios, então por que o Júlio vive em um lugar assim?"

Ao mencionar isso, um semblante de resignação tomou o rosto de Thiago, "Quem sabe o que ele pensa? Apesar de não ter pais, insiste em morar neste lugar tumultuado. Eu tentei várias vezes arranjar um dormitório para ele, mas o garoto sempre recusa, usando a desculpa de não querer perder sua liberdade."

"Você mencionou que o salário de um estagiário não chega a oito mil, em São Verde, onde cada metro quadrado vale ouro. Mesmo nesses apartamentos velhos e pequenos, o aluguel mensal custa dois a três mil. Metade do salário vai embora assim, e ainda tem que lidar com o transporte diário, alimentação e outras despesas. Não sobra quase nada no fim do mês."

Thiago tinha muito a dizer sobre Júlio, "Esse garoto ainda vive me dizendo que quer se casar, mas com o jeito que ele gasta dinheiro, que garota gostaria de ficar com ele?"

Alexsander e Jaime ouviam em silêncio.

Olhando para os membros da equipe atrás deles, já começavam a formar uma opinião. Talvez ele dissesse não gostar de restrições porque seria difícil se encontrar com pessoas da família Teixeira no dormitório.

Eles continuaram conversando casualmente com Thiago.

Durante a conversa, até descobriram em que ano e dia Júlio entrou para a força policial.

Quando parecia que não havia mais o que falar, finalmente chegaram ao prédio residencial onde Júlio morava.

Era cerca de duas ou três da manhã em São Verde.

Apenas algumas luzes estavam acesas no prédio inteiro, o resto estava escuro, impossível de dizer se havia alguém dentro.

Thiago os levou para dentro do prédio residencial, que recentemente teve um elevador novo instalado, apesar de ser um edifício antigo.

Todo o grupo se apertou dentro do elevador. Se não tivessem deixado dois homens na entrada do prédio para vigiar, o peso de tantos homens juntos poderia exceder a capacidade do elevador.

Chegaram ao andar de Júlio, a porta de ferro estava fechada.

Coberta de vários anúncios pequenos, parecia que ninguém morava ali há muito tempo.

Thiago franziu a testa e, sob o olhar atento de Alexsander e Jaime, levantou a mão para bater na porta. Antes que pudesse agir, foi interrompido por Alexsander, "Não vamos alertar a presa."

Alexsander acenou, e Jaime, ao seu lado, avançou com a chave-mestra.

"Realmente devo isso a você, a tarefa que Lázaro lhe deu. Ter que vir aqui no meio da noite para fazer esse trabalho pesado." O homem reclamava, embora suas mãos trabalhassem habilmente.

Com um chiado, a porta foi aberta de fora.

Alexsander entrou primeiro, pronto para se defender, "Isso não é uma chance de ganhar méritos? Fique atrás de mim, eu tenho medo que você ainda esteja sonolento e deixe Júlio te bater de novo."

"Está tão escuro aqui, quem sabe onde ele pode estar escondido."

Zzzt...

Antes que Jaime pudesse terminar, um som mais rápido que sua voz atingiu os ouvidos de Alexsander - o som da eletricidade fluindo através da lâmpada.

"..."

Jaime deu passos largos até Alexsander, batendo em seu ombro rígido, “Vamos, é hora de voltar. Faça como Lázaro disse, emita um mandado de busca.”

“Camarada, isso... isso não é muito precipitado?” Thiago finalmente recuperou a compostura após o momento de diversão anterior.

Um mandado de busca contra um estagiário policial poderia arruinar sua vida!

Jaime não ofereceu nenhuma expressão a ele, puxando o petrificado Alexsander para fora. “Nada precipitado aqui. Ele, no meio da noite, sabendo que um criminoso estava doente, não só não apareceu no hospital, como também não voltou para casa, nem estava na delegacia. Como se pensar, algo está errado.”

“A essa hora, ele deve estar escondido em algum canto, calculando como fugir.”

Sua voz ficava cada vez mais distante enquanto Thiago apressava-se para seguir seus passos.

Mas não conseguiu proferir uma única palavra em sua defesa, a verdade era essa, e como policial, ele não tinha como defender cegamente Júlio.

A comitiva chegou imponente e partiu da mesma forma.

O que eles não sabiam é que, não muito longe daquela casa, na escuridão, uma figura surgiu das sombras densas após a partida deles.

Os olhos escuros de Júlio brilhavam ameaçadoramente na noite enquanto segurava seu celular, dizendo em voz baixa, “Eles já foram, quando seus homens virão me buscar?!”

A voz disfarçada de Heitor era andrógina, “Incompetente, até uma simples tarefa você estraga, e ainda precisamos limpar sua bagunça!”

Júlio não mostrou nenhum sinal de covardia, zombando, “Se vocês são tão capazes, por que não fazem vocês mesmos?”

A pergunta direta fez Heitor engasgar, sem nada para responder, apenas resmungou, “Ainda bem que Carlos já tomou aquele remédio. A essa altura, a não ser que a família Neves esteja viva, ou o Médico Divino e Espectral saia da reclusão, nem mesmo o próprio Deus poderia salvar Carlos.”

No final, Heitor não esqueceu de instruir Júlio a se esconder bem.

Independentemente de onde ele morasse, definitivamente não poderia deixar Luciana e os outros o capturarem, “Não volte para sua casa por enquanto, vou arranjar um novo lugar e uma nova identidade para você. Esta noite, vamos tirar você e sua mãe de São Verde.”