Moradora de rua romance Capítulo 52

Eu observava o rosto de Sebastian avermelhado por conta do sol, seus olhos verdes e profundos, com um brilho especial, ele aguardava a minha resposta. Passo a mão por seu rosto.

-É claro que eu aceito!-Falo e o vejo sorrir abertamente.-Nos seremos uma família, e nada me deixaria mais feliz do que me casar com você, mas...

-Não...-Sebastian resmunga.-Porque tem que ter um mas?

-Sebastian... Não nós conhecemos tão bem, mal nos entendemos... Estamos a um mês juntos e eu acho que um casamento é cedo... Esse bebê nos uniu e isso é incrível e algo que nos foi dado de presente...

-Pensei que quisesse se casar comigo...-Ele faz uma cara triste.

-Não quero que se sinta obrigado apenas porque estou grávida...

-Meu Deus Leslie...-Ele sorri.-Eu quero me casar com você porque eu te amo...

-É tão bom ouvir isso...-Falo fechando os olhos e sorrindo.

-Fica com o anel... E quando você estiver pronta... A gente se casa, na hora e no lugar que você quiser!

-Obrigada...-Sorrio.

Observo Sebastian colocar o pequeno anel de diamante em meu dedo, ficamos deitados ali apenas aproveitando o calor do sol, e é claro sempre usando o protetor solar afinal esse sol era extremamente forte, passeamos pelo mar também, mergulhamos algumas vezes e agora estávamos voltando para a casa de praia, Sebastian caminhava ao meu lado segurando minha bolsa de praia, andamos até chegarmos a casa de praia, meus olhos observaram a beleza daquele lugar, a varanda de madeira e vidro, uma bandeira pendurada na porta de entrada, janelas grandes de vidro, quando entramos eu senti o cheiro de limão e água do mar vindo de dentro, o design rústico porém moderno me impressionou, a sala era enorme, com uma rede no canto, sofá grande marrom com almofadas coloridas, uma meses de centro e uma televisão na parede, a cozinha era americana e dava direto para a sala, segui o corredor e no lado direito havia uma quarto enorme, com uma cama muito agradável e a vista era para a praia e um pedaço do mar, passando pela sala tinha uma porta que dava para uma área de lazer, quando eu estava a caminho da mesma sou barrada por Sebastian.

-Vamos estreitar cada cômodo?-Ele sorri de lado.

-Oque está pensando?

-No momento as coisas mais perversas do mundo...-Ele fala se aproximando.-Mas primeiro vamos tomar um banho, tem uma banheira incrível no nosso quarto...

-Cuidado Sebastian, foi na banheira que tudo começou...

-E não pretendo fazê-la acabar lá...-Sebastian me pega no colo me arrancando risinhos.

E foi na banheira enorme e maravilhosa daquele quarto, na cama macia, no chão da sala, no balcão da cozinha, na área de lazer e em outros cantos que nós trocamos amassos, que chegamos ao prazer inúmeras vezes juntos, e quando terminamos nós deitamos exaustos na cama, meus olhos estavam fechados em quanto eu recebia seu carinho, e sentia cada centímetro de seu abdômen definido.

Em algum momento eu peguei no sono, e dormi ali no colo do home que eu amava, o pai do meu bebê.

Meu sonho foi tranquilo, eu sonhei com meu bebê, minha barriga estava enorme, Sebastian estava feliz e extremamente carinhoso, eu podia me sentir sorrir, o calor daquele carinho que emanava do meu coração. Mas em algum momento meu sonho passou de algo tranquilo mas algo confuso, aquele mandala no muro, o mandala que desenhei no chão certa vez, uma conexão sem sentido, e então dois homens e uma mulher que eu não pude reconhecer o rosto, eles conversavam comigo, e algo me incomodava.

Acordei assustada naquela manhã, assustada e confusa, observo com atenção e me lembro de onde estou, sorrio com isso, me levanto e lavo meu rosto, Sebastian não estavam no quarto, coloco um maiô nude e uma saia longa creme, abro a porta do quarto e sinto um cheiro delicioso, vou até a sala e vejo Sebastian preparando o café.

-Cozinhando para mim?-Me sento de frente ao balcão.

-Por mais incrível que pareça eu sei cozinhar!-Ele me entrega um prato com panquecas e mel.-Para você...

- o cheiro está incrível!-Falo cheirando e provo um pedaço-Uau! Aonde aprendeu a cozinhar?

-Minha mãe sempre foi ótima na cozinha, embora seja raro que ela cozinhe algo, ela me ensinou algumas coisas...

-E quando vou conhecê-la?

-Ela me perguntou a mesma coisa, mas quando voltarmos vou ajeitar isso!

Era reconfortante ver Sebastian se esforçando tanto o quanto que ele fazia por nós. Comi as panquecas saboreando cada pedaço, Sebastian me observava com um sorriso no rosto.

-Não chegamos a comentar mas... Você se lembrou de tudo né...-Concordo com a cabeça tomando meu suco- Até da forma como te tratei quando ainda morava nas ruas?

-Eu não quero falar disso...-Suspiro mas vejo o olhar triste de Sebastian- Acha que se eu continuasse nas ruas, você me trataria igual antes?

-Provavelmente... Eu mudei por sua causa, você me mudou Leslie, oque ninguem conseguiu fazer em 28 anos você fez em meses... talvez dias, se não fosse por você eu não teria aceitado Zuri... não teria perdoado minha mãe, e nem mesmo seria a pessoa que sou com você, eu era uma pessoa amargurada, egoista e hipocrita, e você me melhorou-Ele toca meu rosto- Sinto muito pelo oque fiz você passar e sentir, você morava nas ruas e em vez de ajudar eu só piorei tudo, a forma como te dei a esmola, aquele banho... Destrui sua fonte de renda com Pierre, eu jurei que estava fazendo o justo mas na verdade era só outra ação egoista, em vez de tê-lo obrigado a parar de trabalhar com você devia ter sugerido algo justo, uma sociedade mas eu só cortei sua renda....

-Pierre... o cara de Paris... Então eu estava certa você meteu o seu narizinho engomado nisso, mas se formos ver pelos prós, foi naquele dia em que eu fui atropelada por você... eu estava triste e comecei a andar sem rumo, estava no final da rodovia quando começou a chover, então tive que voltar todo o caminho e quando a chuva piorou eu quase não enxergava um palmo na minha frente!-Sorrio- As vezes era o nosso propósito...

-Mas porque se lembrou disso e não de todo o passado?

-Tambem perguntei para a doutora isso, o gatilho foi os desenhos em seu quarto....-Sebastian cora- Ela acredita que meu celebro está bloqueando minhas memórias antigas, por causa do trauma... então ele exige um gatilho especifico para elas, quando eu me lembro de algo meu corpo reage mal por causa do bloqueio...

-Eu sinto muito, você passou por coisas que eu jamais imaginária e ainda está aqui... você é mais forte do que imagina Leslie!-Ele me da um beijo na testa.

Ajudo Sebastian a limpar o fogão e lavar as louças, ele ja estava vestido usando uma bermuda florida e camiseta branca com chinelos brancos. Ele estava tão lindo com o rosto avermelhado.

- E hoje faremos oque?

-Hoje iremos ao pão de açucar!

-Aquele passeio de... como chama?

-Teleférico! e depois vamos bancar os turistas e tirar fotos no cristo redentor! Apesar de eu achar a estátua da liberdade mais bonita!

-Ah eu me esqueci que você é nova yorkino!

-E você aparentemente é ou americana ou francesa! afinal só ouvi elogios do seu frances!

-Verdade!-Falo me lembrando do dono do barco me elogiando-Mas não tenho cara de francesa! e se for por saber o idioma, talvez eu seja brasileira!

-Sabe portugues?

-Acho que sim, bem eu estava quase entendendo o guia se você não o tivesse cortado acho que eu poderia traduzi-lo!

-Então hoje vamos nos certificar disso!-Sebastian me da um selinho.-Só não a beijo porque se não perderomos o dia de passeio!

-Eu sei o quanto é fraco!-Pisco e pego minha bolsa, oculos e celular-Vamos?

-Claro meu docinho de maracuja!

-Oque?-O olho fazendo uma careta.

-Sei lá, vi um brasileiro falando isso pra namorada!

Solto uma risada e Sebastian pega em minha mão, saimos da casa e ele a tranca, havia um 4x4 esperando a gente na calçada, hoje o dia seria longo e incrivel.

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