Resumo de Capitulo 5 – Uma virada em Moradora de rua de Lara Rangel
Capitulo 5 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Moradora de rua, escrito por Lara Rangel. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
-.Leslie.-
Sento no banco da praça como de costume e tento desenhar , não conseguia pensar em nada legal para desenhar, afinal eu ainda estava com raiva daquele mauricinho, suspiro o afastando de minha mente e pensando naquela cortina de fumaça sempre ali presente, fecho os olhos e deixo minha mão me guiar.
-Que lindo!-Escuto e abro os olhos olhando para uma mulher em minha frente-É uma cópia fiel da torre Eiffel!
Torre oque?.
-Quanto está querida?.-A olho ainda meio confusa e fito o desenho que estava quase pronto, uma torre algo como se fosse uma antena de sinal muito realista realmente mas eu jamais a tinha visto.
-Apenas um dólar senhora!
-Aposto que é uma artista nômade! Queria eu ter conhecido paris!-Ela abre sua carteira e me olha-Quanto esta querida ?
-É... Um dólar...
- Vou pagar 5 dólares, e queria se fosse você aumentava seu preço, seus desenhos valem bem mais!-Ela me entrega a nota e eu lhe entrego o desenho dando uma ultima olhada no mesmo.
Sorrio, a familiaridade com aquele desenho encheu meu coração com algo que eu não era capaz de descrever.
Volto a desenhar e usei a mesma tecnica e fechei meus olhos, após um tempo eu paro de desenhar e estico meus braços, sinto uma brisa leve e ao abrir meus olhos vejo meu desenho voando para longe, para o outro lado da rua. Corro atrás do mesmo e para em cima do parabrisa de um carro, levanto meus pés para alcançar o desenho e assim que o pego escuto uma voz grossa.
-Ei você !.-Alguém grita.-Saia de perto do meu carro.
Pego o desenho e me viro , bufo, só pode ser um pesadelo, dentre tantos carros e tantas pessoas, eu realmente teria que falar com este babaca?
-Esta mesmo tentando me roubar?!.-Ele me olha furioso.
-Acha mesmo que iria roubar a luz do dia?.-Reviro os olhos a ignorância desse cara chegava a ser surpreendente e um tanto quanto estúpida.
-Oque te faz melhor do que eu? não estou falando de dinheiro porque podemos ver que você tem muito, mas oque te faz ser uma pessoa melhor? porque quando você tenta humilhar alguém menos privilegiado, acusar e... o molhar-Falo lembrando daquela manhã- isso não te faz ser superior e ao ver alguém como você abaixar tanto o seu "nível" mostra o quão amargo você é e olha só mauricinho, dinheiro nenhum compra dignidade, ou moral!
Saio andando mas escuto ele falar, com a voz ríspida, eu sabia que ela ainda estava de costas pra mim.
-Dignidade? qual dignidade você tem em pedir esmola? e moral? pelo menos você tem oque comer todos os dias? um teto? e afinal se você é tão boa assim porque está nas ruas? talvez então estejamos no mesmo nível mendiguinha !
Ele voltou a andar e eu senti seus passos se afastando, talvez ele não fosse tão estúpido e tivesse razão, oque me fazia melhor do que ele? porque eu morava nas ruas, porque eu estava sozinha, e ninguém nunca me procurou?
Não consegui mais desenhar durante aquele dia, comprei algumas coisas no mercado, na verdade o segurança comprou pois não me deixou entrar, eu ainda estava com a roupa húmida e suja graças ao "banho" que tomei hoje, durante o caminho até minha casa eu pensei nas coisas que aquele homem disse e eu não entendia porque aquilo me afetou tanto.
Deixo minha sacola em casa e caminho até o rio com roupas limpas, me dispo na beirada do córrego e sinto a água fria tocar os meus pés, começo pelas pernas me esfregando com o sabão de coco que um dia eu comprei de uma vendedora ambulante, com a ajuda de uma bucha velha eu esfregava minhas mão a fim de tirar toda a sujeira, e só quando as mesmas começaram a arder que eu parei, nenhuma água ou sabão seria capaz de lavar minha consciência que talvez eu não tivesse sido uma boa pessoa e por isso estava nesta situação, lavei meus cabelos e em seguida meu rosto, aproveitei e lavei minhas roupas até estarem quase sem sujeira nenhuma, me sento em uma pedra e deixo o calor do sol me aquecer, sol que já estava quase indo em bora, aproveitei aqueles minutos restantes de sol para me aquecer e me secar, quando o céu ja estava tomando a cor laranja e azul escuro eu me levantei, coloquei roupas limpas, uma calça caqui bege e uma camiseta vermelha, calcei chinelos e voltei para minha casa.
Entrando em casa ascendo as velas da mesa e me olho no pequeno espelho em cima da mesa, penteio meus cabelos com os dedos e respiro fundo, foi só um dia ruim, repito para mim mesma até ficar cansada demais e ir me deitar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Moradora de rua