Murilo, o CEO sedutor. romance Capítulo 38

MANU

O despertador me acorda no mesmo horário de sempre, espreguiço na cama, não sinto o corpo de Murilo, suspiro frustrada, é tão bom acordar com ele. Minha rotina da manhã se segue, banho, café, Naturalys.

Assim que chego ao andar da presidência, uma Juliana sorridente me cumprimenta.

- Bom dia Manu.

- Bom dia, que sorriso lindo é esse?

- O dia está perfeito.

- Contou a ele?

- Sim.

- E como foi? - Pergunto ansiosa.

- Foi super tranquilo, eu achei que ele fosse surtar, mas no final ele amou a ideia de que vamos ter um filho ou filha.

- Que bom Ju, eu fico tão feliz por vocês.

As portas do elevador se abrem, a perfeição encarnada sai dali, com aqueles lindos olhos azuis me analisando, um ar de sorriso no canto esquerdo doca, sinto meu coração disparar no peito, minhas pernas bambeiam, a vontade era correr até ele, cruzar os braços em seu pescoço e beijá-lo, contenho o impulso. O perfume masculino tão marcante, já dominou o ambiente.

- Bom dia Juliana, Manuela.

- Bom dia senhor Hernandez. - Respondemos as duas.

- Manuela, preciso de você na minha sala em cinco minutos.

- Sim senhor.

E assim o CEO que me seduz todos os dias passa por mim, deixando a sensação de embriagues me dominar.

- Que homem cheiroso, puta que pariu!

O comentário de Juliana me tira dos meus devaneios, a olho, ela sorri e dá de ombros.

- Que foi? Amo o Otto, mas não sou cega!

- Você é uma figura Ju.

- Sabe Manu, as vezes as coisas estão na nossa cara e não queremos ver.

Olho para Juliana, tentando entender o que ela quis dizer, ela sorri antes de perguntar.

- Almoçamos juntas?

- Claro, agora eu tenho que ir.

- Claro, não vai deixar aquela delicia te esperando por muito tempo né!

Saio rindo, ainda a tempo de ver Otto entrando no nosso andar com um sorriso todo bobo, ele abraça Juliana, desliza a mão por sua barriga lisinha, a carinha de felicidade dos dois é lindo!

Despois de guardar minhas coisas, dou duas batidas na porta de Murilo, ele pede que eu entre, estranho quando o vejo ainda sentado em sua cadeira, geralmente quando ele me pede para entrar é única e exclusivamente para um beijo e abraço de bom dia. Sinto meu peito se apertar quando o vejo sério, automaticamente lembro de nossa conversa de ontem a noite, então o único pensamento que vem é que o final chegou.

- Sente-se.

Involuntariamente estalo alguns dedos da mão, nervosismo me consumindo.

- Aconteceu alguma coisa Murilo?

Ele me olha de uma forma que nunca tinha vista antes, se levanta de sua cadeira, para se sentar ao meu lado, observo tudo quase hipnotizada, ele pega minhas mãos e as beija.

- Mi amor, você tem a segunda via de todas as guias de ordem de compras que emite?

- Não.

Respondo automaticamente, o que está acontecendo?

- Não tem Manu?

Seu semblante é sério, tenho certeza que temos um problema aqui.

- Na verdade eu tenho as guias originais recibadas.

Murilo, me olha aliviada, enquanto eu estou assustada.

- Pode pegar para eu ver?

- Claro.

Levanto, andando até o armário que fica ao lado da minha mesa, pego a chave para abrir o armário, ali está toda a documentação que ele me pediu, são algumas pastas pequenas

dentro de duas grandes. Volto para a sala carregando as duas pastas, as coloco sobre a

mesa.

- Estão organizada por meses e ano, dentro dessas caixas maiores.

- Está tudo aí?

- Sim, desde que eu comecei a trabalhar aqui.

- Senta.

Sento de lado na cadeira, encarando-o com um aperto no peito ao perceber que temos problemas na empresa, não entre nós.

- Você está me assustando Murilo, o quê está acontecendo?

Sem falar nada, observo Murilo ir até a porta trancá-la, voltar até mim e se sentar.

- Mi cariño, você confia em mim?

Não preciso pensar muito para responder a essa pergunta, nunca tive motivos para desconfiar de Murilo.

- Confio.

Segundo minhas mãos, volta a beijá-las.

- Manu, eu vim para o Brasil para investigar um desvio de dinheiro.

Meu coração começa a bater cada vez mais rápido, será que ele acha que eu estou envolvida nisso? Por isso me seduziu? Olho para Murilo procurando uma resposta, apesar de estar visivelmente preocupado, ele está tranquilo.

- Jo Joaquim?

Pensamentos desconexos passam pela minha cabeça sem parar, eu nunca soube que Joaquim ia se aposentar, foi tudo muito estranho, ele sempre amou essa empresa, lembro que uma vez disse "não sei o que vou fazer, quando chegar a hora de me aposentar", a única explicação que vejo nesse momento é que talvez ele esteja envolvido, o que seria muito louco e fora da realidade, Joaquim é uma pessoa extraordinária, nunca faria mal a ninguém.

- Não mi amor, ele já estava para se aposentar e quando levantamos a hipótese, Joaquim foi investigado, ele está limpo. O que acontece Manu, é que suas ordens de compras foram alteradas, os valores não batem.

Minha cabeça dá uma pontada, iniciando uma enxaqueca daquelas, sinto que meus olhos se apertam e minha boca se abre, meu coração ainda bate muito rápido.

- Me eu ... hum ... eu nunca fiz nada de errado.

- Eu sei que não foi você.

- Sabe?

Sinto meu coração pular uma batida, se ele não estava me pressionando por que desconfia de mim, o que está acontecendo?

- Sí mi cariño, se juntarmos todas as guias assinadas por você, dá pouco mais de oitocentos mil

e o desvio pelo que analisamos até agora, já passa de quatro milhões.

Minha mão vem para o peito na mesma hora, quatro milhões, caramba isso é muito dinheiro!

- Esses papeis. - Diz apontando para as caixas. - São exatamente para provar que você não está envolvida.

- Ah meu Deus, todo mundo acha que eu estava roubando a empresa?

Pergunto apavorada com o que a família dele pode estar achando de mim.

- Não Manuela, ninguém está pensando nada de você, confie em mim. Agora pense bem antes de responder, você já assinou algum outro documento que possa te prejudicar?

- Não a única coisa que assino que tem peso financeiro são as ordens de compra do setor,

material de limpeza e gênero alimentícios, e as autorizações de fornecimento.

- Foi o que imaginei.

- Você desconfia de alguém?

Pergunto tentando entender como as coisas chegaram a este ponto.

- Sim, mas ainda não temos provas. - Ainda segurando minha mão pergunta. - Manu, você confia em alguém no setor financeiro?

- Tem a Olga, ela é muito séria e responsável, e ela sempre questiona o Billy então já tem um ponto comigo.

- Já que você tocou nesse assunto, quero saber sobre vocês, antes de eu viajar ...

As lembranças de como ele falou comigo naquele dia me invadem, retiro minhas mãos das dele de forma brusca, volto meu olhar para frente.

- Não me desculpei pela forma que falei com você.

Sem conseguir olhar aqueles intensos olhos azuis, busco refugio nas imensas janelas de vidro a minha frente.

- ¿Cariño?

Não consigo não o olhar, quando sua mão toca a minha com gentileza, enquanto a outra me segura pelo queixo me fazendo encará-lo.

- ¿Me perdonas?

Todo a força de vontade se vai quando seus lábios tocam os meus de forma carinhosa, sua testa se cola a minha, sua respiração quente, seu hálito de menta me sufoca.

- Eu fiquei enciumado, não tenho vergonha de admitir.

Outro beijo sela meus lábios, Murilo se afasta passando a mão em meu rosto de forma delicada.

- Não consigo pensar em outro homem te tocando, fico louco só de imaginar.

Segurando minha cabeça se aproxima beijando minha testa, meus olhos, minhas bochechas, meu nariz, por fim toma meus lábios em um beijo desesperado, quando nos afastamos sem folego ele diz:

- Me perdoa Manu, sei que agi feito um homem das cavernas ... mas ... posso jurar que não

vai mais acontecer.

Ainda segurando meu rosto em suas mãos, sela nossos lábios outra vez.

- Tudo bem Murilo. - Digo colocando minhas mãos sobre as dele, abrindo um sorriso fraco. - Só fiquei chateada por você pensar que eu deixaria um boçal como o Billy me tocar.

Sorrindo me beija mais uma vez antes de fala.

- Só esse boçal aqui que pode?

Sorrio tocando seu rosto lindo, as sobrancelhas grossas tão perfeitas quanto os olhos que emoldura, o nariz fino, a boca carnuda, a barba por fazer, o cheiro masculino, tudo nele me deixa hipnotizada.

- Eu gosto quando você me toca.

Me puxando pela mão, Murilo me faz sentar de lado em seu colo, alisando meu rosto diz:

- E eu amo te tocar.

Sua boca toma a minha em um beijo delicioso, posso sentir sua excitação, suas mãos apertam minha cintura, sua boca desce para meu pescoço, de repente ele se afasta.

- O que aconteceu entre vocês?

- Nada, desde que eu entrei na empresa, ele me chama para sair, eu nunca aceitei, não gosto de sair dessa forma com colegas de trabalho, então suas investidas foram ficando cada vez mais ousadas, quando ele descobriu que estava cursando contabilidade, me chamou em sua sala, oferecendo um estágio, mas deixou claro que eu teria que retribuir o favor.

Vejo o maxilar de Murilo endurecer, de dentes trancado esbraveja.

- ¡Hijo de puta!

- Foi nesse dia que conversei com Joaquim, contei a ele tudo que estava acontecendo, disse que o Billy estava me assediando e me sentia muito desconfortável com as investidas dele.

- Joaquim tomou uma atitude?

Perguntou com aquele tom mandão que me deixo louca.

- Tomou sim, eles tiveram uma conversa a sós aqui nessa sala, depois fui chamada para participar, Billy se desculpou, disse que eu tinha entendido errado, o que ele queria dizer é que eu deveria retribuir o favor dando meu máximo para a função, mas eu sabia que tinha entendido muito bem o que ele tinha dito.

- E filho da puta só esperou Joaquim sair para começar tudo de novo.

Confirmo com a cabeça, Murilo me olhava intensamente, seu rosto estava tenso, seu maxilar travado, seu corpo estava rígido, eu podia sentir a raiva emanando de seu corpo.

- Nos dias que fiquei fora ele te perturbou Manuela?

- Não.

- Não minta para mim.

Levanto de seu colo no mesmo instante.

- Eu não minto Murilo.

Ele se levanta no mesmo instante, deixando suas mãos correrem por meus braços, fecha os olhos, soltando o ar em uma bufada.

- Perdão, não quis dizer que você é.

- Ele sumiu daqui.

- Ótimo.

As imagens de Murilo e Billy saindo da sala de reuniões me vem a mente, eles pareciam irritados, será que eles discutiram?

- Você falou alguma coisa com ele naquele dia, claro! Como não pensei nisso antes.

- Ele só recebeu um aviso, mi amor.

No instante seguinte o telefone da minha mesa começa a tocar.

- Preciso trabalhar e você também, Senhor Hernandez.

Deixo meus lábios tocar os seus rapidamente, antes que ele me pegue pela cintura sai correndo para minha sala.

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