Murilo, o CEO sedutor. romance Capítulo 94

MURILO

Passamos madrugada analisando todas as poucas evidências que tínhamos, as fotos, o áudio da ligação, Boris digita e fala ao celular o tempo todo, hora em russo hora em inglês.

- Você suspeita de alguém?

O Russo pergunta enquanto mantém os olhos atento ao computador.

- Billy. - Alejandro fala.

- E quem é esse?

Boris pergunta de cabeça baixa, ainda concentrado em algo na tela do computador.

- É um ex funcionário, ele foi demitido há pouco tempo, estava envolvido em um esquema de desvio de dinheiro na empresa.

O homem me olha, agora ganhei sua total atenção.

- Esqueceu de dizer que ele tinha ou tem, uma paixonite por Manu, e claro não vamos esquecer que você deu umas porradas na cara dele por causa dela. - Alejandro fala descontraído.

Reviro os olhos cansado demais para as gracinhas de meu irmão, que apesar de brincalhão, está preocupado ou não estaria aqui.

Boris anota algumas coisas em uma caderneta.

- Mais alguém que poderia querer feri-la ou extorquir dinheiro seu?

Fecho meus olhos para pensar e a única outra coisa que me vem na cabeça é a mãe de

Manu, toda a situação que envolve as duas é complicada, quem sabe ela ou o padrasto podem ter feito algo.

- Não tenho direito de contar esse segredo, mas dada a situação desesperadora em que me encontro preciso falar. - Passo as mãos pelos cabelos, buscando mais ar do que preciso. - Quando Manu era jovem o padrasto tentou violenta-la, a mãe por sua vez acreditou no crápula do marido, acabou por expulsar a filha de casa, na época sem ter para onde ir, Manu acabou indo morar com um então namorado, Henrique.

Sinto o gosto amargo na boca, pensar em tudo que minha garotinha tímida tem passado na

vida desde a morte do pai, me faz querer matar um.

- Pelo que entendi a mãe nunca a procurou, mas há uns dois meses, quando voltamos da Espanha, elas se encontraram no shopping, com nossa irmã e o amigo delas Elias.

Meu irmão e Boris me olham com o semblante pesado.

- Eu, nunca imaginei algo assim. - Alejandro comenta.

- Eu sei. Como eu disse o segredo não era meu.

Não cabia a mim falar algo a esse respeito, era algo muito intimo de vida de Manuela para que eu me sentisse no direito de falar para alguém, e se não fosse essa situação em especifico ninguém saberia.

Boris abre um laptop diferente, tipo desses que vemos em filmes de espiões mesmo, acho que é algum artefato que se usa para espionagem.

Cansado, suspiro resignado, olho pela janela, o dia já está amanhecendo. o cansaço pesa em meus ombros, sei que ao me deitar não conseguirei dormir, apesar de precisar, não quero descansar, quero estar aqui quando ele a encontrar.

- Vocês podem descansar, vou trazer a menina para casa, não se preocupem.

Boris diz concentrado na tela do computador.

NO OUTRO DIA ANOITE

Elias por outro lado não tem trabalhado, se afastou do Hospital, não come, só faz chorar e eu o entendo completamente, tenho vontade de fazer a mesma coisa. Se não fosse a esperança de que Boris a encontrará em breve eu já teria enlouquecido.

- Não suporto mais isso! Quero minha Manu aqui, porra!

Dou um soco na mesa, irritado com o mundo, puto com a injustiça que minha namorada vem sofrendo desde sempre. A vida de Manuela não precisava de mais esse trauma, como vai ser quando ela voltar?

Levanto, vou até a janela, olho para fora, observando de longe a praia, me lembrando de como Manu ama aquela vista. lembro de todas as vezes que ela estava ali comigo abraçado ao seu corpo pequeno e cheiroso, fecho os olhos sentindo seu cheiro doce.

Nesse instante meu telefone vibra com uma mensagem.

- Seu tempo está se esgotando espanhol, tic tac, tic tac ...

Aperto o telefone com tanta força que seria capaz de quebrar o aparelho, quem esse filho da puta pensa que é?

- Era ele? - Boris pergunta se aproximando.

Confirmo com a cabeça.

- Vamos pegá-los.

Boris pega meu telefone e conecta em seu laptop.

- Pegá-los? - Pergunto curioso.

- Não é coisa de uma pessoa só, pode apostar nisso!