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Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 116

Ponto de Vista da Kaia

— Algum movimento nas fronteiras? — Ordenei através do vínculo da matilha aos guardas de plantão, ao mesmo tempo em que abria o canal para falar com meu pai. Ele logo percebeu que eu estava em meio à multidão barulhenta da festa.

A música já estava no auge, o álcool começava a circular com liberdade e o porco no espeto assava tranquilamente.

— Nada, Luna... — Responderam seis dos oito postos, mas eu não estava conseguindo contato com os postos 1 e 2, localizados ao norte e nordeste dos limites do território.

— E os postos 1 e 2? Não estão respondendo. Postos 7 e 3, enviem um homem de cada para verificar. — Ordenei.

— Sim, Luna.

— Kaia? O que está acontecendo? — Meu pai se aproximou.

— Não sei, pai. Algo não está certo, e não consigo contato com os postos 1 e 2.

— Kaia, Beckett... O que foi? — Alora se aproximou ao notar a troca preocupada entre mim e meu pai.

— Nada, querida, volte para a festa... Samson, dance com minha filha. — Ordenou meu pai, fazendo os olhos de Alora se arregalarem enquanto me lançava um olhar pedindo socorro.

Por algum motivo, havia uma tensão entre ela e Samson. Acreditava que fosse apenas uma questão de Samson ser protetor comigo e com meu pai, já que veio da nossa antiga matilha e ainda estava se adaptando à filha de outro alfa.

Quanto à Alora, eu sabia o motivo dela: ela percebia o quanto Samson era próximo de mim. Para ela, talvez fosse difícil aceitar a ideia de que eu pudesse estar com alguém que não fosse meu companheiro destinado. Na verdade, não que eu estivesse com ele... Pelo menos, ainda não.

Bom, minha sorte com companheiros destinados era nula. Se algum dia quisesse um, teria que escolher. Mas aquilo ainda estava longe de acontecer. E eu teria que ter certeza de que o escolhido não tivesse uma alma gêmea viva. Eu jamais faria aquilo com alguém. Muito menos com a alma inocente da fêmea destinada a ele.

Se eu realmente escolhesse o Samson, e ele tivesse uma parceira predestinada, eu nunca poderia agir dessa forma com ela... Afinal, eu mesma nunca fui rejeitada.

— Eu prometi à Kaia a primeira dança. — Respondeu Samson, tão teimoso quanto Alora. Os dois precisariam resolver aquela tensão logo, e uma dança parecia a oportunidade perfeita.

— Tudo bem, Samson. Acho que vai fazer bem aos dois... Além disso, preciso verificar uma coisa. — Respondi de forma leve, antes de notar a mudança na postura do meu pai.

De repente, ele soltou um rosnado poderoso. Um som que eu já ouvira vezes demais.

— Pai, você não pode estar falando sério... Crianças, venham! Venham para a casa do alfa... O Alfa vai proteger vocês, e a Alora também.

— O quê? Não, Kaia, eu sei lutar. — Alora retrucou, assim como meu pai.

— Venham, crianças! — Fiz com que se juntassem ao redor de Alora, a menor delas segurando firme sua mão.

— Leve eles e mantenha todas seguras na casa do alfa. Os pais delas vão lutar melhor sabendo que estão protegidos.

— Kaia, eu fui treinada para lutar. — Eu tinha certeza daquilo, mas sem sua loba, ela não duraria nem alguns segundos. E meu pai levaria tempo demais para alcançar o campo de batalha.

— Entrem os dois, isso é uma ordem! — Deixei minha aura de Luna recair sobre Alora. Não teria efeito sobre meu pai e nem deveria surtir tanto efeito sobre ela, mas por ser frágil, nela funcionava.

Eu não podia me preocupar com a segurança deles. Precisava chegar às fronteiras e defender nosso povo com tudo o que tinha.

Assim que eles obedeceram, recolheram as crianças às pressas e seguiram rumo à casa do alfa, comecei a correr em direção às fronteiras, me transformando no meio do caminho para ganhar mais velocidade, mais uma vez correndo direto para o caos da batalha.

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