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Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 119

Ponto de Vista da Kaia

Eu precisava estar no centro médico, mas antes tinha que ver o Pai e a Alora, garantir que as crianças estivessem seguras. Também precisava preparar a Alora. Ele não tinha vindo até aqui só para voltar atrás... Ele tinha um motivo para estar aqui, mesmo que não soubesse que a Alora também estivesse.

Senti meu sangue ferver, um calor desconfortável percorrendo minhas veias. Ele tinha acabado de me fazer parecer fraca diante de outro alfa. Um alfa que continuaria atacando até nos forçar a abandonar aquelas terras, mas já tínhamos avançado demais para voltar atrás.

Naquele momento, não éramos mais só um assentamento rebelde de imigrantes. Éramos a esperança de uma nova chance na vida, um último sacrifício por aqueles que foram feridos e rejeitados.

Entrei na casa do alfa e encontrei o Pai e a Alora entretendo as crianças, que brincavam com bolhas de sabão, tentando estourar o máximo que conseguiam. Um clima de risadinhas suaves preenchia o ambiente, as mentes distraídas da ameaça que quase tinha batido à porta.

Tudo parou quando entrei. Todos os rostos se viraram na minha direção... Um silêncio pesado caiu sobre a casa.

— Luna? Cadê a minha mamãe?

— Luna... Meu pai está bem?

Várias crianças correram até mim, tentando descobrir se seus pais voltariam para casa.

Meu coração se partiu por dentro ao saber que eu não podia dar nenhuma resposta até ir ao centro médico. Mas o Pai já devia saber quem tinha sobrevivido e quem não. Eu via nos olhos dele, tínhamos perdido mais do que antes. Aquela tinha sido uma batalha mortal.

— Quem está com fome? — Perguntei, evitando as perguntas. Eu não podia dizer que tudo ficaria bem quando nem eu tinha certeza daquilo. Muitos pais deles não voltariam. Muitas daquelas crianças diante de mim já eram órfãs.

Com todos levantando as mãos, levei eles até a cozinha e comecei a tirar lanche atrás de lanche para manter eles ocupados enquanto eu falava com o Pai e a Alora. Precisava tirar aquilo das cabeças delas, e comida parecia ser a única distração imediata.

— O que aconteceu, Kaia? — Perguntou o Pai através da conexão mental, enquanto eu subia na bancada da cozinha para alcançar uma caixa de salgadinhos no armário de cima.

— Foi o mesmo alfa que atacou... Perdemos quantos? — Suspirei, respondendo pela conexão mental, com o vínculo também aberto para Alora.

— Uns 20... Talvez 30.

Deusa... Era gente demais. E a maioria provavelmente eram guerreiros. A situação estava ficando crítica naquele momento. Não resistiríamos a outro ataque. Teríamos que pensar em nos mudar.

— Pai... Talvez a gente precise considerar...

— Não, Kaia. Não se preocupe com isso agora. Você venceu. Nos deu tempo para respirar de novo. Mais uma vez, fez mais do que esperávamos de você. Vamos cuidar dos feridos e enterrar nossos mortos. Onde está o Samson?

O orgulho dele por mim era visível... Mas estava fora de lugar. Eu precisava contar o que realmente tinha acontecido.

— Não sei, pai... Não tenho certeza... — Eu realmente não sabia qual era o jogo deles, nem por que os dois estavam ali. — Foram o Alfa Jude e o Alfa Hector...

— Hector? — Alora engasgou e deixou a faca cair da mão, o barulho do metal batendo no chão ecoando entre nós.

— Alfa Hector da Matilha Fantasma das Trevas? — Meu pai perguntou, e eu apenas confirmei com a cabeça.

— Então devemos receber nossos visitantes... Mas tomava que eles não sintam vontade de ficar por muito tempo. Não estou com paciência para bajular alfa mimado e metido, ainda mais com membros da matilha morrendo no centro médico. — Resmungou meu pai, virando nos calcanhares e indo direto para a porta da frente.

Eu não queria ficar por perto. Não queria ver Hector e Alora se reencontrando. Trocando histórias da infância, revivendo lembranças. Não podia presenciar aquilo. Ver os dois se reconectando.

— Kaia... — Alora estendeu a mão na minha direção, mas eu já tinha voltado ao modo guerreira, já estava com a máscara colocada.

Eu ainda tinha membros da matilha para cuidar no centro médico, pessoas que ainda podiam ser salvas.

Eu já tinha verificado como minha família estava... Naquele momento os alfas convidados podiam visitar a casa do alfa enquanto eu estivesse fora. Não tinha nada a dizer. Meu pai os agradeceria e os dispensaria.

— Está tudo certo, eu preciso ir... Só vim ver se você e o pai estavam bem. Não me esperem! — Saí pelos fundos, pulei o muro do jardim e disparei correndo em direção ao centro médico.

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