Quando chegaram ao acampamento, o alfa convocou os demais para informar que passariam a noite ali. Precisavam descansar antes de retomar a viagem pela amanhã.
Collin estava sentada sob uma árvore, próxima a fogueira, mas ainda afastada dos outros. Ela tentava manter-se invisível, mas logo notou a aproximação do alfa. Ele caminhava com passos decididos, os olhos fixos nela. Quando parou á sua frente, agachou-se sem esforço e lhe estendeu um prato de comida.
— Damon disse que você não comeu.
— não quero nada. — ela virou o rosto irritada e frustada.
O movimento dele foi imediato. A mão grande segurou seu queixo, obrigadando-a encará-lo.
— eu não pedi para que você comesse. Eu ordenei.
— eu não sou sua escrava para receber ordens!
— não, você não é minha escrava. — a voz dele era fria, cortante. Os olhos verdes brilhavam intensos, carregados de algo que a fez engolir em seco. — mas você é minha. E fará o que eu mandar.
Collin tentou se mover, ele a manteve presa sob seu olhar.
— não gosto de lidar com crianças mimadas, fêmea. Ou você come...
— ou o quê? — a pergunta escapou antes que ela pudesse pensar. Era insano desafiá-lo. Ele era um alfa. Um movimento dele poderia ser fatal.
O alfa inclinou-se, aproximando-se até que o calor da sua respiração roçasse o rosto dela. Collin instintivamente recuou, pressionadando-se contra a árvore.
— tem certeza de que quer me desafiar? — o tom baixo e ameaçador fez sua pele arrepiar-se inteira. Ele segurou o prato e colocou sobre as pernas dela, os olhos fixos nela por mais um instante.
— coma. — a palavra soou quase como um aviso. Seus olhos desviaram rapidamente para os lábios dela, antes que ele se erguesse.
Virou-se para Damon sem sequer olhar para trás.
— certifique-se de que ela coma tudo. Se resistir, me avise. — ele lançou um último olhar intenso na direção de Collin antes de se afastar.
Damon aproximou-se cautelosamente.
— sério, você deveria obedecer. Ele não costuma repetir ordens.
Collin olhou para o prato, depois para Damon. Testar a paciência do alfa parecia uma péssima ideia, por mais que sua raiva e orgulho gritassem. Ela sabia que não era sensato provocar um lupino. Especialmente um alfa. Suspirando, pegou um pedaço de assado e começou a mastigar.
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A madrugada caiu sobre o acampamento. Os homens dormiam, exceto por alguns que estavam de vigília. O alfa permanecia de pé, observando tudo em silêncio.
Collin não conseguia dormir. Algo na presença dele a inquietava. Seus olhos, involuntariamente, buscavam a figura alta e imponente á distância. O que ele queria? Quem ele realmente era?
Quando seus olhares se cruzaram, o coração dela disparou. Os olhos verdes brilhavam no escuro, quase animalescos. Collin sentiu que ele poderia enxergar dentro dela, rapidamente desviou o olhar, virando-se para o outro lado.
Minutos se passaram. A necessidade de se levantar tornou-se urgente. Lutando contra a dor no pé, ela conseguiu ficar de pé e começou a caminhar em direção aos arbustos para aliviar-se.
Mas então, sentiu uma presença atrás de si. O som grave de um suspiro fez seu corpo inteiro arrepiar-se.
— vai tentar de novo? — a voz dele era baixa, carregada de autoridade.
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