Collin tremia. Calafrios sacudiam seu corpo enquanto pesadelos e alucinações horríveis tomavam conta de sua mente. Cada parte dela doía, e até respirar parecia um esforço insuportável. De repente, seus olhos se abriram. Tudo ao redor era escuridão, embaçado e opressivo. Tossiu, sentindo o gosto metálico de sangue.
— não... Não... Não. — susssurrou para si mesma. Collin não sabia o que era real. Queria apenas voltar para casa, para perto de sua irmã. Apesar de tudo. — apesar da traição —, desejava estar em casa.
Uma luz fraca interrompeu a escuridão. Era uma tocha. Seu olhar se ajustou e percebeu estar em uma caverna cercada de ossos. O cheiro pútrido quase a fez vomitar.
— ela acordou. — uma voz baixa ecuou ao longe.
— tem certeza?
— claro que sim! — a outra voz respondeu irritada.
Tudo voltou á sua mente num golpe cruel. Ela havia sido sequestrada por vampiros. Sua perna latejou, como se queimasse por dentro. Desesperada, tentou tocar o ferimento, mas a dor era insuportável.
— ah deuses... — sussurrou, a voz trêmula. Não sabia o que era pior: ser prisioneira de vampiros ou carregar o risco de morrer... Ou se transformar.
Sussurros surgiam de todos os cantos da caverna. Devia haver dezenas deles ali, rastejando como vermes pelas paredes e pelo chão. A luz da tocha aproximava-se, Collin tentou encolher-se ainda mais. Quando a figura se revelou, ela o viu.
Era um vampiro. Vestia trapos que um dia poderiam ter sido roupas. Embora tão horrível quanto o primeiro que vira, este parecia mais... Inteligente.
— olá, moça. — a voz dele era um sussurro arranhado que fez Collin estremecer.
— eu gosto de você. — ele se agachou, colocando a tocha no chão. A luz revelou seu rosto deformado, cheio de cicatrizes.
Collin percebeu outros vampiros nas sombras, observando-a.
— ele marcou você para mim.
— por favor... Me deixe ir. — implorou, mesmo sabendo que era inútil.
— ir? — ele riu, exibindo dentes pontiagudos. — mas agora você é minha.
Ele estendeu um braço ossudo e tocou o rosto dela. Collin se encolheu, apavorada.
— não seja assim. Deixe-me te tocar.
Sua mão deslizou até o pescoço dela, e Collin engoliu em seco, tremendo de medo e febre.
— não! Não me toque! — gritou, mas isso apenas irritou os outros vampiros, que começaram a grunhir.
O vampiro mais próximo agarrou Collin e a jogou no chão.
— eles também querem prová-la, mas eu... — ele sussurrou contra sua orelha.
— eu serei o primeiro, vou aproveitar.
Ele começou a rasgar o vestido dela enquanto Collin chorava e gritava, a dor e a febre a impedindo de reagir. Estava tudo acabado. Ela sabia.
Mas então, tudo ficou silencioso.
— A BESTA! — gritou um deles, seguido por berros e gritos de terror.
Collin abriu os olhos. O vampiro que estava sobre ela encolhera-se no chão como um rato. Ela ergueu a cabeça, e lá estava ele. Liam. Ainda transformado, avançava, matando todos os vampiros que cruzavam seu caminho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O alfa se casou com a gêmea errada