O CEO sem coração romance Capítulo 109

LINDA

Ele botou todo mundo pra correr mesmo e ficou só os empregados e nós dois. Isso porque os empregados só ficaram até o meio-dia.

O resto da manhã ele simplesmente capotou na cama.

Eu sabia que aquela energia ali que ele esbanjou enquanto brigava com os meninos era só um disfarce. Quem bebeu como ele bebeu não tem como ficar com uma leve ressaca.

Eu fiquei andando pela casa dele durante a manhã. É uma casa tão grande e eu nunca tinha explorado. Por exemplo, nunca tinha ido ver a piscina de perto.

Era tanta coisa chique. Só fiquei pensando em como deve ser limpar tudo isso. A minha casa só tem dois quartos, sala, cozinha e banheiro e tem dias que eu demoro para limpar. Já o apartamento dá mais trabalho ainda.

Eu também fiquei conversando com a cozinheira e a faxineira.

Rômulo não estava por perto, então eu fiquei à vontade para conversar com elas. Nunca troquei muitas palavras. Enquanto elas faziam o almoço eu fiquei lá, tirando as minhas dúvidas.

— Imagino que deve ser bem cansativo limpar esse casarão, não é?

— Sim, Sra. É muito cansativo, mas não tem bagunça. É só tirar o pó e aspirar e lustrar. — a faxineira explicou. — E não é tudo de uma vez. Cada dia da semana é uma parte.

— Ah. É. Deve ter um planejamento mesmo. Né? Nossa, eu nunca moraria numa casa dessas. Iria sofrer pra limpar tudo sozinha.

— Mas a Sra. não precisa se preocupar com isso. — ela disse sorrindo. — Quando se casar com o Sr. Rômulo, não vai precisar fazer nada, pois ele já paga a gente pra fazer.

Me casar com o Rômulo?

Ela já está em 2050.

Fiquei até sem graça.

— O Sr. Rômulo mudou muito depois da Sra. — a cozinheira comentou e pelo visto elas gostam dessa mudança.

— Quando ele te prendeu no quartinho eu fiquei com tanta pena. — a faxineira comentava. — Mas eu sabia que ele tinha ficado mexido com a Sr. Ele mudou desde a hora que te viu pela primeira vez. Eu nunca vi o Sr. Rômulo tão nervoso. Desde então ele anda uma pilha de nervos, mas é engraçado e ele também parece mais feliz. E aqui pra nós. — ela falou baixinho e sorrindo. — Ele adora quando a Sra. vem pra cá.

A cozinheira a repreendeu e eu fiquei rindo sem jeito.

— Ele está apaixonadíssimo pela Sra. Apaixonado não, amando. — a faxineira assegurou com uma expressão engraçada.

— Eu nem sei o que dizer.

— O Sr. Rômulo nunca traz nenhuma mulher pra cá. Só a Sra. Nenhuma outra. E ele não deixa ninguém aparecer sem avisar, mas quando é a Sra. ele nem liga.

Elas reparam em tudo, né!

— Ele não pode me controlar. — expliquei e ficamos rindo.

— Acho que é isso que ele gosta na Sra.

Depois dessa conversa reveladora, o Rômulo não demorou para aparecer e nós almoçamos. Então elas foram embora e ficamos só nós dois na casa.

Ele deitou no sofá e aparentemente iria dormir novamente. Eu sentei e fiquei procurando alguma coisa na tv.

— Fica à vontade, Linda.

— Eu tô à vontade. — me ajeitei no sofá.

— Deita aí no sofá.

— Tô bem assim.

— Vem cá. — esticou o braço.

— Pra que?

— Vem cá. — pediu todo manhoso.

De verdade, é difícil mesmo resistir a ele quando ele age assim.

Levantei e fui até ele. Sentei na beirada do sofá e ele ficou deitado.

Eu queria passar o fim de semana em minha casa, longe de todo esse universo, essa atmosfera que em que o Rômulo habita, mas não teve como. Sempre estamos juntos. De uma forma ou de outra nos encontramos.

Depois do que ele disse, que vai conversar com o pai dele, eu acredito mesmo que ele tenha mudado por completo. De qualquer forma eu me vejo num beco sem saída. Não tem mais como fugir do que estou sentindo por ele. É rezar para não me arrepender no futuro, mas não quero ser a pessoa que não deu uma chance a alguém. Todo mundo pode mudar e todo mundo merece uma chance.

— Você está melhor?

— Sim. Ainda tô com um pouco de sede, mas a cabeça está bem melhor. Nunca mais vou beber desse jeito outra vez. — ele colocou a mão esquerda nas minhas costas.

— Esse é o discurso que todo mundo esquece na próxima vez.

Nós rimos.

— Linda, você não me falou o que aconteceu ontem. — ele puxou minha outra mão.

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