O CEO sem coração romance Capítulo 46

LINDA

Só de entrar nessa casa eu já sinto calafrios. As péssimas lembranças que guardo do que sofri nas mãos desse psicopata nesta casa me assombram.

Mas foi bom ele me trazer aqui. Assim eu não me esqueço de quem ele é de verdade.

Eu bati um prato daqueles e depois não tinha nem forças para levantar da cadeira.

— Ai, Deus, ainda bem que vim de vestido. — estiquei as minhas pernas embaixo da mesa.

— Uma dama não come tanto desse jeito. — ele comentou dando um gole na taça de água.

Taça de água…

— Não é novidade. Eu não sou uma dama.

— Pois trate de aprender a ser. — ele levantou da cadeira. — Vamos para o meu escritório.

Insuportável…

Levantei e ele ficou apontando para a escada.

— Eu não lembro de onde fica. Da última vez que fui lá eu estava com os olhos quase fechados de dor de cabeça e quando saí de lá fui arrastada pelo braço. Não deu pra guardar lembranças boas disso.

— Você adora relembrar, não é?

— Sim. — balancei a cabeça. — Eu não quero me esquecer de quem você é de verdade.

Ele saiu na frente com sua cara de gente fria.

Vou chamá-lo de cubo de gelo.

Eu o segui e os funcionários ficaram de olho na gente.

Eles devem estar me achando louca.

— O que os seus empregados sabem dessa história?

— Eles não sabem mais do que viram. Estão proibidos de falar sobre.

— Então eles estão me achando uma louca. Depois de tudo. — subi as escadas e me bati de frente com ele. Ele estava dois degraus acima.

— Já é a terceira ou quarta vez que você fala sobre o passado. Esquece isso antes que eu acrescente como cláusula no contrato.

— Eu posso não falar, mas eu não vou esquecer. — ergui minha cabeça.

Ele balançou a dele em negação e parecia de saco cheio de mim. Voltou a subir.

Quando chegamos no escritório, ele entrou e me deixou para trás. Eu passei pela porta e a tranquei.

Ele foi direto para o computador e ficou mexendo nele. — Só vou imprimir e você assina.

— Então já vai adiantando o outro assunto.

— Senta aí e espera o contrato sair. — apontou para uma poltrona.

— Estou bem em pé mesmo. — cruzei meus braços e fiquei andando de um lado para o outro. Tinha uma estante de livros. Livros bem aleatórios. — Você lê romance?— olhei para ele fazendo careta.

— Do que está falando?

— De Passado Oculto. É um livro de romance!

— Você já leu?

— Sim. Numa plataforma online. É muito bom. Queria continuação. — tirei da estante.

— A minha mãe quem arrumou essa estante. Ela trouxe esses livros aleatórios para cá. Eu não leio livros que não tem nada a me oferecer.

— É. Realmente, esse livro não combina com você. Ele fala de sentimentos, coisa que você é incapaz de ter. — devolvi o livro para a estante.

— Parece que isso importa muito pra você.

— O quê

— Os meus sentimentos.

Eu sei uma gargalhada daquelas bem gostosas. Parecia que tinha alguém fazendo cócegas em mim. — Seu senso de humor só melhora.

Ele me encarava como quem acreditava no que dizia.

— Eu tô cagando pra os seus sentimentos desde de suas mãos estejam bem longe de mim.

Ele pegou os papéis e grampeou, depois estendeu para mim. — Aqui. Pode ler. Temos a noite toda.

— Não quero perder a minha noite toda na sua presença. — peguei os papéis e sentei na poltrona para ler. — Ok. Ok… — eu fui vendo o que ele já havia combinado comigo. — Como assim eu tenho que fazer tudo o que for preciso para convencer as pessoas?

— Tudo o que os casais fazem na frente das pessoas. Mãos dadas, abraços, palavras de afeto e essas coisas.

— Palavras de afeto? — eu ri. — Não consigo olhar pra você e imaginar nada que eu poderia dizer de bom.

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