O Delegado (Duologia os Delegados vol1) romance Capítulo 12

Diogo

Já falei que o maior perigo que vivo na minha profissão era ser amigo do Davi? Pois é, eu não queria nem ver a cara dele quando descobrisse que minha tigresa e eu estávamos juntos.

Eu olhava para ela deitada do meu lado descansando e ficava ali admirando seu rosto tranquilo depois de mais uma noite de amor que tivemos. Já estávamos juntos há mais de um mês e eu não fazia ideia de como o Davi ainda não tinha desconfiado de nós.

Nesse fim de semana, estava para arrumar um almoço para contar para ele. Corria o risco de perder meu amigo, mas eu preferia isso a perder a minha tigresa. Depois da nossa primeira noite de amor, foi como se não conseguíssemos mais ficar separados, começamos a ficar juntos sempre que podíamos.

Me lembrei de que no outro dia Davi nos viu juntos e fez uma cara de poucos amigos. Nossa, ele parecia muito puto na hora, mas não falou nada enquanto estávamos lá. Depois que saímos, eu pensei que ele iria me questionar, mas que nada, ele nem tocou no assunto. Achei estranho isso. E, no dia seguinte, cheguei mais cedo na delegacia e fui direto para a minha sala, entrei e logo em seguida Davi veio ao meu encontro.

Percebi que ele estava pensativo com algo e cheguei até a lhe perguntar o que estava acontecendo.

— O que foi, Davi? — perguntei, enquanto colocava a minha mochila dentro do armário.

— Nada. Por quê? — ele perguntou, distraído.

— Você está estranho desde que me viu com a sua irmã — soltei. Dependendo do que ele falasse, a gente trataria na mesma hora, e não no almoço, na frente da minha tigresa.

— Há quanto tempo você está com a minha irmã? — Davi me perguntou, em um tom calmo que eu até estranhei, mas ele andava mesmo meio estranho.

— Estamos juntos há quase dois meses, mais ou menos — soltei, querendo ver a reação dele.

— Por que não me contou que estava namorando a minha irmã? — Será que ele não sabia mesmo por que não falamos nada?

— Davi, é sério mesmo que está me fazendo essa pergunta? — eu estava chocado.

— É claro, né, Diogo, afinal não é sempre que descubro que meu melhor amigo está com a minha irmã.

— Você está certo. Mas você nunca deixava que eu ficasse perto de sua irmã.

— Mesmo eu não deixando, você ficou perto dela, não?

— Sim, fomos aos poucos nos aproximando, e no final acabou que estamos juntos até hoje.

— Tenho mais uma pergunta para você — Davi me olhou e ficou em silêncio. Eu tive até medo de perguntar do que se tratava. Me sentei na minha cadeira de frente para ele, esperando algum movimento seu.

— Você contou para a minha irmã que tanto você quanto eu gostamos de relacionamentos, como se diz, mais pesados?

— Aonde você quer chegar com essa história, Davi? — perguntei, já querendo saber aonde iria levar essa história.

— Sei que tanto você quanto eu gostamos de fazer sexo com um pouco de brutalidade.

— Ah, eu sei aonde você quer chegar. Nunca quis fazer sexo como BDSM — comentei. — Sua irmã é uma mulher muito especial, por isso nunca quis fazer com ela o que eu fazia com as outras — confessei, e era verdade. Eu nunca deixaria um homem encostar na minha mulher, nunca mesmo. Só de ter esse tipo de pensamento, quase enlouqueço.

— Por isso eu não queria você perto da minha irmã — Davi me confessou, olhando na minha cara. Eu deveria imaginar.

— Eu entendo, Davi, só que você deveria saber que eu nunca faria mal para sua irmã, nunca mesmo.

— Eu sei, mas fazer o quê? Para mim você é como irmão, não queria que a fizesse sofrer.

— Fique tranquilo, Davi, eu nunca vou magoar sua irmã. Agora, eu te pergunto: posso namorá-la?

— Fazer o que, né? Vocês já estão namorando… E espero que a faça feliz, senão eu te… — ele fez uma ameaça com o dedo passando no pescoço, dizendo que ia me matar. Meio dramático, não?

— Pode deixar, Davi. Agora, mudando de assunto, o que está te afligindo? — disse, querendo mudar de assunto. Davi andava muito estranho.

— Não é nada, não — ele desconversou.

— Não é o que parece. Me fala logo, o que está acontecendo? — questionei, com firmeza.

— Raquel — ele soltou um suspiro nervoso e passou as mãos pelo cabelo, como se quisesse arrancá-lo fora.

— Raquel, a amiga da Antonella? — perguntei, em um tom surpreso. Nunca soube que ele tinha uma queda pela amiga da minha tigresa. Não que ela fosse uma mulher feia, que nada, só que não fazia meu tipo.

— Sim, Raquel. Desde que a Nella nos apresentou, eu não consigo tirá-la da minha cabeça, essa mulher sempre mexeu comigo de uma forma inexplicável.

— Você está apaixonado por ela?

— Será que eu estou mesmo? Não tenho certeza, só sei que ela me enfeitiçou de tal forma, que meu pau só acorda quando ela está perto.

— Eita, meu caro amigo, coisa séria o que está acontecendo com você!

— Eu é que o diga. Antes que você me pergunte se eu já fiquei com outras mulheres, é claro que sim, só que na hora H eu não consigo fazer nada. Aquela casa que a gente costumava frequentar? Não fui mais, tudo por causa da Raquel, ela me estragou para outras mulheres.

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