Hassan
Preso em pensamentos negativos e aborrecimentos, saio de casa. Estaciono a Ferrari em frente ao Victória Park. Nunca tinha vindo a esta parte da cidade. Mal sabia que existia. O céu está azul, crianças empinam pipas, enquanto suas famílias fazem piquenique. O dia está com uma temperatura agradável, mas nem mesmo a quietude do lugar tira a minha irritação. Meus olhos se voltam para o painel do carro.
Onze horas da manhã.
Allah! Prometi a mim mesmo que eu iria ignorá-la, que eu não ia me indispor com ela. Tudo por causa de Raissa. Mas não tem jeito, não consigo engolir aquela mulher dissimulada, falsa, adúltera. E ela sabe disso e faz de propósito, torna a minha vida um inferno insuportável para que eu finalmente ceda, procure uma esposa e, contraindo casamento, eu dê logo a parte dela da herança.
Se ela não tivesse tido Raissa, ela sairia com uma mão na frente e outra atrás quando meu pai morreu. Mas agora mora de favor na minha casa e tem a petulância de exigir as coisas. Deveria lamber o chão que eu piso, isso sim!
Se eu me casar, naturalmente terei um filho, e ela levará a herança.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
Muito bom, amei....