Flashes de fotógrafos caem sobre nós na calçada enquanto andamos até a entrada do hotel.
É de praxe sempre que fazemos uma festa nessa magnitude termos que passar por um detector de metais antes de adentrarmos ao hotel.
Passamos por ele sem problemas. Ao nosso lado direito, oriento Karina a deixar seu casaco na chapelaria, embora o vestido dela me incomode. Ele é muito chamativo.
Avançamos então para o interior do hotel. Um amigo meu, da minha terra e que é organizador de eventos, está conversando com um dos seguranças que contratamos para fazer a ronda nesse dia, todo cuidado é pouco. Quando ele me avista, vem em minha direção. Seus olhos fixam-se por um momento em Karina, então ele me olha e sorri. Quando perto, me dá um abraço apertado.
— O Papa-anjo ataca novamente — ele fala em árabe quando nossos rostos se tocam.
Nos afastamos.
— Deus! Você sabe que eu detesto esse apelido, e não é bem assim. Não desvirtuo ninguém — digo em árabe também, ofegante de repente.
Ele sorri e encara Karina.
— Olá, sou Tarif Teran, sou organizador de festas e amigo de Hassan.
— Prazer, sou Karina Michael, amiga de Hassan — ela diz, com um sorriso.
Isso fere meus ouvidos! Meu amigo percebe a cara que faço ao ouvir sua apresentação e ri com isso. Allah, amigos não seguram sua cintura como eu estou fazendo.
Ofego.
— Na verdade, estou tratando de mudar isso — digo, procurando os olhos de Karina. Mas ela não olha para mim, sorri para o meu amigo. Isso esquenta meu corpo. Encaro Tarif. — Você não tem nada para fazer? — pergunto, na nossa língua natal.
Tarif desvia os olhos dela e sorri para mim.
— Prazer em te conhecer, Karina — ele então me encara. — Espero que aprecie a decoração. Fiz conforme o combinado.
Eu assinto. Ele se afasta, e eu me viro para Karina, fico de frente para ela.
— Não sou seu amigo. Não acredito em amizades masculinas. A menos que seja de infância, e eu não sou seu amigo de infância. Não está claro que eu quero evoluir a relação entre nós?
Sinto como se o vulcão sobre o qual Karina pisou a noite inteira estivesse pronto para explodir. Ela negar-me é um insulto para meu orgulho, mas dentro de mim algo diz que é muito mais do que isso.
Karina
Hassan se vira para mim e me encara sério. Meu coração dispara. Reparo o quanto sua mandíbula está rígida.
Sim, ele é impressionantemente bonito, e eu estou começando a me perguntar o que estou fazendo aqui.
— Vim nesta festa, nesta condição, não menti para ele…
Hassan respira pesado.
— E se eu estiver realmente interessado?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
Muito bom, amei....