Resumo de 43- Karina – Uma virada em O Egípcio de Sandra Rummer
43- Karina mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O Egípcio, escrito por Sandra Rummer. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Karina
Devagar, Hassan escrutinou meu corpo da cabeça aos pés como se me visse pela primeira vez.
— Está linda nesse vestido.
Estou usando um caftan preto com dourado. Ele é um pouco folgado, sem decote e abaixo dos joelhos.
Ah, é claro que ele gostou, mas eu o vesti porque ele é bonito e eu me sinto bem na roupa, mas não quer dizer que vou deixar meu guarda-roupa de lado.
— Obrigada.
— Estou gostando de ver — ele diz, me puxando com seu braço bom e me beijando a testa como se eu fosse uma boa menina.
Eu sorrio levada, quando ele me solta.
— Hassan não se acostume. Isso não quer dizer que você me verá sempre assim…
Antes que Hassan diga algo, eu ouço a voz de meu pai:
— Bom dia. Tomarão café conosco antes de saírem?
Hassan, que me olhava sem ação, quase carrancudo, suaviza a expressão quando olha para ele.
— É claro, por que não?
Observo Hassan…
Selvagem. É esse o termo que o defino nessa manhã.
Ele está usando jeans claro e camiseta branca, que, em harmonia com os cabelos negros despenteados, o deixa muito sedutor. Ele só não transparece perigo por causa da tipoia preta em seu braço.
Nos dirigimos à sala de jantar, mamãe está terminando de colocar as coisas para o café.
— Audrey, Hassan irá tomar café conosco.
Minha mãe o encara sem graça.
— Karina nos contou que vocês comem muitas comidas típicas maravilhosas, os doces então, nem se fale. Então não repare em nosso café da manhã, ele não é como vocês costumam ter em sua casa.
Ai, minha mãe é de amargar.
Isso, mãe! Agora Hassan me imagina com um prato gigante cheio com as comidas que eles servem e eu perdida no meio de suas guloseimas.
Eu respiro fundo. Hassan se senta no lugar que meu pai indicou e diz:
— Não vou reparar, para mim está tudo ótimo. Eu não consumo um quarto do que nos é servido.
— Deus! E o que vocês fazem com toda aquela comida? — mamãe pergunta.
— Mamãe! — eu digo, impaciente.
Eu sinto um forte impulso de fugir correndo dali e arrastar Hassan, mas ele parece estar se divertindo.
— Nunca perguntei, mas meus empregados são bem robustos. Acho que agora estou entendendo para onde vai toda a comida.
Todos da mesa riem, inclusive eu.
— Posso cortar um pedaço de pão para você e passar geleia? — pergunto para ele.
— Pode, mas prefiro manteiga.
Eu aceno com um sorriso.
— Está certo.
Hassan então encara minha mãe e diz, com um sorriso:
— Vou pedir para separar alguns doces e salgados da minha terra e trazer para a senhora experimentar.
Ela abre o sorriso e os olhos dela brilham.
— Oh, eu vou adorar.
— Vamos! Mãe. Pai. Estamos indo. Bom sábado para vocês.
— Obrigada, divirtam-se — minha mãe diz, com um sorriso. Ela parece mais animada com Hassan. Já meu pai não parece muito animado, ele se limita a dar apenas um gesto de cabeça.
Dentro do carro, sentada ao lado de Hassan, pergunto, com curiosidade:
— Você conversou com Raissa? Ela já sabe de tudo? Ou será uma surpresa para ela?
Ele não responde por um momento, apenas continua a acariciar a minha mão.
— Conversei com ela antes de sair — por fim ele diz. — Ela ficou louca da vida, pensando que você seria mais uma na minha vida, mas então eu expliquei que estou te levando a sério. Ela ficou muito feliz quando soube disso.
— Ela acreditou, assim, tão fácil?
Hassan me encara com seriedade exagerada. Até meio carrancudo:
— Sim, ela sabe que sou um homem que não brinca com as palavras. Quando digo algo, é verdade. Não sou de encenar, mentir, enganar, sou muito correto, justo. Nunca iludi ninguém, sempre disse o que eu era de verdade. Acho que por isso tenho tanta aversão às pessoas que mentem, enganam, trapaceiam.
Eu assinto. Percebi mesmo que as coisas com Hassan são tudo preto no branco.
— Eu vi no noticiário que Tarif estava por trás de tudo.
— É, aqueles Hayawaan — “Animais” — confessaram. Allah! Cada vez que passa eu perco mais fé no ser humano — Hassan diz com os olhos vidrados, cheio de ira.
Um alarme soa dentro de mim quando vejo a ira descomunal dentro de Hassan e ele começa a apertar muito forte minha mão sem perceber.
— Ai — digo, puxando-a da sua.
Hassan olha para mim, como se despertasse do seu transe. As suas feições se transformaram, ele suspira e sua expressão suaviza.
— Ana āsif (desculpe-me).
Eu dou um sorriso fraco, com aquele sentimento de insegurança de algo que ainda não entendo.
— Tudo bem — digo para ele, e viro a cabeça para a janela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
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Muito bom livro,leria de novo com certeza!...
Muito bom, amei....