O Egípcio romance Capítulo 51

Hassan sorri.

— Foi, mas eu manteria a minha palavra. Ela sempre será por um escrito.

— Loucura isso! — digo.

— Nem tanto assim. Talvez para você, mas eu sou árabe. Nos casamos por muito menos, habibi. Meu lado árabe agiu pensando ser na razão, mas já era meu coração. Você é responsável por fazer a vingança que tanto cultivei perder o sentido.

— A vingança que você fala é esta, a de não se casar e assim não gerar filhos? — questiono, com o coração agitado.

— Sim. E assim Helena nunca receberia a parte de sua herança, até ela morrer dependeria de mim. Mas hoje vejo que não era só isso que me segurava para não me ligar a alguém com um compromisso. No fundo, eu não queria me apaixonar. Sempre tive medo de ficar cego como meu pai. Meu interesse pelas mulheres não passou de encontros furtivos pela satisfação sexual. Só que tudo isso caiu por terra quando você se tornou uma droga para mim, e eu, o drogado. Era tão bom quando eu estava com você. O que eu sentia era muito além do que a grande atração sexual.

Eu ofego e lhe dou um leve sorriso.

— Verdade?

O rosto de Hassan se transforma em uma carranca.

— Eu não minto, Karina.

Eu rio.

— Eu sei, é maneira de dizer.

Ele aperta seus lábios sensuais.

— Vocês têm um jeito diferente de dizer as coisas, então!

— É bom saber que a vingança perdeu o sentido. O mais prejudicado seria você, deixando de viver.

Hassan assente para mim, seus olhos muito vivos nos meus.

— Eu sei, hoje eu sei. Eu não consigo me afastar de você. Não consigo deixar de pensar em você um minuto sequer. Você mora nos meus pensamentos, tatuada no meu coração, e ter você tornou-se maior do que a vingança ou qualquer receio que eu pudesse ter no peito.

Suas palavras são meu remédio, e eu instantaneamente derreto com elas. Há algo em sua voz que me acalma. Eu sei o que é! Hassan é verdadeiro, e essa veracidade é um bálsamo. Tudo que ele fala tem um grande peso, pois sei que ele não falta com a verdade.

Ele sorri e se inclina para um suave beijo nos meus lábios. Mesmo assim, eu o provoco, e quando o afasto digo com o coração agitado:

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