Resumo de 8-Salva pelo gongo – Uma virada em O Egípcio de Sandra Rummer
8-Salva pelo gongo mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O Egípcio, escrito por Sandra Rummer. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Hassan se recupera rápido e sorri para ela com os dentes muito brancos, contrastando com o rosto moreno.
— Por que surpresa? — Hassan volta seu olhar para mim, agora indecifrável.
Raissa sorri para mim e olha para seu irmão.
— Porque eu falei a semana inteira de você para Karina.
Hassan me encara com um sorriso irônico, como se alguma coisa tivesse iluminado sua mente.
— Aposto que falou mal de mim.
Raissa ri do comentário do irmão.
— Só falei a verdade.
Hassan gargalha, uma risada muito agradável, e me olha com intensidade, provocador:
— Allah! Já estou ardendo no mármore do inferno, então.
Raissa ri e o abraça.
Deus! Esse homem mexe comigo: o sotaque carregado é extremamente sedutor. O mover das mãos morenas, olhar de um felino, o caminhar de uma pantera…
E olha que eu detesto cafajestes, senti na pele isso com Heitor. Eu me odeio por ele mexer tanto comigo, até sua risada é música para os meus ouvidos.
— Habibi, seus convidados estão perguntando por você.
Hassan parece relutante em sair dali.
— Está certo. Até breve, Karina.
Deus! O que ele quis dizer com “até breve”? Raissa o vê se afastar e pega meu braço.
— Vem, vamos comer alguma coisa. Você não comeu nada.
Eu sorrio para ela, mas está difícil manter minha calma sabendo que Hassan estaria por perto.
Acompanho Raissa até a mesa de salgados. Ela aponta cada um e me explica do que é feito:
— Temos Foul, que é uma pasta de feijão incrementada com alho, tomate e limão que você pode pôr nesse pão. Falafel, o bolinho de favas e vegetais fritos, com bastante cominho e pimenta-do-reino. Servido também em forma de sanduíche. Fetir Meshaltet, que é uma torta de massa folhada recheada de carne e queijo. Kebab, que é esse espeto de carne temperado. Marshi, que é folha de repolho recheado com arroz e carne moída. Tudo cozido com bastante molho de tomate e condimentos.
— Eu não estou com muita fome, vou de torta.
Raissa pegou um pedaço para mim. Tentei me distrair vendo as dançarinas de dança do ventre dançar, mas a vontade que eu tenho é ir embora, me acalmar, pois sinto como se eu tivesse entrado em parafuso, todos os terminais nervosos do meu corpo estão em alerta.
Busco com o olhar Hassan, o homem que em um instante se tornou o centro da festa e agora não sai dos meus pensamentos. Estou totalmente abalada por ele.
Ao vê-lo, meu coração bate agitado. Ele está em uma roda de homens, conversando. Imperioso, majestoso. Deus!
Desvio os olhos dele. Agora eu sei que o que senti com meus namoricos não é nada comparado com o incontrolável desejo que senti por ele. Ele anulou totalmente a existência de outro homem, e nada me preparou para isso. É como se eu tivesse a certeza de que os homens que conhecerei após ele serão apenas um rascunho da beleza e carisma de Hassan.
Começo a me lamentar por ter ido à festa. Se eu pudesse, não teria conhecido Hassan.
Quando encaro Raissa, ela me olha, e depois na direção em que eu estava olhando e vê Hassan.
— É a natureza dele, ela não deveria impor. É melhor ele ser solteiro do que ser um marido infiel.
— Mas aí é que está. Papai e mamãe se casaram com separação de bens. Quando ele estava doente, ele fez um testamento, que minha mãe só receberá parte dela da herança caso Hassan se case e gere um filho para levar o nome da família. Meu pai nunca se conformou de Hassan não contrair matrimônio.
— Deus! Que absurdo! Mas tem você para gerar filhos.
— A criança não levaria meu sobrenome. O sobrenome quem dá é o homem. Para um egípcio, a continuação da geração é muito importante, pois levará nosso nome e nosso sangue e a perpetuação da nossa raça não se perderia.
Eu estou me envolvendo demais nisso tudo, então eu a corto.
— Raissa. Eu estou indo agora. Aqui fora está frio. Entre e aproveite a festa.
Raissa me olha tristemente, como se não tivesse me ouvido, e diz:
— Meu irmão é um mistério. Às vezes ele passa a impressão de que tem raiva das mulheres.
Eu esfrego meus braços nus, com frio. Raissa parece perceber e indaga:
— Amanhã você vem aqui, não vem?
Todo domingo vou até a casa dela, mas agora quero evitar Hassan.
— Eu sempre vou aí. Por que você não vai à minha casa?
Ela suspira.
— Eu até iria, mas amanhã é domingo e Hassan ficará em casa. E ele acabou de chegar. A semana é agitada, ele vai trabalhar e eu vou à faculdade, só temos amanhã para conversarmos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
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Muito bom livro,leria de novo com certeza!...
Muito bom, amei....