O estrangeiro Capítulo 21

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Charlie ativava o pior em mim. Eu voltei a me sentir inconsequente como antes, mas desta vez eu deixaria que ela me levasse até a parte mais escura da minha vida, aceitei isso a partir do momento que a toquei. Ela era minha agora. Ela sorriu mais vez para mim antes de ir para seu quarto. Me apoiei na parede e suspirei, não lembrava do quão bom era sentir essas coisas novamente.

Fui para meu quarto, numa tentativa de esfriar a cabeça. Tomei uma ducha bem demorada e me vesti, Denner havia me chamado para sair e seria até bom para esfriar a cabeça já que eu passei a tarde inteira estudando. Vesti uma calça e uma camisa social enrolada até o antebraço. Peguei meu celular e mandei mensagem para Denner combinando tudo, ele me passou a localização e eu desci para chamar um taxi.

— Está bonito, senhor Lins. — Donna comenta.

— Ah, obrigado. — Digo com a cara mais lavada que nunca. Nem parece que eu estava fazendo coisas com a filha dela há algum tempo atrás. Eu pensava que me sentiria mal com essas coisas, porém, aquela adrenalina de ser pego a qualquer momento me dava mais tesão.

Charlie desceu com seu vestido florido e o cabelo penteado. Eu adorava quando ela usava batom vermelho, seus lábios fartos e curtos ficavam tão perfeitos. Ela não precisava de nada além de um batom para se sobressair entre todas as mulheres.

— Volte amanhã cedo! Você não está de castigo, mas não me irrite. — Dona sussurra no ouvido de Charlie, eu pude ouvir.

— Está bem, mamãe. — Ela revira os olhos. — Hunter, vai para onde?

— Pare de ser tão intrometida! Meu deus. — Donna reclama.

— Não, está bem. Vou a um bar.

— Mamãe, poderia dividir o taxi com ele.

— Não, onde já se viu?!

— Pelo menos assim ela não vai sozinha. — Tento.

Donna suspira e se rende.

— Está bem, mas Lins, se ela sair do percurso habitual você me avise!

Ela fala dar um beijo em Charlie e vai para a cozinha. Olho para trás me certificando que a mãe dela havia mesmo ido embora.

— Está muito bonita. — Digo, ela cora imediatamente.

— Obrigada, Hunter. — Ela sorrir e coloca uma mecha de seu cabelo loiro atrás da orelha. — Para onde vai?

— Encontrar um amigo do trabalho. Tenho que me distrair dessa vida de estudos. E você, garotinha?

— Vou ver uma amiga.

Donna aparece e entrega algo nas mãos de Charlie.

— Quero você cedo em casa, nada de ficar perambulando por aí com seus amigos. — Disse rígida.

Chamei o taxi e depois de alguns minutos fomos para o carro. Charlie sentou-se ao meu lado, parecia tímida, eu a encarei e a mesma sorriu para mim.

Durante o percurso, percebi que o motorista olhava de vez enquanto para Charlie pelo espelho retrovisor, aquilo estava me incomodando. Ele era velho, provavelmente tinha idade para ser o pai dela.

─ O que os adolescentes de hoje em dia fazem quando estão sozinhos? ─ pergunto.

─ Nada que você já não tenha feito. ─ ela me lança um olhar divertido.

Franzo o cenho. Não imaginava Charlie quebrando os vidros dos carros ou bêbada ao ponto de nem saber como voltou para casa. O motorista olha para nós pelo retrovisor, eu vejo os olhos dele percorrendo todo o vestido da Charlie até chegar no meio de suas pernas. Ela parecia não notar, ao invés disso, estava olhando pela janela ao seu lado.

Poderia prestar atenção na estrada a sua frente? ─ indago olhando para o velho.

Ele disfarçou, e eu passei a prestar mais atenção na direção que seus olhos iam. Minutos após, nós chegamos na primeira parada, era em frente a uma casa grande, a amiga de Charlie esperava por ela na porta da frente. Ela pegou sua mochila, mas antes de sair me deu um beijo rápido. Eu fiquei completamente surpreso e não soube como reagir.

Não saia de casa ─ olho ligeiramente para o motorista ─, estou falando sério.

assentiu e foi ao encontro da amiga. Após, fomos direto ao bar, antes de sair do carro, olhei feio para o velho, ele não conseguiu sustentar o olhar em mim por muito tempo.

Hunter! — Sinto alguém me abraçar por trás. Infelizmente era a Ashley.

Ash... — digo sem graça.

Eu não acredito que você realmente veio. ─ ela percorreu seus olhos em mim ─ está mais bonito do que o normal.

─ É, eu vim. Mas desta vez peço que mantenha seus alucinógenos bem longe de mim.

Entramos e nossos amigos já nos esperavam na mesa, eu estava feliz uma vez que estava distraído. Sentamos em uma mesa que ficava de frente pra janela, sendo assim, eu poderia facilmente ver o fluxo que estava na casa da amiga de Charlie.

Conversa vai, conversa vem, e eles resolveram tocar no assunto da festa passada, onde eu estava completamente bêbado e

Eu não lembro de quase nada.

Mas eu lembro. — Ashley indaga enquanto vira seu copo de cerveja na boca.

E depois você sumiu do nada. — Alguém comenta. — Mas vocês chegaram

parando por aqui, papo está ótimo, mas vamos mudar de assunto. —

respira fundo e mantém a expressão de plena durante esse tempo. Eles estavam me colocando em uma fria com aquelas

[...]

e bebíamos cerveja, estava sendo divertido estar com amigos. Denner e Ashley eram as únicas pessoas que eu conversava no café, mas dali em diante eu pretendia fazer mais amizades. No final da noite, quando já estávamos embriagados o suficiente, resolvi ir embora. Eu tinha que estudar para as provas no dia seguinte, então era melhor

até a porta e Ashley se juntou a mim, quando todos já haviam

Então, quer uma carona? — Perguntou

Não, eu posso ir de taxi sem problemas.

qual é Hunter. Eu não mordo, venha comigo. — Ela se aproxima de mim. — Até parece que nós não

Eu estava desconfortável com aquela situação.

Pois não somos, você me

que não esquece isso? Até parece que nunca cometeu erros. ─ ela cruza os braços ─ eu só queria ser