O estrangeiro Capítulo 25

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O despertador me acorda para mais uma segunda-feira.

Mais uma semana estressante e sem muito contato com outras pessoas, assim como fiz pelo resto da última. Levanto de minha cama ainda cansado, passei o domingo inteiro estudando para as provas e os exames que iriam fazer para o estágio.

Vou para o banheiro, mas antes dou uma checada em meu aparelho telefônico, muitas mensagens e e-mails. O caso dos meus pais estava tomando outro caminho, agora a polícia desconfiava de um possível assassinato, iniciaram as autópsias novamente e descobriram um ferimento na cabeça de meu pai. O advogado disse que assim que encontrassem o culpado, eu poderia processa-los pelo descuido com o caso. A última coisa que eu pensava agora era em dinheiro.

Tomei uma ducha bem gelada e fiz minha barba no banho, e assim que saí fui logo me vestir. Me certifiquei de que as tatuagens em meu corpo estivessem bem cobertas, como em todos os dias.

Peguei minhas coisas e desci para tomar café da manhã, Charlie estava lá, com a mesma cara de sempre. Pelo resto da semana passada ela parecia abatida todas as vezes que me via, os deuses sabem o quanto eu queria sair dessa casa e arrumar um canto só para mim.

— Bom dia senhor Lins. — Donna falou sorridente.

Eu apenas assenti com um sorriso fino nos lábios.

— Mamãe, eu tenho que ir. — Indaga Charlie levantando de sua cadeira. — Dylan vai me dar carona até a escola.

— Temos que conhecer esse garoto, você não pode ficar saindo com qualquer pessoa. — Donna disse calmamente.

Por momentos pensei que fosse proposital dizer o nome do garoto, mas do que me importava? não era da minha conta.

Quando cheguei na faculdade, era cedo. Resolvo ficar na cafeteria e ligar para meus tios, infelizmente deu caixa postal, então deixei uma mensagem de voz: "Estou preocupado com vocês, assim que puderem, me liguem”.

Durante as aulas revisei mais a matéria e tirei dúvidas, Clark mencionou o estágio novamente e todos ficaram animados. Cheguei no trabalho e Denner me encarava com um sorriso nos lábios.

— O que aconteceu, você está sorrindo até para o vento.

— Esse final de semana, pude ver minha filha.

Dou dois tapinhas em suas costas e ele rir.

— Fico feliz por você.

— Eu estou feliz e você parece triste, o que passa?

Eu respiro fundo e passo a mão pelo resquício de barba que existia ali.

— Muitas coisas acontecendo juntas. — Digo.

— Vamos conversar depois do expediente.

Trabalhei com dificuldade, minha cabeça latejava. Felizmente passou bem rápido e eu depois de longas horas estava livre.

Denner e eu caminhamos ao bar que fomos da última vez, pegamos uma mesa bem afastada de todos e pedimos cervejas.

Disse que viu sua filha, certo? ─ pergunto enquanto passo o polegar na borda da caneca de cerveja.

Sim, a mãe dela veio para a cidade e eu pude vê-la, é incrível como ela está crescendo rápido. É linda. ─ disse com os olhos brilhantes. ─ O lado negativo é que eu não posso ver ela quando

─ Sinto muito, Denner.

E você, por que está com essa cara?

Eu respiro fundo e encosto minha costa na cadeira no bar.

Parece que as coisas nunca facilitam para mim, sempre que é para acontecer algo ruim vem um combo de coisas.

se chama vida, meu amigo. Nada é fácil, você já deveria saber

Nós sabemos, mas nunca esperamos que aconteça conosco. ─ viro um gole

─ O que está acontecendo?

Não gosto de falar muito sobre isso, mas já estou embriagado o suficiente para não me importar. ─ viro o resto da cerveja que estava em minha caneca. ─ Há uns anos atrás meus pais morreram em um incêndio, até então pensavam que fosse algo acidental, mas reabriram as investigações e eles pensam que foi

Caramba, nem imagino o que você

─ Eu vou ficar bem.

mais e depois de beber mais, finalmente fomos para casa. Me senti melhor depois de ter desabafado com Denner, mas era provável que eu sentisse um certo arrependimento depois de ter falado todas aquelas coisas

casa e tudo já estava apagado, caminhei até a cozinha e bebi água. Durante aquele pequeno tempo tive um momento de sensatez, e que tudo aquilo que estava acontecendo era

estava ferrado, meus pais faleceram e os seus espíritos ainda me assombravam, onde quer que eu