O estrangeiro romance Capítulo 27

O despertador me acorda para mais uma segunda-feira.

Mais uma semana estressante e sem muito contato com outras pessoas, assim como fiz pelo resto da última. Levanto de minha cama ainda cansado, passei o domingo inteiro estudando para as provas e os exames que iriam fazer para o estágio.

Vou para o banheiro, mas antes dou uma checada em meu aparelho telefônico, muitas mensagens e e-mails. O caso dos meus pais estava tomando outro caminho, agora a polícia desconfiava de um possível assassinato, iniciaram as autópsias novamente e descobriram um ferimento na cabeça de meu pai. O advogado disse que assim que encontrassem o culpado, eu poderia processa-los pelo descuido com o caso. A última coisa que eu pensava agora era em dinheiro.

Tomei uma ducha bem gelada e fiz minha barba no banho, e assim que saí fui logo me vestir. Me certifiquei de que as tatuagens em meu corpo estivessem bem cobertas, como em todos os dias.

Peguei minhas coisas e desci para tomar café da manhã, Charlie estava lá, com a mesma cara de sempre. Pelo resto da semana passada ela parecia abatida todas as vezes que me via, os deuses sabem o quanto eu queria sair dessa casa e arrumar um canto só para mim.

— Bom dia senhor Lins. — Donna falou sorridente.

Eu apenas assenti com um sorriso fino nos lábios.

— Mamãe, eu tenho que ir. — Indaga Charlie levantando de sua cadeira. — Dylan vai me dar carona até a escola.

— Temos que conhecer esse garoto, você não pode ficar saindo com qualquer pessoa. — Donna disse calmamente.

Por momentos pensei que fosse proposital dizer o nome do garoto, mas do que me importava? não era da minha conta.

Quando cheguei na faculdade, era cedo. Resolvo ficar na cafeteria e ligar para meus tios, infelizmente deu caixa postal, então deixei uma mensagem de voz: "Estou preocupado com vocês, assim que puderem, me liguem”.

Durante as aulas revisei mais a matéria e tirei dúvidas, Clark mencionou o estágio novamente e todos ficaram animados. Cheguei no trabalho e Denner me encarava com um sorriso nos lábios.

— O que aconteceu, você está sorrindo até para o vento.

— Esse final de semana, pude ver minha filha.

Dou dois tapinhas em suas costas e ele rir.

— Fico feliz por você.

— Eu estou feliz e você parece triste, o que passa?

Eu respiro fundo e passo a mão pelo resquício de barba que existia ali.

— Muitas coisas acontecendo juntas. — Digo.

— Vamos conversar depois do expediente.

Trabalhei com dificuldade, minha cabeça latejava. Felizmente passou bem rápido e eu depois de longas horas estava livre.

Denner e eu caminhamos ao bar que fomos da última vez, pegamos uma mesa bem afastada de todos e pedimos cervejas.

─ Disse que viu sua filha, certo? ─ pergunto enquanto passo o polegar na borda da caneca de cerveja.

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