O estrangeiro romance Capítulo 30

O clima entre mim e minha mãe estava cada vez pior, ela não aceitava meu crescimento e queria me guardar em uma caixinha. Isso me enfurecia, eu queria provar a ela que não era mais aquela garotinha. Até meus quatorze anos eu não podia nem sair com as minhas amigas, falar sobre algum garoto e alguma discrepância era a anulação total de meus privilégios.

Meus pensamentos sempre me levavam à minha mãe, Hunter e tudo que aconteceu. Eu estava me sentindo sufocada. Queria fazer todas as coisas mais proibidas para deixar minha mãe enfurecida, e me sentir livre por pelo menos uma noite.

Esperei a semana passar, não comentei nada com ninguém e muito menos falei com Hunter, já estava farta de tantos rodeios, eu não precisava dele.

Hoje era sábado, Adam daria sua tão esperada festa de 18 anos.

Comecei a fazer minhas tarefas cedo para não ter nenhum empecilho que pudesse atrapalhar minha ida.

Minha mãe entra no quarto com sua roupa de faxina e uma faixa na cabeça

— Por que toda essa preparação? — Perguntou com uma cesta de roupas sujas em suas mãos.

— Hoje é o aniversário do Adam.

Ela fechou a cara e pegou minhas roupas sujas.

— Não acho bom você ir, justo agora com esse meu descontentamento em relação às suas atitudes!

— Eu pedi isso semana passada e a senhora deixou.

— Mudei de opinião. Você não vai à festa, Charlie.

— Tudo isso por um maldito brinco? Eu arranco isso daqui e fecha esse buraco! — Puxo com força o brinco e coloco encima da escrivaninha. Senti minha orelha pegar fogo.

Eu não costumava responder meus pais, até porque nunca me importei com isso, mas agora eu estava começando a mudar isso. Para mim, eu tinha razão.

— Não gosto que fale palavrões! E você sabe que não é somente pelo brinco.

Eu respiro fundo.

— Está bem, me desculpe. ─ Indago cerrando os dentes.

— E por esse palavrão você está uma semana de castigo, começando por hoje. Sem celular, sem computador e sem internet.

— Você não pode...

— Eu passei a poder! ─ Seus grandes olhos azuis estavam de uma maneira que eu nunca tinha visto antes. ─ E se reclamar vai ficar um mês.

Ela saiu do meu quarto pisando fortemente. Eu umedeci meus lábios e respirei fundo novamente, ótimo, agora eu ficaria sem contato com o mundo lá fora.

Chegou a hora da festa e todos me mandavam mensagens perguntando se eu iria. Então me veio a brilhante ideia de sair escondida, a festa acabaria tarde da noite, se eu chegasse antes do amanhecer ninguém notaria. Mas como eu iria? Dylan me surgiu em mente, ele tinha carro e provavelmente estava sem nada para fazer esse fim de semana, como o mesmo me disse.

Peguei meu celular aproveitando o resto de tempo livre que tinha com ele e mandei mensagem para ele. Minutos depois ele me enviou uma mensagem confirmando. Bloqueie a tela e segurei o aparelho firme contra o peito. Um sorriso malicioso surgiu em meus lábios, aquela adrenalina estava estampada em meus olhos. Como meus pais costumavam dormir cedo, eu poderia ir e voltar sem que eles percebessem nada, a fuga perfeita.

[...]

Depois do jantar, comecei a me arrumar. Fiz uma maquiagem diferente das que eu usava, e coloquei um vestido vermelho bem justo que fiz meu pai comprar para mim escondido de minha mãe, deixei meus cabelos soltos e uma bolsa pequena para meu celular e o presente que comprei para Adam.

Esperei dar o horário até que meu celular vibrou e meu coração acelerou, era a hora de agir. Saí de meu quarto lentamente e tranquei o mesmo por fora, para evitar que minha mãe entrasse lá. Caminhei pelo corredor nas pontinhas dos pés e cheguei ao andar de baixo salva, fui até a porta, mas ouvi passos atrás de mim, fui pêga, minha mãe iria me matar, seria meu fim! Virei para receber a bela bronca, mas era Hunter, ele me olhou da cabeça aos pés e umedeceu seus lábios.

— Isso já está ficando chato. ─ Tento acalmar minha respiração ressaltada.

— Do que você está falando? — Indagou ele franzino as sobrancelhas.

— Estou me referindo a nós ficarmos sempre nos encontrando, principalmente à essa hora.

— E você acha que é culpa minha? Eu estava na cozinha quando ouvi passos no corredor. Pensei que fosse alguém querendo roubar a casa.

Ele estava tão lindo, aquele olhar apertado de sono e aquele tronco nu. Era tão grande e maravilhoso, percorri meus olhos até sua calça moletom, eu podia ver seu membro marcado naquela calça, oh, como eu queria aquele homem.

— O que você está olhando? — Perguntou me tirando de meu devaneio.

— Nada, só... você, enfim. Eu tenho que ir, promete que não vai falar nada aos meus pais?

— Falar o quê? — Ele sorrir, suas covinhas aparecem e eu me perco novamente nele. Eu sorrio de volta e nós ficamos nos encarando por um tempo, ele fechou o sorriso e começou a me observar mais sério. Eu engoli a seco quando ele levou seu polegar até seu queixo e passou a ponta de seu dedo lentamente em seus lábios. Tão sereno. — Eu não tenho nada com isso, vá.

Eu senti uma tristeza em meu coração, se ele me beijasse eu esqueceria completamente tudo e o agarraria, mas aquilo não era mais possível.

Da frente de minha casa, eu conseguia ver o carro de Dylan estacionado. Corri até lá e sorrir quando vi ele dentro do automóvel, estava bonito, de um jeito que eu ainda não tinha visto.

— Uau, você está linda! — Disse ele me fitando dos pés à cabeça.

— Obrigado, você também não está nada mal. — Indago entrando no carro.

Ele sorrir e liga o carro. Passei as informações para ele dá onde era o lugar e partimos para a casa de Adam.

durante o percurso, Dylan ligou o rádio e nós fomos cantando uma música qualquer da Kate Perry, assim que chegamos em frente a mansão cujo Adam vive, a boca do Dylan abre automaticamente. As luzes piscando lá e a música já me animavam, olhei para Dylan e sorri.

Nós saímos do carro e entramos na casa, do lado de fora haviam dois seguranças, eles não bloquearam minha passagem pois estava com o nome na lista já Dylan não, mas como ele estava comigo entramos mesmo assim. O evento era chique, haviam pessoas com roupas de gala e alguns jovens que também eram amigos de Adam, de sua antiga escola particular. Emma me viu e acenou para mim, correu até nós com cuidado, pois estava de salto.

— Vocês estão lindos! — Disse com uma taça em suas mãos.

— Obrigado. — Dylan disse com um sorriso no rosto.

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