O estrangeiro Capítulo 28

O clima entre mim e minha mãe estava cada vez pior, ela não aceitava meu crescimento e queria me guardar em uma caixinha. Isso me enfurecia, eu queria provar a ela que não era mais aquela garotinha. Até meus quatorze anos eu não podia nem sair com as minhas amigas, falar sobre algum garoto e alguma discrepância era a anulação total de meus privilégios.
Meus pensamentos sempre me levavam à minha mãe, Hunter e tudo que aconteceu. Eu estava me sentindo sufocada. Queria fazer todas as coisas mais proibidas para deixar minha mãe enfurecida, e me sentir livre por pelo menos uma noite.
Esperei a semana passar, não comentei nada com ninguém e muito menos falei com Hunter, já estava farta de tantos rodeios, eu não precisava dele.
Hoje era sábado, Adam daria sua tão esperada festa de 18 anos.
Comecei a fazer minhas tarefas cedo para não ter nenhum empecilho que pudesse atrapalhar minha ida.
Minha mãe entra no quarto com sua roupa de faxina e uma faixa na cabeça
— Por que toda essa preparação? — Perguntou com uma cesta de roupas sujas em suas mãos.
— Hoje é o aniversário do Adam.
Ela fechou a cara e pegou minhas roupas sujas.
— Não acho bom você ir, justo agora com esse meu descontentamento em relação às suas atitudes!
— Eu pedi isso semana passada e a senhora deixou.
— Mudei de opinião. Você não vai à festa, Charlie.
— Tudo isso por um maldito brinco? Eu arranco isso daqui e fecha esse buraco! — Puxo com força o brinco e coloco encima da escrivaninha. Senti minha orelha pegar fogo.
Eu não costumava responder meus pais, até porque nunca me importei com isso, mas agora eu estava começando a mudar isso. Para mim, eu tinha razão.
— Não gosto que fale palavrões! E você sabe que não é somente pelo brinco.
Eu respiro fundo.
— Está bem, me desculpe. ─ Indago cerrando os dentes.
— E por esse palavrão você está uma semana de castigo, começando por hoje. Sem celular, sem computador e sem internet.
— Você não pode...
— Eu passei a poder! ─ Seus grandes olhos azuis estavam de uma maneira que eu nunca tinha visto antes. ─ E se reclamar vai ficar um mês.
Ela saiu do meu quarto pisando fortemente. Eu umedeci meus lábios e respirei fundo novamente, ótimo, agora eu ficaria sem contato com o mundo lá fora.
Chegou a hora da festa e todos me mandavam mensagens perguntando se eu iria. Então me veio a brilhante ideia de sair escondida, a festa acabaria tarde da noite, se eu chegasse antes do amanhecer ninguém notaria. Mas como eu iria? Dylan me surgiu em mente, ele tinha carro e provavelmente estava sem nada para fazer esse fim de semana, como o mesmo me disse.
Peguei meu celular aproveitando o resto de tempo livre que tinha com ele e mandei mensagem para ele. Minutos depois ele me enviou uma mensagem confirmando. Bloqueie a tela e segurei o aparelho firme contra o peito. Um sorriso malicioso surgiu em meus lábios, aquela adrenalina estava estampada em meus olhos. Como meus pais costumavam dormir cedo, eu poderia ir e voltar sem que eles percebessem nada, a fuga perfeita.
[...]
Depois do jantar, comecei a me arrumar. Fiz uma maquiagem diferente das que eu usava, e coloquei um vestido vermelho bem justo que fiz meu pai comprar para mim escondido de minha mãe, deixei meus cabelos soltos e uma bolsa pequena para meu celular e o presente que comprei para Adam.
Esperei dar o horário até que meu celular vibrou e meu coração acelerou, era a hora de agir. Saí de meu quarto lentamente e tranquei o mesmo por fora, para evitar que minha mãe entrasse lá. Caminhei pelo corredor nas pontinhas dos pés e cheguei ao andar de baixo salva, fui até a porta, mas ouvi passos atrás de mim, fui pêga, minha mãe iria me matar, seria meu fim! Virei para receber a bela bronca, mas era Hunter, ele me olhou da cabeça aos pés e umedeceu seus lábios.
— Isso já está ficando chato. ─ Tento acalmar minha respiração ressaltada.
— Do que você está falando? — Indagou ele franzino as sobrancelhas.
— Estou me referindo a nós ficarmos sempre nos encontrando, principalmente à essa hora.
— E você acha que é culpa minha? Eu estava na cozinha quando ouvi passos no corredor. Pensei que fosse alguém querendo roubar a casa.
Ele estava tão lindo, aquele olhar apertado de sono e aquele tronco nu. Era tão grande e maravilhoso, percorri meus olhos até sua calça moletom, eu podia ver seu membro marcado naquela calça, oh, como eu queria aquele homem.
— O que você está olhando? — Perguntou me tirando de meu devaneio.
— Nada, só... você, enfim. Eu tenho que ir, promete que não vai falar nada aos meus pais?
— Falar o quê? — Ele sorrir, suas covinhas aparecem e eu me perco novamente nele. Eu sorrio de volta e nós ficamos nos encarando por um tempo, ele fechou o sorriso e começou a me observar mais sério. Eu engoli a seco quando ele levou seu polegar até seu queixo e passou a ponta de seu dedo lentamente em seus lábios. Tão sereno. — Eu não tenho nada com isso, vá.
Eu senti uma tristeza em meu coração, se ele me beijasse eu esqueceria completamente tudo e o agarraria, mas aquilo não era mais possível.
Da frente de minha casa, eu conseguia ver o carro de Dylan estacionado. Corri até lá e sorrir quando vi ele dentro do automóvel, estava bonito, de um jeito que eu ainda não tinha visto.
— Uau, você está linda! — Disse ele me fitando dos pés à cabeça.
— Obrigado, você também não está nada mal. — Indago entrando no carro.
Ele sorrir e liga o carro. Passei as informações para ele dá onde era o lugar e partimos para a casa de Adam.
durante o percurso, Dylan ligou o rádio e nós fomos cantando uma música qualquer da Kate Perry, assim que chegamos em frente a mansão cujo Adam vive, a boca do Dylan abre automaticamente. As luzes piscando lá e a música já me animavam, olhei para Dylan e sorri.
Nós saímos do carro e entramos na casa, do lado de fora haviam dois seguranças, eles não bloquearam minha passagem pois estava com o nome na lista já Dylan não, mas como ele estava comigo entramos mesmo assim. O evento era chique, haviam pessoas com roupas de gala e alguns jovens que também eram amigos de Adam, de sua antiga escola particular. Emma me viu e acenou para mim, correu até nós com cuidado, pois estava de
— Vocês estão lindos! — Disse com uma taça em suas mãos.
— Obrigado. — Dylan disse com um sorriso no rosto.
Onde está Adam? — Perguntei com o presente da mesma em mãos.
— Ele está ali, vamos.
Nós fomos passando por toda aquela multidão. Essa festa com toda certeza era a melhor que eu já tinha ido.
Tinha arranjos de flores lindos, música boa e luzes amarelas. No salão, uma pista de dança e um globo ainda desligado, provavelmente seria para a balada que teria mais tarde. Caminhamos até Adam que se destacava dentre todas as pessoas, ele usava um smoking branco, fez um bom contraste com seu cabelo ruivo e
— Uau! Você está perfeito. — Estendo a caixa com o presente dentro para ele.
— Obrigado, Charlie
— Bom, esse vocês já se conhecem. Esse é o
Dylan sorrir para Adam e ele retribui com um aceno.
— Daqui a pouco começa a balada, mas antes eu quero apresentar a vocês meus amigos da outra escola.
nos puxa para uma roda de pessoas, meninas lindas e meninos vestidos de roupas
esses são Emma, Charlie e Dylan, eles são meus amigos. — Alguns deles sorriram e apertaram nossas mãos, o resto nos olhou com indiferença.
que Emma ficou desconfortável com os olhares de algumas meninas, e às encarou com desdém, eu ri mentalmente
Prazer em conhecê-los. — Tento ser simpática.
passaram algumas horas e a festa mudou de elegante e sofisticada para balada e bebida. Nós dançávamos feito loucos durante as músicas eletrônicas que tocavam. Eu virei três shorts de uma vez enquanto Dylan me olhava com os olhos
quando tocou minha música favorita do Red hot chili Peppers, peguei um copo de uma bebida qualquer e cantei enquanto pulava durante as músicas. Perdi totalmente o horário, já estava muito bêbada e os garotos da escola de Liz começaram a me oferecer alucinógenos, eu nunca tinha
só metade do papel e coloca na boca. — Um
Eu tenho que voltar para casa ainda hoje. — Falo alto por conta
— Não tem problema, depois passa.
entregaram o papel e eu fiquei em um dilema entre: fazer ou não fazer, rasguei o papel ao meio e coloquei em minha boca seguido de um copo de cerveja. Eles riram e me puxaram para dançar, dancei mais e mais e comecei a ver tudo turvo. Parecia que eu estava entrando em outra realidade e que o portal era o
muito doidos, menos Dylan que se mantinha sóbrio o tempo todo, pois
passou quando senti uma imensa vontade
Não estou bem... — digo indo na direção de
O que você está sentindo? — Perguntou segurando em meus
— Quero vomitar...
me puxou pela mão e eu nem vi quando entramos em uma suíte. Quando me dei conta já estava colocando até as tripas para fora. Dylan segurava meus cabelos e eu tornava a fazer aquilo. Me recomponho ele me entrega uma garrafa de
Gargareja e bebe, você tem que beber muita água. — Disse enquanto se sentava ao meu lado no piso do