O estrangeiro Capítulo 46 parte 1

Ter Dylan dentro de mim não me causou estranheza, na verdade, a nossa conexão até chegou a me assustar. Ele parecia tão inexperiente quando eu, suas mãos tremiam a cada toque em meu corpo, aquilo me fazia pensar no quão fofo e respeitoso ele era. Eu consegui não pensar em Hunter durante todo o encontro, isso já era suficiente para me deixar ainda mais louca por Dylan. Após o ato, ficamos em silencio por alguns instantes e eu sai de cima dele.
─ Está com medo? ─ Perguntei.
─ Por que eu estaria? Foi a melhor da minha vida. ─ Ela mira seus olhos nos meus ─ você está?
─ Sim, porque estou com medo de me machucar de novo.
Ele passa sua mão na minha bochecha.
─ Não sou o Hunter.
─ Eu sei, isso é bom.
Eu voltei para casa me sentindo nas nuvens. Ter dito aquelas coisas para ele tirou um peso dos meus ombros, fora que o sexo conseguiu distrair a minha cabeça mais do que deveria. Eu cheguei com um sorriso bobo nos lábios, Emma percebeu assim que veio saltitando até mim.
— E você insistiu em dizer que não era um encontro. — Ela revira os olhos e caminha até mim.
— Eu sei, meus planos eram esses. — Me jogo no sofá. ─ Ah Emma, foi maravilhoso.
Ela me olha com os olhos entreabertos e se senta ao meu lado.
─ Acho que não rolou só um beijo.
Mordo o lábio inferior.
─ Sua danadinha!
─ Não m pergunte muito sobre, mas foi muito bom.
─ Pelo visto não é só o Hunter que te deu um bom chá.
Jogo uma almofada nela.
─ Não me lembre.
— Bem pelo menos agora você está feliz. Adam e eu brigamos.
— Nossa, por quê?
— Somos muito diferentes Charlie, ele não sabe respeitar minha vida antes de conhecê-lo. — Ela revira os olhos.
— Sinto muito. — Passo minha mão em sua costa.
— Não, nem estou triste. Ele quer ir para Harvard ano que vem, e eu nem pretendo fazer faculdade. — Ela finge dar de ombros.
— Como você é impetuosa, senhorita Emma. — Digo com os olhos entreabertos. Ela esfrega suas mãos em sua barriga e faz bico.
— Estou faminta!
— Que tal pedimos uma pizza?
— Sua mãe não irá ficar chateada? — Perguntou.
— Claro que não, ela nem irá saber! — Digo correndo para pegar meu telefone.
Ligamos para a pizzaria e pedimos uma pizza de queijo. Demorou quase uma hora para chegar, nós pagamos e nos sentamos no sofá.
— Que cheiro divino! — Digo abrindo a caixa com a oitava maravilha do mundo dentro. Peguei uma fatia e ela outra.
— Falando em faculdade, você sabe qual quer fazer? — Perguntou.
— Bem, eu não sei.
— Faltam poucos meses para ano letivo acabar, Charlie. — Ela diz.
— Talvez eu faça administração ou qualquer outra coisa. Ainda tenho tempo para pensar. — Dou de ombros.
— Por isso não quero fazer, eu não me imagino tendo uma vida de estudante. — Ela indaga. — Pretendo trabalhar com pessoas, eu não sei, mas sempre me imaginei cuidado de imagem pessoal.
— Emma, você pode fazer o que quiser. Temos muito tempo pela frente, só não fique parada.
Nós duas conversamos mais e deixamos dois pedaços de pizza sobrando.
Já estava tarde, fui para meu quarto me preparar para dormir, tomei banho e vestir meu pijama. Olhei para o céu e estava trovejando, dormir com barulho de chuva era ótimo. Antes de dormir, me certifiquei de trancar as portas e apagar as luzes, Emma provavelmente já estava dormindo. Adormeci vendo um filme qualquer na em meu celular.
— Charlie, Charlie...— ela me balançava em minha cama. Eu acordei assustada. — Acho que tem alguém do lado de fora, ouvi ruídos do meu quarto.
ter sido apenas um pesadelo, venha, deite comigo. — Digo. Mesmo desconfiada, ela deita ao meu lado. Após alguns minutos tentando dormir, eu ouvir ruídos do lado de fora. Abri meus olhos rapidamente.
— Agora você ouviu, certo? — ela disse com os olhos arregalados.
Levantei de minha cama e olhei pela janela de meu quarto, não tinha ninguém, estava ventando muito.
— Deve ser o vento, Emma.
Emma agarrou minha mão quando vemos a luz do meu abajur desligar. Eu fiquei com medo mas tentei não demonstrar, queda de energia era bem comum quando ventava desse jeito.
a luz foi embora.
levantou de minha cama e olhou para a janela.
— A casa do outro lado da rua ainda está com energia, Charlie. Estou ficando com medo, eu acho que tem alguém lá embaixo. — Ela diz
— Vamos olhar no porão, o disjuntor da casa deve ter disparado. Se acalme, deve ter uma explicação para isso. — Digo pegando meu celular para ligar a lanterna, olho para a tela e estava com 10% de bateria. — Droga, estou sem bateria. Não deveria ter dormido com ele ligado.
— Eu pego o meu.
Nós saímos de meu quarto com a lanterna dela ligada. Eu caminhei na frente, tentando ser forte e corajosa. Nós descemos a escada lentamente, Emma olhava por cima de meu ombro.
— A porta para o porão fica na cozinha, vamos rápido. — Digo cochichando.
Assim que chegamos na cozinha, eu destranquei a porta e nós descemos mais uma vez só que para o porão. Tudo que tinha lá estava empoeirado e coberto por panos brancos.
— Eu nunca tinha percebido como sua casa é assustadora. — Emma diz sussurrando.
Eu a ignorei, tentando manter minha coragem. No chegamos no gerador e eu vi que o disjuntor estava ligando, liguei e desliguei, mas nada da energia
— Ok, temos um problema. — Admito. — Vamos sair daqui minha alergia está atacando.
Nós voltamos para a cozinha, comecei a roer minhas unhas, aquilo estava ficando cada vez mais bizarro. Emma continuava se assustando com qualquer barulho do lado de fora, foi quando ouvimos barulhos altos na porta que dava acesso para o jardim, eu e ela gritamos com o susto. Emma se agarrou no meu braço, quase arrancando minha
Eu falei, tem alguém lá atrás! — Ela fala.
vou dar uma olhada. — Pegou seu celular, mas ela segura em meu pulso.
— Não vai, é perigoso!
eu só vou olhar, eu tranquei tudo antes de dormir. — Eu passo meu braço ao redor do seu. —
caminhamos lentamente, eu suava frio. Assim que cheguei em frente a porta de blindex, do lado de fora, no jardim não havia nada, desliguei a lanterna. Olhei para Emma que estava assustada, coloquei minhas mãos na cintura e revirei os
─ Não tem nada.
arregalou os olhos e piscou poucas vezes. Meu cenho franziu por conta própria, então ela apontou para trás de mim. Voltei minha atenção para a porta de vidro e um relâmpago iluminou o céu, uma sombra escura de um homem estava em frente a porta de vidro, nos encarando. Eu paralisei, estávamos olhando nos olhos daquela pessoa mascarada. Ele permanecia estático, assim como eu e Emma, foi quando bruscamente ele deu duas batidas fortes na porta que fizeram o vidro ranger. Nós corremos para a escada, ela pisou em falso e caiu na escada de joelhos, eu voltei para ajudá-la, Emma chorava enquanto eu a puxei pelo seu antebraço. Fomos para meu quarto e nos trancamos em
chorava enquanto seus joelhos emanavam sangue vivo, com a queda, uma enorme ferida abriu nos dois joelhos dela. Eu peguei uma roupa jogada no chão e coloquei encima, ela estava em estado de choque, provavelmente nem sentia seu corte. Eu andava de um lado para o
Pegue seu telefone, ligue para polícia, rápido! — Digo enquanto procuro o meu. Era sempre mais difícil achar as coisas na presa. Quando eu o achei finalmente, já estava com 8% de bateria. — Eu vou ligar
tinha diversas opções para ligar, disquei o número de meus pais e após quatro bipes caiu na caixa postal, lembrei que eles tinham costume de desligar o celular para dormir. 7%, vi o número de Hunter, apertei sem pensar e após algum tempo
ele está querendo invadir! — Eu disse em completo desespero. Emma ainda estava tentando ligar para a
Quem? O que você está falando!? — Perguntou aflito. — Onde você
Estou no meu quarto com Emma, ela se machucou feio na escada e tem um homem dentro da minha casa! Ele quer nos machucar. — Eu
ouvimos um barulho alto de vidro quebrando e gritamos. Provavelmente ele já teria invadido
Ele conseguiu entrar, por favor, vem logo! — Eu disse
indo, tranque a porta...— meu
para mim com o rosto apavorado. Eu corri para a porta de meu quarto e tranquei, empurrei uma estante para frente da mesma. Ela estava sentada no chão com os braços ao redor de suas pernas, eu sento ao
Emma, olhe para mim. — Ergo seu rosto na altura do meu. — Ele não sabe onde estamos, vamos ficar caladas. Venha, vamos entrar no meu
estava em choque, eu a puxei para meu armário e nós sentamos no chão, deitei sua cabeça em meu colo e nós ficamos em silêncio. Ouvíamos ele andar pela casa, o assoalho ranger. Demorou alguns minutos até ele resolver vir para o 2° andar. Emma pulava em meu colo a cada degrau que ele subia. Eu não conseguia mais esconder meu
cabeça na de dela quando ele finalmente chegou no andar de cima. Ele andou mais, e parou, após minutos, ouvimos duas batidas na porta de meu quarto. Como ele sabia que
— aquela voz, aquela voz atrás da porta ela familiar. Emma levantou sua cabeça de meu colo, eu não a enxergava por conta do escuro. — Sou eu, seu