O estrangeiro romance Capítulo 19

Na manhã da quarta-feira, enquanto eu estava no metrô, meu celular vibra, alguém havia me mandando mensagem. Um e-mail, quem hoje em dia ainda envia e-mails? Ignorei e continuei meu percurso até a faculdade. As aulas estavam bem interessantes e nós debatemos muito, e eu me saí brilhante, parecia que eu tinha nascido para fazer aquilo.

No trabalho, Ashley parecia todo tempo constrangida, eu tentei ao máximo não deixa-la desconfortável com a situação.

Denner e eu conversamos bastante no tempo que dava.

— E você, por que veio para cá? — Ele pergunta enquanto caminhamos até a estação.

— Eu queria começar uma nova vida, sabe? Estava cansado da Alemanha. — Dou um trago em meu cigarro.

— Não é tão diferente quanto aos estados unidos?

— Sim, Berlim é muito linda, mas eu realmente estou gostando daqui.

— Tem alguma nova garota? — Ele rir maliciosamente.

— Não necessariamente, gosto também da minha faculdade e me sinto envergonhado de ter acabado um relacionamento e já estar... eu sei lá, cara.

Ele rir da situação.

— É a Ash?

— Não. Não, nem tem como. Ela me drogou.

— Pode confiar.

— Se eu te contar, você não vai acreditar. — Solto a fumaça que estava em minha boca. — Bem, quer ir a um bar?

Caminhamos até o bar mais próximo e pedimos bebidas, Denner respirou fundo e riu.

— Nós morávamos juntos, mas eu nunca fui rico nem nada. — Ele devora sua cerveja. — Ela engravidou e conheceu um cara que prometeu o mundo a ela. Até ainda sou apaixonado por ela, mas não nascemos para ficar juntos. Só nos damos bem quando ela vem à cidade para que eu veja minha linda filha e nós passamos a noite juntos.

— Mulheres são estranhas. — Digo.

Conversa vai, conversa vem e nós já estávamos bem animados e risonhos. Eu contei a ele algumas coisas da minha vida, e ele foi a primeira pessoa que não me olhou com pena, isso era a melhor sensação, eu odiava pena. Ele não precisava medir as palavras para que eu não me sentisse magoado, pelo contrário ele me fazia rir de meus problemas.

— A conversa foi realmente muito boa, obrigado Denner. — Digo sorrindo e pegando meu paletó.

— Quando precisar estou aqui. — Ele sorrir.

A pensão não era muito longe de onde eu trabalhava, então resolvi ir andando para pelo menos tirar o excesso de álcool que tinha em meu corpo. Cheguei em frente à casa e as luzes estavam apagadas, abri a porta lentamente para não acordar ninguém, eu tentando não fazer barulho parecia um elefante entrando em um lugar apertado.

Ouvi passos vindos da escada, para minha sorte era Charlie ela parecia assustada, mas assim que viu abriu um sorriso e se aproximou.

— Você bebeu, não foi? — Perguntou ela segurando em minhas mãos.

— Só um pouquinho. — Faço o sinal com a mão direita e ela rir.

— Você está fazendo muito barulho. Venha, deixe tu ajuda-lo.

Ela passou seu braço pela minha cintura e me ajudou a subir os degraus. Era engraçado, pois eu era muito maior que ela e conseguiria levanta-la facilmente. Ela sorria para mim a cada degrau que eu não acertava, estávamos rindo de uma coisa tão idiota.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O estrangeiro