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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 100

As palavras de Antonela martelavam na mente de Henrico, como um veneno injetado em seu corpo, atrofiando seus órgãos e o matando lentamente. Ele estava sentado em sua cadeira velha, que rangia todas às vezes que ele se mexia, enquanto olhava para o vazio, pensando como estaria Adam naquele momento.

Fabricio entrou na sala e o viu distraído. O chamou algumas vezes, mas Henrico demorou para perceber sua presença ali.

— Você fez o que eu pedi? – ele levantou o olhar de repente, assustando Fabricio.

— Sim, senhor – ele respondeu, apertando os dedos das mãos – a dona Carmélia está aqui para falar com o senhor.

Henrico levantou-se imediatamente, cheio de expectativas. Mas Fabrício não se moveu, o que o deixou um pouco irritado.

— Está esperando o que, rapaz? – sua voz tornou-se ríspida – mande-a entrar.

Fabricio agitou-se, olhando para Henrico e girando os calcanhares desajeitadamente e caminhando para fora da sala. Nem um minuto havia se passado quando Carmélia entrou na sala dele, e os dois se entreolharam, desconfortáveis um com a presença do outro.

Ele fez um gesto, silencioso para que ela se sentasse e só depois de alguns segundos ele começou a falar.

— Como está o Adam? – A pergunta fez o rosto de Carmélia se contorcer e Henrico perceber que o garoto não estava nada bem.

— O quadro dele não mudou desde o dia que você o viu – ela disse – isso faz o quê? Uma semana?

Henrico se levantou como se a angústia explodisse dentro do seu peito, de modo que ele não conseguia se conformar. Antonela havia o impedido de ver o próprio neto, não permitindo que ele se aproximasse ou tentasse ajudá-la.

Ele nunca imaginou que o desprezo dela o machucaria tanto.

— E o resultado dos exames? – ele a olhou cheio de expectativas.

— Negativo – a esperança de Henrico murchou dentro dele – nem você e nem a Antonela são compatíveis com o menino.

Ele precisou se sentar novamente. Mal conseguiu sentir as pernas. Acomodou a cabeça entre as mãos entrelaçadas e fechou os olhos, deixando a dor e a culpa tomar conta dele de vez. O que ele poderia fazer para ajudar Antonela a salvar a vida de Adam?

Ele queria levantar-se daquela cadeira e ir ao hospital convencê-la a aceitar sua ajuda, mas ele também era orgulhoso. Ele também tinha dificuldades em pedir perdão.

— Precisa convencê-la a contar a verdade ao Benjamim – ele elevou o olhar até Carmélia – ele pode ser um doador compatível.

— A Antonela está irredutível em relação a isso – ela disse, desviando o olhar – disse que vai esperar um doador aparecer.

Henrico levantou-se pela segunda vez, batendo a mão sobre a mesa velha de madeira. A explosão dele causou um susto enorme em Carmélia. Henrico estava inconformado. A teimosia de Antonela poderia ceifar a vida do filho dela.

Enquanto isso, ele era obrigado a permanecer ali de braços cruzados, sem poder fazer nada para reverter a situação.

— Diga a ela que se não contar ao Benjamim toda a verdade, eu direi.

Os olhos dele se esbugalharam na proporção que Carmélia se levantava, assustada com a declaração dele.

— Ela não é a mãe da Dominique? – perguntou, mas não esperou resposta – que bom que ela está bem, depois de tantos dias internada em um hospital.

Henrico olhou para ele confuso, depois de alguns segundos, entendeu finalmente o que havia acontecido.

— Então foi isso que a Antonela disse para você? – Benjamim levou o olhar até ele, em dúvida – ela disse que a Carmélia estava internada em um hospital?

E esse não era o motivo de Dominique estar faltando ao trabalho?

Esse pensamento invadiu sua mente no mesmo instante em que os olhos de Henrico o alcançaram. Tinha alguma coisa de errado nessa história, ele conseguiu ver isso no semblante de Henrico.

— Parece que você me esconde algo – as palavras de Benjamim amplificaram a ansiedade que existia em Henrico.

O homem abaixou imediatamente o olhar, achando que não tinha direito de fazer aquilo. Antonela jamais o perdoaria caso ele lhe contasse a verdade. Mas Henrico sentiu que poderia forçar a situação para que os dois se encontrassem e conversassem sobre aquilo.

— Aconselho que você mesmo pergunte à Antonela sobre isso – sua voz tremulou – mas posso afirmar que a Carmélia não esteve doente em momento algum.

Benjamim o fitou nos olhos, espantado com a revelação, e certificou-se de que havia entendido o que Henrico acabara de dizer. Ele ficou paralisado por alguns poucos segundos e depois foi embora, se afastando, enquanto caminhava pelo corredor escuro da velha fábrica.

Havia ido até a fábrica para saber notícias sobre Antonela e estava voltando com um problema para resolver.

Antes de partir, ligou para Dominique e exigiu que ela estivesse em seu escritório antes do seu retorno.

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