Antonela ainda estava segurando o resultado do exame esticado na direção dele, quando benjamim a abraçou de repente.
Ficaram ali abraçados, como se não houvesse nenhum desentendimento entre eles. Antonela fechou os olhos, afundando o rosto no ombro dele e suspirando como se aquele fosse o melhor lugar que ela poderia estar. Esqueceu-se completamente de que estava o castigando por ele exigir um teste de paternidade.
Ela havia ficado longe dele por tantos dias propositalmente, com a intenção unicamente de castigá-lo.
Benjamim também não se lembrou do quanto a distância imposta por Antonela o havia ferido. Ele se sentia feliz por ser ele o salvador do próprio filho.
Viu como ele olhou para ela assim que se afastou, como se desejasse ficar mais naquele abraço. Havia um brilho genuíno nos olhos de Benjamim, coisa a qual Antonela jamais havia visto.
Ela não podia deixá-lo pensar que tinha razão. Imediatamente, Antonela deu um passo atrás e toda a felicidade horas antes desaparecera de seu rosto. Benjamim ficou confuso. Todos os pensamentos anteriores reviraram-se em sua cabeça. Ela se lembrou do teste de paternidade e ele, de que ela havia sumido por uma longa semana.
— E quando sairá o resultado do teste de paternidade? – ela indagou, aborrecida.
Foi nítido o quanto aquele assunto a magoava. Dessa vez, desviou o olhar, incapaz de seguir olhando em seus olhos. O que incomodou bastante Benjamim.
— Por que você sumiu por uma semana? – a pergunta dele fez ela erguer o olhar novamente.
Antonela franziu o cenho. Benjamim inclinou a cabeça esperando que ela respondesse, enquanto Antonela se questionava por que saber aquilo era tão importante para ele.
— Eu estive no hospital todos os dias – ela respondeu virando o rosto para o outro lado – está dizendo como se eu tivesse abandonado meu filho nesse hospital sozinho.
Por fim, ele entendeu o tom de voz aborrecido dela e, inclinando a mão, segurou no seu queixo, obrigando olhá-lo mais uma vez.
— Você entendeu o que eu disse – ele também estava furioso.
— Eu não entendi – ela bateu a mão na dele, o forçando a soltá-la – precisa ser mais claro nas suas intenções.
Benjamim travou imediatamente o maxilar. Por que afinal eles estavam discutindo, após saber que Adam ficaria bem?
— Você quis me castigar por pedir o teste de paternidade e evitou me encontrar durante toda a semana. E veja agora, está até distribuindo abraços.
A ironia no tom de voz de Benjamim fez Antonela fechar os punhos e se segurar para não dizer a ele tudo o que estava a incomodando. Benjamim e ela trocaram olhares silenciosos, até que Antonela finalmente disse.
— Você duvidou da minha honra quando exigiu esse teste – os olhos dela lacrimejaram - não consigo nem começar a dizer o quanto sua atitude me ofendeu e me feriu, como se já não bastasse ter me abandonado no altar.
— Como vou acreditar na honra de uma mulher que se deita com o primeiro homem que encontra em um bar? - ele disse, com as veias saltando em sua testa – você pode ter se deitado com muitos outros.
Dominique parou por alguns segundos, com as lembranças rondando sua memória como uma gangorra, subindo e descendo.
— Por que ela mentiria para você? – indagou em seguida – se ela quisesse se aproveitar da situação, não teria feito isso com o filho dela morrendo. Ela teria revelado a você no primeiro dia em que descobrimos a gravidez. Mas ela não fez. Abandonou a família porque sabia que você não acreditaria nela. Cuidou do Adam sozinha por três anos e continuaria cuidando, se ela não precisasse de você.
Benjamim colocou as mãos na cabeça e fechou os olhos. Não se importou em demonstrar fraqueza naquele momento. Depois, sentou-se ereto por um momento, refletindo sobre o que Dominique havia dito. Toda a culpa recaía sobre ele e ele precisava se responsabilizar também por aquilo.
Ficou um instante sem saber o que dizer.
— Sabe o que precisa fazer – piscou para ele quando seus olhos se encontraram – reconheça ao menos uma vez na vida que estava errado e peça desculpas.
Não houve resposta e Benjamim precisou de um longo tempo para finalmente decidir, levantando-se e indo atrás de Antonela. A encontrou em pé, encostada na parede, chorando. Não o percebeu se aproximar, apenas ouviu sua voz dizendo.
— Desculpa – ela abriu os olhos rapidamente, o olhando.
Aquilo era mesmo real? Havia constrangimento no rosto dele e Antonela achou que não era a mesma pessoa.
— Reconheço que Adam é meu filho e estou disposto a ceder meu orgulho para o bem dele.

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