Benjamim encarou Carlota como se estivesse sem fala e não percebeu que Antonela estava parada na porta ouvindo tudo o que sua mãe havia acabado de dizer. A presença dela foi rápida, logo após ouvir isso, girou os calcanhares e partiu.
— Esta louca em dizer isso – ele bateu com os punhos na cama – A Antonela não tem interesse nenhum na nossa herança.
— Aquela família está nos sugando desde o dia em que os conhecemos – Carlota lançou um olhar sério para o filho e voltou a pegar o envelope a qual ele nem sequer abriu – mas cuidarei de tudo. Salvarei a empresa e garantirei que ela se perpetue.
Benjamim não gostou do modo como ela disse aquilo. Carlota girou os calcanhares e saiu, sem sequer perguntar sobre a saúde do filho ou se preocupar se ele estava bem. Ela só queria salvar a fortuna e garanti que viveria bem pelo resto de sua vida.
Ele ficou pensando sobre aquilo. Tentando imaginar o que sua mãe faria em seguida. Que atitudes tomaria? Benjamim tinha seus negócios além da empresa que seu pai havia deixado. Era como se ele previsse que esse momento chegaria. Carlota estava disposta a tirar tudo dele, coisa a qual não aconteceria.
Quando viu Fred entrar no quarto, jogou o corpo para trás e desejou que dessem a ele outro calmante para que ele pudesse dormir por mais alguns dias.
— Sinto muito – Fred se lamentava – eu tentei impedi-la, mas não consegui.
— A culpa não foi sua – disse, ainda de olhos fechados – preciso sair desse hospital para impedi-la de cometer uma loucura.
Mas era improvável que ele recebesse alta pelos próximos dias. O médico o avisou sobre isso e ele se lamentou silenciosamente enquanto buscava uma solução para os seus problemas.
— Avisei a Antonela que o senhor havia acordado.
As palavras de Fred o fizeram abrir os olhos e olhar para ele apavorado.
— Ela veio até aqui – confessou – mas saiu tão rapidamente que eu não entendi o que havia acontecido.
Ele queria ver o menino, mas saber principalmente o que de fato Antonela havia escutado da conversa do dia anterior. Encontrou-a, sentada no velho banco com Dominique.
Os olhos vermelhos de chorar. Quando o viu, enxugou as lágrimas e olhou para ele furiosamente.
— Aconteceu algo com o Adam? – Não houve resposta – Qual é o problema, Antonela?
Ela permaneceu em silêncio, quando Dominique se aproximou dizendo.
— É melhor o senhor se sentar, porque não temos boas notícias.

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